Capítulo 1

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POV Emma

Às vezes me esqueço de como Boston é um tédio para mim. As pessoas que aqui visitam denominam a cidade como a mais encantadora de todas

mais para mim não passa de uma cidade qualquer sem muita importância ao meu ver. Moro com meus pais Mary Margareth e David Nolan donos de

uma rede de advocacia Nolan Blanchard Associate muito conhecida por nunca perder nenhuma causa. Eles gostariam que eu seguisse os seus passos

mais os meus planos são outros, gostaria de aprender um novo idioma e o principal, em outro lugar e sem a super proteção de dona Mary Margareth.

—Pai eu já sei de tudo que irá falar para contrariar a minha vontade, mais preciso viver e conhecer outros ares. Crescer e não ser mais dependente de vocês. Custa entender que não sou mais uma criança? Já tenho dezenove anos, e não nove. Digo

—Emma eu sei de tudo isso. Sabe que sua mãe não é fácil e não irá aceitar. Mais entendo a tua vontade e mesmo que sua mãe surte depois eu te ajudarei. Sei que é a tua felicidade. Já sabe para onde quer ir? Disse

—Sim. Storybrooke papai, lá no instituto educacional eles ofertam cursos de idioma entre outras coisas além do ensino regular e achei muito interessante. Sabes que sempre quis aprender um novo idioma e é a oportunidade perfeita. Digo

Meu pai confidenciou-me que tinha uma casa em Storybrooke que nem minha mãe sabia da existência e que agora seria minha. Como meu aniversário foi a poucos

dias, David também revelou que desde que nasci ele abriu uma poupança para mim e foi guardando dinheiro para até que eu quisesse fazer uma faculdade ou

qualquer outra coisa. Entregou-me o cartão e disse que poderia ficar sossegada e iniciar a minha nova vida em Storybrooke. A minha felicidade era tanta que não

não cabia em mim, somente em saber quem em pouco tempo estaria longe de Boston já era motivo de felicidade.

Um dos meus principais problemas era a não aceitação da minha opção sexual que não é aceita por minha mãe, ela quis até me colocar em um colégio de freiras, mas graças ao meu pai ela não conseguiu. Mary diz que esse é o maior dos pecados e que Deus não gostava mais de mim por ser assim. Sei que não é verdade e que ele

nos ama da maneira como somos, mas ninguém consegue colocar isso na cabeça de dona neurótica da minha mãe que isso é uma sandice cabimento. Terminei de arrumar o que precisava e a etapa final era organizar meus livros e uns cacarecos que insisto em não e desfazer deles por nada neste mundo, o valor sentimental é maior que qualquer coisa.

Quando o sol já estava indo embora, tomei um banho e me arrumei para sair um pouco, parar em alguma lanchonete talvez; o importante era respirar ar puro longe daqui. Avisei meu pai que iria sair e voltaria em no máximo duas horas e segui sem destino algum deixando à encargo do destino um lugar para mim. Meu buraco negro estava dando sinais de que necessitava de algo para forrá-lo e parei em uma lanchonete pouco movimentada o que era excelente para mim.

Acenei para uma moça que logo veio até a mesa onde eu estava para recolher meu pedido. A morena com um olhar vago parecia não saber como proceder, o que dizer ou até mesmo se deveria dizer algo mais que uma boa noite.

—Está tudo bem? Digo

—Sim senhorita. Desculpe pela dispersão, volto em instantes com o vosso pedido. Com licença! Disse

Assim que ela saiu peguei meu celular para passar o tempo e por incrível que possa parecer eu não tenho nenhum meio social a não ser o meu aplicativo de mensagens online. Meu pai vive insistindo para que eu tenha meios sociais e "interaja com o mundo" segundo ele. Já estava acostumada com essa realidade, não me acho feia, mas também não gostava de ficar tirando milhões de fotos para publicar na internet.  Quem sabe um dia eu mude de ideia e faça essas coisas que as meninas da minha idade fazem e quem sabe eu acabe pegando gosto.

Ri sozinha com esses meus pensamentos aleatórios e instintivamente abri a câmera do meu celular e captei o momento em que me encontrava e curiosamente gostei do resultado. Amei a forma na qual meu olhar estava profundo e na linguagem popular "matador". Fiz alguns retoques pelo próprio editor do celular e tinha realmente ficado bom, até que levava jeito com contornos e sombras.

A garçonete retornou com o meu hambúrguer e um generoso copo de refrigerante; uma bomba calórica saborosa que minha boca enche d'água somente em apreciar esse manjar dos deuses. Enquanto comia divagava entre meus pensamentos sobre a minha nova vida que iniciaria em Storybrooke e como seria a minha adaptação, espero que seja realmente boa e que não tenha muitos problemas com a minha introspecção. Afinal de contas, preciso arranjar um emprego para ocupar a mente e ter o meu próprio emprego para não depender tanto do dinheiro que meu pai juntou para mim que eu faria multiplicar.

Enquanto observava as pessoas que aqui estavam uma morena de mechas vermelhas me chamou atenção por ser tão desinibida e um tanto graciosa com quem estava ao seu redor. Em um determinado momento que não sei dizer qual, ela flagrou-me encarando-a e veio até minha mesa. Fiquei totalmente sem reação não tinha ideia do que falaria para essa moça.

—Olá! Disse

—Oi. Digo

Ótimo jeito de iniciar um diálogo com um "oi" mega seco assim. Eu nem a conhecia, então dava na mesma.

—Reparei que está sozinha por aqui, não tem amigos? Disse

—Não, eu não tenho amigos e acho até bom que seja assim. Digo

—Não julgo por que deve ter os seus motivos. Chamo-me Ruby Luccas sou de Storybrooke e vim passar o final de semana em Boston e você? Disse

—Sou Emma. Emma Swan. Moro aqui mais irei me mudar para a sua cidade natal no início da semana. Ironia não? Digo

—Ironia mesmo. Espero que sejamos amigas Emma Swan e já adianto que vai adorar Storybrooke é bem calmo nada comparado ao caos de Boston. Anota meu número podemos conversar mais até a sua mudança. Disse

—Certo. Digo

Anotei o seu número em meu celular e ficamos conversando por mais alguns instantes até que eu visse as horas e constatasse que já estava na minha hora. Não era nada bom ficar até tarde na rua por aqui, prefiro evitar situações embaraçosas.

—Ruby tenho que voltar para casa agora. Já é tarde e não é de bom tom alongar-me mais por aqui. Mando-lhe uma mensagem depois. Foi um prazer conhecê-la. Digo

—O prazer foi meu Emma e tenha cuidado na volta. Até mais ver. Disse

Solicitei um Uber pelo aplicativo e não demorou muito para o carro chegar e me levar de volta para casa. O trajeto foi rápido e ao entrar em casa fiz o mínimo barulho possível não queria receber sermão de Mary Margareth uma hora dessas. Subi para o quarto e coloquei meu pijama para finalmente dormir, amanhã seria um longo dia e teria que estar disposta para tal.

LOOK ME | Swan QueenOnde histórias criam vida. Descubra agora