Guardião - Livro I

Capítulo 15

THOMAS

Era mais ou menos 16h30 quando eu terminei minha última reunião do dia e seguia de volta para a minha sala. Faltar um dia de trabalho não é tão ruim, a menos que seja uma segunda-feira. A segunda é o dia mais importante da semana empresarial. Todas as mudanças econômicas que acontecem no fim de semana refletem na segunda, e todos precisam se movimentar intensamente para ajeitar a semana de acordo com o que aconteceu. Por causa do ataque, eu tive que faltar ontem, e como o universo sempre fica do meu lado, o fim de semana foi extremamente agitado e transitivo.

O resultado disso são pilhas e mais pilhas de papel para se ler. Como eu sou o presidente desta empresa, e eu posso fazer o que bem quiser sem ser julgado, eu tirei os meus sapatos, aproximei minha pequena mesa de centro do sofá, transferi todos os arquivos para ela. Deitei no sofá confortavelmente e comecei a ler os papeis.

-PALOMA – gritei para minha secretária, já que estava longe do telefone.

-Oi, sen... hor – percebi ela travando para dar uma risada da minha posição atual, mas tentando manter a compostura. -Precisa de alguma coisa?

-Sim. Você pode conectar meu celular ao telefone, para as ligações serem desviadas para ele? Eu não estou nem um pouco afim de levantar daqui.

-Claro – respondeu a morena pegando o meu celular e indo até o telefone da minha mesa.

-E você pode aproveitar que tá aí, e quando vier, trazer minha garrafa de água, por favor?

-Uhum – não demorou muito e logo ela vinha com meu celular e uma garrafa de água na mão.

-Obrigado, minha querida. Você está liberada por hoje, mas fique de olho no seu celular e esteja com o tablet carregado para qualquer problema.

-Okay. Obrigado, chefe. Até amanhã.

-Até amanhã – disse para a garota que rapidamente seguiu em direção a porta. -E Paloma.

-Sim?

-Fale para o Daniel para te levar até lá em baixo.

-Aah... – percebi que minha secretária ficou um pouco sem jeito. -Não precisa, chefe.

-Não é um pedido, é uma ordem. Fale para ele para te levar até a saída e só voltar quando você estiver segura em seu transporte.

-Certo, chefe.

Logo ela se foi até sua mesa para finalizar seus trabalhos e arrumar suas coisas para sair. Depois de alguns minutos minha porta é aberta novamente e eu vejo o meu segurança se movendo para dentro.

-Nem fale nada, apenas vá – disse antes que ele pudesse falar qualquer coisa. Daniel apenas me olhou com um pouco de nervosismo nos olhos e fechou novamente a porta.

Foram alguns minutos até que eu ouvisse outra movimentação no andar. Eu ouvi passos e vozes de 2 pessoas se aproximando da minha sala. Não demorei muito para reconhecer a voz da pessoa que estava andando ao lado do meu segurança. Logo a porta foi aberta e eu vi o meu melhor amigo entrando na minha sala como se fosse a sua própria casa.

-Fala, mano Thom – disse Samuel indo até os fundos do meu escritório, aonde ficava a cozinha, o banheiro e o quarto, e voltando com um copo de água. Eu apontei para o sofá do lado ao qual eu estava deitado para que ele sentasse e ele apenas ignorou, levantando minhas pernas e colocando-as no seu colo. -Como vai você, meu caro amigo? – eu apenas peguei o arquivo que eu estava na mão e apontei para a pilha dos outros arquivos que faltavam ler. -Ocupado. É, o Daniel me contou – apenas revirei os olhos e voltei a ler o documento que estava na minha mão. -Temos uma festa para ir no sábado.