Capítulo 17 - A Galinha

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A ignorância atinge um nível impalpável pela sociedade. A busca para desvendar os mares do universo, com a arrogância que jugamos ter, mas não enxergar, foi fatal. Sinalizar o planeta Terra ao espaço, sem medir forças que poderiam ou não gravitar por ali, futuramente traria o temor dos seres humanos, pois, a sonda BIRD77 captou sinais.

E retornou com eles. Os sinais.

Não poderíamos negar que a sociedade foi avisada. Até a inocente Elizabeth, quando criança, em seus estudos ainda básicos, em suas conclusões, imaginava o quão desastroso seria se aquele plano desse errado.

Hoje, ao encarar Norton Stephens, enquanto o pressionava por respostas, vivia os resultados da pesquisa da sonda BIRD77.

O pó de café misturado a água fervente, espumava, derramando sobre o fogão. Margareth não fazia nada para contê-lo, estava imóvel, aos pés da mesa.

- Não podemos mais ficar aqui – diz Elizabeth, levando suas mãos a cintura, conturbada.

Encarava sua filha mais velha a alguns metros dela, ansiando por explicações e voltava aos olhares de Norton.

- E pra onde iríamos? - pergunta Norton, recusando a olhar novamente para Elizabeth.

- Eu... - gaguejou ela - ...eu, não sei, mas é obvio que se isso aconteceu, Eles estão por perto, não sei! EU NÃO SEI!

Os passos apertados e curtos, Margareth, abandonou a cozinha e com o pano de prato em mãos, caminhou para sala.

- Eles não estão por perto! - interveio a sra., voltando os olhares ali presente, para ela. Encarando-os, Margareth engoliu a seco, suspirou – Saberíamos se Eles estariam aqui, não acham?

Ninguém se opôs a responder. Tudo que viveram até nesse terceiro dia desde o ataque, dizia sobre Eles, na qual chegavam em zunidos bizarros, cortando os ares, percebendo-os instantaneamente. De fato nenhum rastro alienígena expressivo estava presente ali.

- Então que diabos aconteceu agora naquela torneira?! - rompeu o silêncio, Elizabeth, fadigada.

- Eu não saberia lhe responder – Margareth buscava palavras – talvez, talvez esteja acontecendo algo com o córrego de um riacho que abastece a cidade! Talvez seja isso mesmo.

Esperançosa que fosse isso, Margareth, conferiu se o sangue em suas mãos havia sido removido, passou novamente entre a sala, abrindo a porta de entrada e saiu.

- É verdade tudo isso mãe? - indagou Ana Lusia.

A jovem assistia freneticamente o diálogo daquela manhã. A ânsia e o pavor ia lhe consumindo a cada alteração de voz de sua mãe. Saberia que sua opinião alguma hora pesaria na decisão. Sua tensidade diminuiu consideravelmente quando viu que Carol ainda dormia, assim como a filha de Norton, do outro lado da sala.

Elizabeth o encarou por alguns segundos, soltou o suspiro e caminhou até a janela, avistar o que Margareth faria.

- Não vai me dizer mãe?

- Me diga você filha – girou o corpo para trás, olhando para Ana Lusia – olhe em sua volta e me ajude a tomar uma decisão.

Ana Lusia abriu a boca para conceder palavras de apoio para mãe, mas as palavras ficaram engasgadas pela goela. Nenhuma palavra para que expressasse sua decisão saía. Naquele momento Norton olhava para jovem de pé no centro da sala, em meio as cobertas e sofás arrastados, esperando que ela falasse.

Ela era uma garota de imposição, mas lamentou-se em não poder contribuir como queria.

- Eu... não consigo... - respondeu por fim, girando o corpo, afastando-se, indo em direção da sua irmã mais nova que acabava de acordar.

Entre Nós (Revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora