Casos indefinidos

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- Como pode ter certeza de que foi ele quem escreveu este artigo S/N? Era anônimo! 

- Óbvio que era anônimo Yeosang. – sigo em direção a ele e o toco no ombro – Já vimos o bastante. Hora de trabalhar! – o deixo pra trás e sigo em direção ao meu carro.

Yeosang vem logo atrás de mim. Aposto que a cabeça dele está tão perturbada quanto a minha. Entro no carro e Sang entra logo depois. Sigo a caminho do departamento com pressa.

A viagem se inicia em um silêncio amedrontador. Queria poder falar algo para descontrair. De repente mudar de assunto. Aliviar a situação, mas infelizmente, nada de bom parecia poder sair da minha boca naquele momento. Yeosang estava com a cabeça apoiada na janela do carro olhando a estrada. Seus pensamentos estavam lhe perturbando. Eu o conheço muito bem. Estava na minha vez de lhe dar conforto. Mas como? Antes que eu pudesse pensar em algo, Yeosang se inclina, ajeita a postura e se vira em minha direção:

- Sei que não é uma boa hora para falarmos disso mas... Temos que passar no departamento da zona leste mais tarde.

- Por quê? – perguntei.

- Por que é impossível que nenhum policial tenha visto o que você viu. É impossível que eles não tenham percebido que foi uma explosão. – Yeosang falava com frieza. Não gostava de quando ele ficava desta maneira. – É muito provável que um policial da zona leste saiba do ocorrido e apenas chamou o Hong para acobertar o caso. – Sang tinha razão.

Não consegui falar mais nada. Estava tudo muito claro. Hongjoong tinha acobertado um crime. Mas porque? Dinheiro? Não! Nós nunca precisamos nos preocupar com isso. E se ele estiver precisando para alguma dívida na qual eu não saiba? Porque ele está fazendo isso comigo? Porque? “Malditas perguntas”.

Não poderia correr o risco de ficar ainda mais nervosa enquanto dirigia. Respirava devagar para acalmar os meus nervos. Não havia demorado muito para chegarmos ao departamento. Estaciono o carro na vaga de sempre e saio com pressa para abrir os portões. Não havia percebido que Yeosang também tinha descido do carro e que estava bem atrás de mim:

- Ei! – disse Sang tocando o meu ombro direito. Depois de tudo, suas mãos continuavam quentes. Me virei devagar. Estávamos há pouquíssimos centímetros de distância. – Por favor, se acalme. Não podemos dar suspeitas lembra?

- Você também! Está tão tenso quanto eu.

- Pois é... Eu sei. Então vamos nos acalmar! Temos que ir ao departamento leste depois...

- Não!

- Como é que é? – indagou ele.

- Vou pra casa. Preciso olhar para o Hongjoong, preciso entender o que está acontecendo.

- S/N, não vá fazer nada que eu não faria.

- Eu não te prometo nada! – disse lhe dando um sorrisinho forçado e voltei a abrir os portões.

O tempo aqui no departamento sempre foi bem lento. As mesmas coisas acontecem todos os dias, mas com a minha nova parceira, o dia prometia ter um pouquinho de ação. “Quem sabe ela não tropeça e bate a cabeça sem querer?” Não podia evitar de pensar em me livrar da Wheein. Não a suportava. Seu marido, Wooyoung, agora responsável pelas análises, tinha chego com o dobro de papeladas que Sang trouxera no dia anterior. Não foi preciso falar para ver que o mesmo precisava de ajuda. Me direcionei a ele e tirei metade dos papéis de seus braços. Tirei com todo o cuidado possível, pois esses tipos de arquivos vem em uma ordem. Wooyoung não disse nada, mas me deu um sorriso em agradecimento. Com menos peso em seus braços, Wooyoung vai para a sua sala e eu o sigo logo atrás. Após entrarmos em sua sala, deixamos tudo na sua mesa com cuidado, mas infelizmente o meu cuidado não foi o suficiente. Um papel da pilha que eu segurava caiu. Eu me abaixei pra pegar de volta, mas o papel em questão me chamou a atenção:

Uma bela mentira - ATEEZ (VOL.1)Onde histórias criam vida. Descubra agora