Mon ange |• sanhwa |

Único ღ

Estava perto de meia-noite, alguns minutos antes da virada do ano.
Em uma praia cheia, em meio a muitas crianças rindo e brincando, adultos bebendo e conversando, duas pessoas aborrecidas, prestes a terem uma de suas maiores discussões em seus 2 anos de namoro.

San, seguia seu namorado em passos apressados, com medo de perdê-lo de vista naquela multidão, estava cansado, pedir para parar já não funcionava mais, pelo fato de ter sido ignorado várias vezes desde que os dois haviam saído da casa de praia onde estavam com a família para passar o fim de ano, tudo poderia ter ocorrido bem, mas infelizmente não foi bem assim.

Costumam dizer que, "família é um bicho complicado", e como é, mas em relação as famílias Choi e Park, está mais para zoológico.

Por algumas intrigas do passado e uns beliscões aqui e ali, as famílias de San e Seonghwa, se odeiam com todas as forças possíveis, uma raiva que cresceu mais quando souberam da notícia de que os dois estavam apaixonados, e se encontrando às escondidas com uma pequena ajuda de seus colegas da faculdade, o que obviamente, foi um escândalo imenso.

Por fim, os dois fizeram até o impossível para ficarem juntos, até mesmo com algumas condições, mas nada muito complicado, e assim eles conseguiram manter uma relação respeitosa entre os parentes, ou pelo menos tentaram.

Três dias depois que chegaram na casa, Seonghwa já estava ciente de que as mães de ambos ficavam xingando uma a outra quando não estavam por perto, seu pai, indiretamente lançava uns olhares de ódio para o pai de San nos jogos, e ele retribuía. Fora os primos e primas, tios e tias, enfim, a casa era grande o suficiente, mas pequena demais para tanto rancor guardado em tanta gente.

Com isso, o clima para o ano novo se tornou infernal, e depois que Seonghwa gritou com todos e bateu a porta de casa, tudo piorou, e San, com certeza, não iria ficar mais naquele lugar para saber o que iria acontecer depois do grande sermão de Seonghwa, ele obviamente não pensaria duas vezes para ir atrás do namorado, e enfim, foram parar na praia.

Quando o Park parou em um canto mais reservado, San conseguiu se pronunciar:

– Iria ficar me ignorando até quando?

– Eu não estou com a cabeça boa agora, San... Você deveria voltar

– Nem morto, estar no mesmo ambiente que eles me sufoca, mas da pior forma possível.

– Então você me entende agora? – perguntou Seonghwa, em meio a um suspiro.

– Olha, sei que não está sendo como a gente queria, mas seja otimist-  – foi interrompido.

– Tá de brincadeira? não existe lado bom, olha como está sendo esse ano novo! E você ainda me vem com essa? Me poupe, San.

San ficou incrédulo, já fazia tempo que Seonghwa não falava daquele jeito com ele.

– Ange, se acalma um pouco, por favor, não vamos brigar de novo.

– Eu queria poder voltar no tempo, queria a Nari aqui de novo, ela era a minha única família de verdade, eu queria ter sido um irmão melhor para ela... É tudo culpa minha.

Seonghwa sentiu uma angústia percorrer por sua garganta após a fala, e quando finalmente olhou para o seu namorado, percebeu sua tristeza na hora, não era a intenção dele tocar naquele assunto de novo, só que ele já não sabia mais o que estava falando, era um sentimento tão doloroso.

– Seonghwa, o aneurisma não foi culpa sua.

– Mas podia ter sido diferente, se ela tivesse me contado sobre, eu teria pelo menos ajudado com que ela passase os últimos dias ao lado da pessoa que amava, ela não teria se casado a força por culpa de uma crise financeira de merda!

O Park sentia uma tristeza tão grande, que nem mesmo ele sabia descrevê-la. Lágrimas teimavam em descer por suas bochechas, ele sentia falta dela, era uma das pessoas mais importantes na sua vida.
Depois de um curto silêncio, San se aproximou de Seonghwa e o abraçou com força, apenas deixando o mais velho colocar toda a angústia para fora, sem ligar para as inúmeras lágrimas que caíam sobre seu ombro.

– Eu, eu sinto muita saudade dela! – Seonghwa dizia em meio a soluços.

– Eu também mon ange, eu também.

– San, me perdoa, eu prometo ser o melhor companheiro do mundo, prometo te amar intensamente, e aproveitar cada segundo contigo!

Era a vez do Choi começar a chorar, mas era de um sentimento bom, ouvir aquelas palavras do mais velho era maravilhoso, principalmente depois do que passará com seu último relacionamento, do qual queria esquecer pelo resto de sua vida.
Sentia arrepios só de lembrar das palavras frias de seu ex, palavras que, fizeram com que o mesmo perdesse seu amor próprio.
Ele segurou as mãos do outro firme, olhou em seus olhos, e disse:

– Eu não conseguia confiar nas pessoas, achava que a qualquer momento elas me decepcionariam, mas depois que conheci você, tudo mudou, você cuidou de mim e me fez amar de novo, me amar. Se não fosse você, eu ainda estaria nas mãos daquele demônio, eu realmente merecia coisa melhor, e encontrei. Essa pessoa, é a mais forte que eu já conheci, canta incrivelmente bem e apesar de ser mais velho que eu, faz uma birra daquelas pra conseguir alguma coisa.

E pela primeira vez naquela noite, o Park sorriu.

– Eu sei que é difícil, mas o amor que eu sinto por você é mil vezes maior que o ódio que reina nos corações dos nossos parentes. – San disse por fim, beijando as mãos do namorado.

– Poxa Sanie, eu te amo tanto! Eu te amo muito muito.

– Eu também te amo muito, mon ange.

Já na contagem regressiva, os dois foram para mais perto do mar, com suas mãos fortemente entrelaçadas.

3... 2... 1, feliz ano novo!

Seonghwa puxou San para um beijo, o beijo mais sincero que já deram em todos esses anos, cheio de sentimentos: paciência, carinho e principalmente felicidade, afinal, eles mereciam muito ser felizes juntos, claro que, sabiam que viriam muito mais obstáculos, mas eles não tinham mais medo, porque eles se amavam muito.

Algum tempo depois:

– Sanie, posso te perguntar uma coisa? – Seonghwa disse com a cabeça encostada no ombro do mais novo, os dois ainda na praia, sentados na areia. Então San balançou a cabeça em confirmação.

– Porque você me chama de "meu anjo" em francês?

– Eu não sei direito, eu só acho romântico? – sorriu um pouco envergonhado, tirando um riso leve do outro.

– Ah sim, é realmente muito romântico – lhe deu um selinho.

{ fim }

[ Eu tentei fazer o menor possível, juro ksksssks. Enfim, aqui estou eu de novo, queria pedir desculpas qualquer erro, e espero que tenham gostado.
dedicado com muito amor para: perfect_svt  (obrigada pela paciência). ]