Nathan
Estava com aquela sensação estranha de estar sendo observado. Abri os olhos devagar e lá estava Ryan, parado na porta do quarto, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
— QUE PORRA... — comecei a gritar, mas senti Kate se mexer em cima de mim. Engoli o resto do grito para não acordá-la. — O que você tá fazendo aqui? — perguntei, agora num sussurro irritado.
— Trabalho, Miller — respondeu, sem disfarçar o olhar que descia até as pernas dela, expostas fora do cobertor.
— Sai daqui antes que eu enfie uma bala na sua testa — rosnei, pegando qualquer coisa da mesinha e jogando nele. Ryan riu e saiu do quarto sem a menor pressa. Desgraçado.
Tentei me levantar sem acordá-la, mas era quase missão impossível. Kate estava completamente deitada sobre mim. Levei uns vinte minutos pra conseguir sair debaixo dela sem que abrisse os olhos. Fui direto pro banho. Hoje... hoje eu estava feliz.
Depois da higiene matinal, voltei pro closet. Ainda estava escolhendo uma calça quando ouvi a voz sonolenta dela:
— Que dia é hoje?
— Sábado — respondi, me aproximando.
— Hoje eu não trabalho — disse, abraçando o travesseiro e me olhando... bom, olhando tudo.
— Você tá me deixando sem graça me devorando desse jeito — brinquei.
— Eu não tava te olhando! — rebateu, corando.
— Sei... — murmurei, dando um selinho nela antes de voltar a me vestir.
— Nathan? — chamou do quarto.
— Oi?
— Você conhece um tal de Alfredo?
Travei por um segundo.
— Conheço. — Suspirei. — Foi ideia minha, mas quem executou foram os meninos — falei casual, como se não tivesse confessando um plano criminoso pra uma agente.
— Confessando seu plano de fuga pra uma agente da lei, Nathan Miller — disse ela, mordendo o lábio daquele jeito que me deixava maluco.
— Vai me prender, agente Cooper? — perguntei, com aquele tom carregado de malícia enquanto me aproximava.
— Estou seriamente pensando nisso — disse, entrelaçando os braços no meu pescoço.
Ri baixo.
— Me avisa quando decidir. — Pisquei, e juntei nossos lábios. O beijo começou suave, mas logo esquentou. Minhas mãos já estavam na cintura dela, puxando seu corpo contra o meu. Paramos só quando o ar nos faltou.
— Vai sair? — ela perguntou, ainda com os olhos presos nos meus.
— Ryan me chamou pra resolver uma coisa. Prometo que não demoro.
Ela assentiu com um sorriso fraco. Fui terminar de me arrumar e ela entrou no banheiro.
Desci e, como sempre, os caras estavam largados na sala.
— Escritório — avisei, e eles vieram atrás de mim.
Assim que fechamos a porta, Ryan já começou:
— A noite foi boa, Drew? — disse, rindo.
Os outros olharam confusos. Ignorei.
— Vai se foder, Ryan — respondi, mostrando o dedo do meio. — Alfredo, você não pode sair daqui por enquanto. Os tiras vão estar no seu encalço. — Virei pro Ryan. — E então, o que vocês queriam comigo?

VOCÊ ESTÁ LENDO
Nas Mãos do Destino [Versão Atualizada]
Teen FictionDuas almas marcadas. Dois caminhos opostos. Um mesmo alvo. Kate Cooper, agente do FBI. Nathan Miller, traficante cruel. Ambos jovens. Ambos perigosos. Ambos com um passado que grita por vingança. Quando o destino cruza seus caminhos, o caos se insta...