Oliver, pai de Luce, subiu ao palco em frente a todos os convidados, sua expressão era feliz, de alguém que estava conformado e contente como o desenrolar da comemoração. Luce assistia sentada e levantou-se para aplaudir os últimos agradecimentos de seu amado pai. Nick estava ao seu lado, seu rosto era uma máscara de tristeza e cansaço, ele queria ir embora dali.
Quase no fundo, se encontrava Philip e Lívia, a família de Liv havia sido convidada pelo fato do pai dela ser um dos acionistas da Sardigão, e como seu pai não poderia ir, ela esteve em seu lugar e levou o único cara que adorava a companhia.
- Vamos? - pediu Phil. Seria algumas horas de viagem de volta a própria cidade.
- É... vamos! - Liv levantou-se.
Philip deu uma última percorrida com os olhos pelo salão da festa, a morena estava em pé junto a um garoto que supostamente era seu namorado. Soube por Lívia, que a menina, Luce, era a filha do dono, e que bela filha.
- Quando seu pai volta? - perguntou Liv, quebrando o silêncio.
- Nem sei, não lembro, mas demorará. Minha mãe havia viajado antes, também não lembro o prazo.
- Que tosco - ela riu, ele era o cara mais desleixado que ela já tinha conhecido.
- Ah... chegando, chegou - ele deu de ombros.
Philip tinha o maxilar bem definido, e estava rígido enquanto ele dirigia, seus braços no volante ressaltava seus tríceps.
- To querendo viajar também - ela comunicou.
- Aaah meu Deus, daqui a alguns dias a empregada pede férias, meus amigos inventam de se mudar, os cães fogem e a gata pula o muro.
- Afe, para de ser besta - ela riu.
- Vai para onde?
- Minas! Preciso tentar vestibular de novo!
- Tu ainda tenta? Prostituta de luxo ganha mais!
- O quê, Philip? - ela deu um murro em seu braço e ficou séria, virando-se para a janela do carro.
- Sabe que eu tô brincando, Liv - ele se curvou e beijou a bochecha dela - Você precisa focar mais um pouco.
- Farei isso a partir de amanhã ! - respondeu e não mais conversaram.
Chegaram em duas horas na casa dela, ele a deixou, ela não quis conversar, Phil encaminhou-se para casa e ativou o alarme do celular, as 06:40 se arrumava para poder ir para faculdade.
• • • •
- Estou tentando entender essa cara - perguntou Luce, estava sentada no banco da frente de sua casa, ao lado de Nick.
- Meus pais, Luce! Preciso dizer quantas vezes?
- Calma - ela aproximou-se mais dele e beijou sua testa, depois ficou abraçada com ele.
- Estou calmo, já está tarde, preciso dormir - comentou, sua bochecha estava pressionada na testa dela, suas mãos em sua cintura.
- Obrigada por estar ao meu lado nesse momento tão feliz!
- Lu... precisamos conversar - ele soou cansado, Luce gelou por dentro.
- Que foi? Por causa dos seus pais?
- Viajarei com eles.
- Só isso?
- Não... é que... - ele não sabia como dizer o que queria e fechou os olhos - Quero terminar...
- Você quer? - ela perguntou, afastando-se dele e o olhando.
- Preciso.
- Eu perguntei se você quer, Nicholas!
- Nem tudo que queremos podemos! Estou indo para resolver o divórcio deles, estou ficando louco, louco! Vou tentar esquecer, fugir de tudo. - ele suspirou.
- E eu sou um empecilho, Nick? Sempre tentei te fazer bem, te dar meu melhor - seus olhos lacrimejaram - Eu poderia estar contigo, te ajudar, poderíamos ir juntos, por que não pensou nisso?
- Você me lembrará esta cidade, esta vida, minha vida que eu quero esquecer!
- Nicholas...
- Você não entende, Luce, não é você que está vendo seus pais sendo separados, em crise, a infernação que é em casa, eu necessito me desapegar deles, dessa vida, quero vida nova, eles separados, eu sumo, eu poderia sumir com você, claro! Você poderia ser meu refúgio! Mas não vai dar, não tem como, você me lembra eles, você me lembra o que não irei querer lembrar.
- Isso é tão sem noção!
- Estou ficando assim, desculpa Luce, desculpa... - Nick foi levantando-se, Luce começou a chorar.
- Por favor! Fica! Vamos conversar...
- Conversar mais o quê? - ele virou-se para ela, se ficasse mais um pouco não aguentaria a dor que era vê-la chorar.
- Estávamos tão bem mais cedo!
- Eu não estou bem desde o mês passado e se ... se... se você fosse uma namorada mais presente, saberia!
- Desculpa - ela estava desesperada, Luce foi até ele - Eu prometo ser mais atenciosa, eu prometo o que você quiser, mas não termine em um minuto o que construímos em dois anos... por favor - sua voz era quase um sussurro.
- Eu quem te peço por favor - ele seguiu e sem olhar para trás pediu que o deixasse ir.
Nicholas não era de ferro, por mais que quisesse, no caminho de casa chorou, chorou pelo fato dos pais estarem se divorciando, pelo fato de dentro de sua casa estar um caos, por ter terminado o namoro com a menina que era apaixonado e por tratá-la de tal forma. Ele poderia entrar na contra-mão e acabar com isso de uma vez por todas, mas antes de qualquer coisa, pensou na mãe, ela sim era importante e não suportaria a dor da perda.
Luce entrou em casa e correu para o quarto, entrou no banheiro e foi arrancando o vestido, jogando os saltos, debaixo do chuveiro ela sentou, não tinha forças para ficar em pé, seu corpo estremeceu com as últimas palavras dele, dentro dela um gelo terrível alastrava, Lúcia era apaixonada por Nick e não havia como negar.
Sua cabeça doía de chorar, seus olhos já estavam vermelhos, a menina que sabia amar, a menina que sabia sorrir, agora só queria deixar de sentir, agora só sabia desesperar-se em choro. A Luce que deu tudo, ficou com nada, nada que pudesse guardar de bom, restou lágrimas, tristeza e decepção, ela não sabia como seguir em frente.
Quando saiu do banheiro, colocou apenas uma calcinha e vestiu um blusão de frio, debaixo das cobertas, o choro baixinho era companhia, olhou a foto que tinha com Nick em cima da cômoda e tentou sorrir, mas não adiantava, nada mudaria seu humor se não fosse uma ligação dele pedindo desculpas e admitindo que errou, que queria voltar.
Dia seguinte, o que seria? Ela sentiu o amargo do término de um namoro, mas dentro de si algo brilhava, algo quase imperceptível que ela não queria admitir: a esperança em voltarem.
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Quando vira amor
RandomDepois do término de seu namoro, Luce sente a necessidade de seguir em frente, o imprevisível acontece e ela viverá de cabeça para baixo tentando se dar bem na vida tanto profissional quanto amorosa, mas o que fazer quando se encontra alguém que te...