Capitulo Dois

120 38 10
                                    

O que você faria por dinheiro? Realizaria a vontade de outra pessoa por dinheiro? E deixaria isso acima dos seus sonhos?

# O Outro Lado

- Ei, reúna os caras! - Falo para um de meus amigos, ao telefone. -Eu tenho que dançar essa noite, encontro vocês lá em 15 minutos. –. chego ao local marcado em 10 minutos! Encontro meus amigos na mesa que é sempre reservada para nós e me junto a eles, aos sons de eletro music.
- Qual é o problema brother? Está tudo bem? – pergunta meu amigo.
- O que você quer dizer? As bebidas não estão boas? Hum! E se não estiverem quem se importa quando se tem em sua frente tanta mulher bonita, ei! Vamos festejar. – me levanto e vou até o aglomerado de mulheres a minha frente.

# Vale Tudo

Meu nome é John Robert tenho 27 anos, aos sete anos perdi meus pais em um acidente de carro, um acidente que eu estava presente, mas fui o único a sair vivo. Até então fui criado pela minha avó mãe do meu pai, mas a tempo que não moro com ela, por motivos pessoais preferi morar sozinho. Minha avó é muito rica por isso tive tudo do bom e do melhor. Minha vida é só festas e diversão.
Hoje minha avó Dona Barbara como gosto de chama-la uma senhora de 87 anos, estará voltando de viajem, há pouco mais de duas semanas ela se foi para os Estados Unidos ás pressas e não quis me dizer o motivo de sua viajem repentina, e não insistir em saber, só poderia ser algo relacionado às empresas da família. Mesmo eu estando com uma péssima ressaca e ainda tendo passado a noite fora de casa, terei de ir encontra-la pelo menos em sua casa ou eu irei ouvi-la reclamando por um bom tempo, “eu tenho um péssimo neto que não se preocupa com a frágil saúde de sua avo!” que de frágil ela não tem nada, não me entenda mal eu amo minha avó como se fosse minha mãe, mas não a agrada a forma como tenho vivido.
- Não sabia que você estaria aqui quando chegasse de viagem! – disse minha avó a me ver, ela não perecia contente por me ver.
- Como não! Mas é claro que eu estaria aqui, cheguei há pouco tempo queria te ver! Estava com saudade. – vou ate ela e lhe dou vários beijos e abraços.
- John, me largue! Você deve se comportar como o homem que é.
- Que ousadia vovó, eu me comporto 100% como um homem.
- É claro que sim! Mesmo assim e bom que esta aqui queria te falar algo, ia esperar ate amanhã pra te dizer quando fosse te visitar, mas direi hoje.
- E o que é vovó? Essa expressão em seu rosto está me preocupando, é sobre a sua ida aos Estados Unidos?
- Sim! É sobre isso. Vamos ate a biblioteca. – assim que entramos na biblioteca ela continua. - Estou muito doente John, muito doente mesmo e irei morrer.
- Do que você esta falando vovó? Como assim morrer? Não deveria tentar me assustar com esse tipo de brincadeira.
- Tenho câncer de estomago John! E por ser velha ele evoluiu muito e cirurgias não adiantaram de nada.
- Não! Barbara você não pode, isso é mentira! Como vou ficar sem você?
- É justamente isso que quero conversar com você! E é apenas por esse motivo que estou lhe contando sobre minha doença.
- Como assim? Isso não pode ser verdade, você a pessoa mais saudável que eu conheço. E por que só está me dizendo isso agora? 
- Por que você irá herdar a maior parte dos meus bens, por isso quero que comece agora a trabalhar na empresa, já que não terá mais ninguém para te sustentar. Você terá que crescer agora, a partir de hoje acabará a sua vidinha despreocupada.  Você vai ter de trabalhar para conseguir o que quer! Terá que mudar o seu jeito de viver. Virar o homem que sei que pode ser, isso será fácil para você, és um homem inteligente e estudado!
- Do que você está falando vovó como pode se preocupar com herança agora!
- E quer que me preocupe com o que? Com minha saúde? Não me faça rir! Já lhe disse não se tem mais o que fazer! E além de tudo tem uma condição para você poder herdar minha herança.
- E qual é a condição? – minha avó me dá um olhar tão triste.
- Converso com você sobre isso outro dia, fiquei muito cansada!  - ela se vira e sai me deixando sozinho na sala.
Já em minha casa ficava a pensar em todas as palavras duras que minha avó avia dito! Quando recebi uma ligação de Alanna meu primeiro e único amor unilateral, namorada de meu primo Marcos filho adotivo de minha tia.
- John? Como você está? Fiquei sabendo sobre sua avó! Você deve estar querendo conversar.
- Como você soube?
- Marcos me falou! Sua avó ligou para ele dizendo que contou tudo para você.
- Ele sabia e não me disse nada?
- Sua avó lhe proibiu de dizer qualquer coisa. Acho que devemos ir nos divertir hoje, só eu e você o que acha?
- E o que você quer fazer?
- Hoje vai estrear aquele filme que eu queria assistir, quer ir?
- Claro! Alguma vez já me ouviu dizer não para você? Que horas vai ser a seção?
- Vamos à seção das 21hs.
- Então eu passo na sua casa às 20h30min.
- Eu não vou estar em casa, tenho uma exposição. Encontro você lá às 20h50min.
- Certo. Até.
Enquanto esperava Alanna na entrada do cinema meu telefone toca, Alanna está na linha.
- Alô! Desculpa John, não poderei ir ao cinema com você, a exposição ainda não terminou, não posso sair até o final! –diz Alanna.
- Tudo bem, me liga quando estiver saindo te levo pra casa.
- Não é necessário! Já liguei para o Marcos e ele virá me buscar. Você vai assistir ao filme sozinho?
- Não! Na verdade ainda estou em casa, estava me preparando para sair. – minto.
- Então até mais.
Desligo e telefone e olho para a entrada do cinema, e em minhas mãos os dois ingressos que já havia comprado, penso, por que não entrar? Não tenho nada a perder posso assistir ao filme e depois ir para casa, isso! Saio em direção à entrada do cinema para compra pipoca e refringente. Dentro do cinema vou escolher meu acento número H16, sento-me ao lado de uma garota, muito bonita e aparentemente só. O filme está pra começar. Acomodo-me em meu assento.
Por que Alanna tinha que ter escolhido comedia romântica acho que vou dormir. Quando olho para meu pote de pipoca que havia deixado no braço do meu assento, me deparo com uma mão dentro dele, é da garota que está sentada ao meu lado, fico observando-a pra ver por quanto tempo ela continuará a comer minha pipoca. Até que uma hora ela me encara e fala:
- O que é! Tem algo estranho em mim? Por que está me encarando?
- Por que você está comendo toda a minha pipoca. – respondo.
- Há! Desculpa, não fiz com má intenção!  – o olhar de indignação dela e de mais! Nem ela mesma acredita no que estava fazendo. Me seguro para não rir.
- Claro que não! – digo virando-me para ver o filme.
Como pode existir esse tipo de pessoa, que faz uma confusão como esta? Essa garota dever ser muito divertida. Passei a maior parte do filme pensando nessa garota estranha. Até por que o filme não estava nada interessante!
No final do filme pensei em convidá-la para comer, eu precisava me divertir, e acho que com ela eu teria diversão, então enquanto ela pegava seu lixo eu disse:
- Onde você pensa que vai?
- Como assim? Estou indo embora. – me responde intrigada, é legal ver aquela expressão em seu rosto.
- Acho que você não pode ir! Esta me devendo uma pipoca você acabou com a minha. Deveria pelo menos me pagar uma bebida! – eu estava mesmo convidando uma estranha que conheci no cinema para sair? Estava!
- A isso não vai acontecer, já tenho planos pra hoje! – foi sua resposta, mas não a que eu queria.
- Acredito que tenha!
- O que quis dizer com isso?
- Nada! Só que você parece uma pessoa com muitos planos! – ela continuou a andar em direção a saída do cinema. – A qual é vamos lá! Você não parece estar com muitos planos pra hoje veio ao cinema sozinha, eu vim ao cinema sozinho podemos fazer companhia um para o outro, apenas em uma bebida?
- Ela pensou por um segundo!
- Está bem! Acho que você está certo, aonde você quer ir? – responde desconfiada.
Vamos a um restaurante que há ao lado do cinema. Escolhemos uma mesa aonde sentamos. Começamos a conversar em quanto esperávamos que alguém viesse nos atender.
- Por que veio ao cinema sozinha? – pergunto curioso. Geralmente as garotas vão ao cinema acompanhadas dos namorados ou das amigas.
- Estava esperando uma amiga! Mas surgiu um imprevisto para ela. E você por que veio sozinho?
Então ela ia assistir a o filme com uma amiga. Hum!
- Digamos que o mesmo aconteceu para mim! E alias meu nome é John, qual é o seu?
- Eliza! 
- É um nome bonito!
- Serio? Eliza? – ela deu um sorriso.
Eliza já me surpreendeu com sua beleza em uma sala escura de cinema, mas agora que estávamos em um ambiente bem iluminado. Percebi realmente sua beleza, Ela estava com uma calça jeans justa, com uma blusa vermelha e uma jaqueta preta que tirou ao sentar-se. Seus longos cabelos castanhos claros estavam soltos e ondulados por sobre os ombros. Seu rosto comprido acentuava seus olhos esverdeados. Distrai-me por um tempo quando abaixei meus olhos para seus lábios carnudos. Ai meu Deus! Tentei rapidamente pensar em algo para dizer antes que acontecesse um acidente.
- Então o que você faz da vida? Está estudando? – isso seria suficiente para me distrair.
- Eu... Sim! Faço faculdade.
- Legal e o que você está fazendo?
- D... Designe.  E você o que faz? – essa pergunta! Não queria falar de mim. Queria saber mais coisa dela.
- Eu trabalho em um hotel. – disse em fim.
- Serio! E o que você faz lá?
- Eu... Sou. - Fiquei mais aliviado quando a garçonete veio pegar nossos pedidos. Não queria contar-lhe coisas de minha vida para ela, isso é para ser só um caso de uma noite. Ficamos em silencio depois que a garçonete saiu.    – E então, você gostou do filme? – decidi perguntar para acabar com o silencio. 
- Gostei! Embora o final tenha sido inesperado. E você o que achou?
- Pra ser bem sincero, acho que dormi. Por que não me lembro de nada.
Estávamos rindo quando o telefone dela tocou.
- Alo! Que? Como? Claro estou indo ai imediatamente!
- Aconteceu algo? –pergunto.
- Desculpe recebi uma ligação muito importante e tenho que ir!
Ela parece preocupada! Vejo-a se levantar e ir embora. Nessa hora a garçonete vem trazer o nosso pedido, tomo um gole do meu suco, quando um telefone encima da mesa toca, - droga ela esqueceu o celular. Eu o pego e vejo que na tela está escrito, hospital da Helena. Deslizo o dedo até o botão, para aceitar a ligação.
- Alo! A Eliza se encontra?  - diz uma voz feminina muito calma na linha.
- Ela não se encontra no momento!
- Certo, voltarei a ligar mais tarde.
- Vai ser difícil ela atender! Por que ela esqueceu esse celular aqui e não tenho como encontrá-la para devolver.
- Pode ser que ela já esteja a caminho, o senhor pode tentar encontrá-la aqui no hospital.
Depois de pegar o endereço do hospital desligo o celular e vou para o estacionamento. Quando chego ao hospital, vou direto ao balcão de informação.
- Oi! Esse celular deve ser de um paciente de vocês, poderia se encarregar de devolver?
- Claro! – diz a recepcionista.
Quando me viro pra ir em direção à saída a vejo, Eliza conversando com um médico. Viro-me novamente para a recepção, peço o celular de volta, irei devolvê-lo pessoalmente. Quando me aproximo deles vejo que Eliza está chorando pedindo tempo para o médico. Depois que terminam a conversa Eliza sai pelos corredores, e o médico fica ali parado, me aproximo dele e digo:
- Oi! O senhor é médico?
- Sim! Posso ajudá-lo em algo?
- Poderia me dizer qual é o problema daquela moça que estava falando agora apouco com o senhor?
- Você a conhece?
- Digamos que sim! O que ela tem? Por que estava tão nervosa?
- É sua irmã que esta hospitalizada aqui a alguns messes. E estão querendo mandá-la para um hospital público, já que sua irmã não está tendo condições de pagar o hospital.
- E por que ela teria que pagar o hospital de sua irmã sozinha? Seus pais onde estão? Eles não podem ajudar?
- Eles são falecidos, morreram no acidente de carro em que sua irmã ficou em coma! – O médico se vira quando uma enfermeira lhe chama. - Com licença tenho que ir.
O Médico sai me deixando sozinho, fico pensando, perder grande parte de sua família assim em apenas um acidente. E o pior é que sei muito bem o que ela sentiu. Ai Droga! Por que fui me envolver, por que quis saber o que acontecia com Eliza? Agora sinto um censo de obrigação em ajudar. Volto até o balcão de informação, ainda com o celular na mão, falo com a recepcionista.
- O senhor não conseguiu devolver o celular? – pergunta-me a moça de uniforme branco.
- Não! Eu queria... Quanto que ela está devendo para o hospital?
- Posso saber por que o senhor está interessado?
- Por que eu vou pagar!
- O senhor vai pagar?
Assino as papeladas e passo meu cartão na máquina, primeira vez que pago algo para uma mulher sem ganhar nada em troca. Depois de assinado e pago a moça da recepção me dá o recibo, peço pra ela entregar o recibo junto com o celular para Eliza.

Destino Criativo Onde histórias criam vida. Descubra agora