Capítulo 4

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     Emma se dirigiu ao toalete assim que Portia deixou o clube. Sentia-se em fogo após daquele planejamento. Ou talvez o calor tivesse sido causado pela atração que estava sentindo por Fael e que era impossível negar. Céus. Só de olhar para ele ficava com os joelhos fracos. E hoje ele estava maravilhoso. Usava calça preta padrão com uma camisa de colarinho fechado de um tom gelo e blazer.  Bem, não importava o que causara aquele calor desagradável, precisava se controlar de novo. Depois de refazer a maquiagem, pentear o cabelo e recolocar sua fivela de borboleta preferida, Emma se sentiu preparada para voltar na carona com Fael.
   - Emma Alencar. - exclamou Cecília Paiva, antes que Emma deixasse o toalete.
   - Olá, Cecília. - respondeu procurando por seu profissionalismo.
Cecília se inclinou para beijar Emma, e ela se perguntou qual era o motivo do cumprimento mais contido. Seria possível que Cecília tivesse visto ela com Fael em algum lugar do clube?  Quando marcou com Portia esquecera um detalhe, esse lugar é bem frequentado pelas socialite. Cecília suspeitara de alguma coisa naquela manhã? Ou sobre seus sentimentos inadequado por seu ex noivo? Estaria até pensando se Emma tivera aqueles sentimentos o tempo todo, mesmo enquanto ela e Fael estavam comprometidos? Emma concluiu que estava sendo ridícula! Como Cecília poderia suspeitar de qualquer coisa? Isso era só uma consciência culpada falando. Além disso, pensou, mesmo se ela suspeitasse de alguma coisa, por que se importaria agora? Ela não quisera Fael, quisera a Garret. No entanto, mesmo depois de se dizer aquilo Emma ainda se sentia desconfortável.
   - É bom vê-la. Gostaria de saber como vai Fael? Não tenho notícias dele desde que rompemos. Como ele está reagindo ao rompimento? - perguntou Cecília, pois sabia que Emma e ele eram bastante amigos.
   - Provavelmente está de coração partido. - Emma mordeu o lábio inferior aflita.
   - Sinceramente, eu gostaria que não tivesse. - Cecília fez uma careta.
    Emma sentiu que Cecília tinha um coração bom e que realmente gostava de Fael, embora não dá maneira certa pra se casar com ele.
   - Esses dias você o viu? - Cecília olhou em volta depois de fazer a pergunta.
    Isso deixou Emma muito mais desconcertada.
   - Ele tirou uns dias de folga. Desculpa, a gente poderia falar disso em outra ocasião? Eu preciso ir embora agora, já chamei o Uber. - Emma não queria dizer que o vira porque temia demonstrar seus sentimentos se falasse sobre ele, no entanto odiava mentir, mesmo que fosse por omissão e não por palavras.
   - Oh, claro. Me desculpe se te atrasei. Tchauzinho. - acenou Cecília.
    Infelizmente quando Emma virou o corredor para sair do toalete, em pé diante do grande espelho da bancada da área externa estava Delia Talbot, a fofoqueira do noticiário local, uma das pessoas de quem menos gostava.
   - Emma, querida a quanto tempo. - Delia exclamou com exagero.
   - Olá Delia. - embora não tolerasse a mulher, não havia necessidade de ser hostil e sair no noticiário de fofoca na manhã seguinte. - Você está ótima.
   - Absolutamente maravilhosa. - Delia bateu no penteados do cabelo tingido de loiro platinado que estava perfeito como se tivesse acabado de sair do salão de beleza.
    Impressionante como as pessoas pareciam adorar loiro platinado. Não percebiam que a versão tingida parecia o que era, uma farsa completa?
   - Como está, querida?
   - Estou ótima. - o tom de Emma impedia comentários adicionais. Porém Delia era obtusa demais para entender a direta.
   - Deve andar exausta com tantos casamentos, inclusive o do Meier. Sem mencionar os eventos adicionais. - a mulher sempre sabia de tudo, um primordial motivo para Emma sair o mais depressa possível de sua companhia.
   - Adoro me manter ocupada. - com essa resposta Emma se virou para deixar o toalete.
   - Fiquei chocada com o que seu amigo fez com você. - Delia não desistia nunca. Tirou o gloss da bolsa e aplicou uma nova camada.
   - Não sei do que está falando. - Emma parou e franziu a testa sem entender.
   - Oh, vamos lá, Emma, de uma hora pra outra Ferraz cancelou o casamento. Isso mostra que não se importa com quem fique magoado. Francamente foi horrível a maneira como deve ter feito Eva perder dinheiro.
   - Ah, esqueça. Estou desperdiçando meu tempo com você.
    Bufando Emma saiu do toalete.  Disse a si mesma pra se acalmar, mas ainda estava fumegando de raiva por ter se dado o trabalho de trocar algumas palavras com aquela mulher desprezível. Desceu para o estacionamento do clube sem se importar se alguém a via entrar no carro de Fael.
   - O que houve? - havia preocupação na voz dele. - Alguma coisa errada?
   - Delia Talbot, a pior de todas as bruxas. Preciso dizer mais?
    Fael concordou que não na mesma hora e eles partiram. Emma achou melhor não mencionar a Fael que vira Cecília também e a carona foi silenciosa.

     Ao terminar o trabalho em Dallas, Reed dirigiu diretamente para o restaurante Emerald, onde Eva havia marcado de almoçar com as amigas. E com certeza, alguma delas já estava lá. Lily Stuart usando um lindo vestido de estampa fina e detalhes nas alças, produzido por sua própria grife, tinha os olhos vibrantes, lábios cheios e corpo mignon poderia ser uma ótima modelo. E Vanessa Klein, grávida de seus 7 meses, radiante num vestido de gestante que abraçava o ventre enorme.
    Reed usou os poucos momentos antes das mulheres perceberem sua aproximação para estuda-las. Mas não teve muito êxito, porque naquele momento Lily se virou e viu Eva.
   - Eva! - acenou sorridente.
   - Oi, Lily. Oi, Vanessa. Quero que conheçam meu assistente Reed.
   - Oi, Reed. - Lily disse com calma. - É um prazer conhece-lo.
   - O prazer é todo meu.
    Beijos, abraços e elogios se sucederam enquanto todos se acomodavam na mesa. Reed se sentiu confortável e tranquilo ao sentar ao lado de Eva. Quando o garçom que servia a mesa delas surgiu, ele pediu uma taça de vinho alemão, então começou a participar da conversa que tinha como assunto primordial entre as mulheres o planejamento do chá de bebê da Vanessa.
   - Onde vai ser realizado?
   - Na casa de Jennifer, prima do Paul. - informou Vanessa com um sorriso de felicidade e distraída arrumou uma mecha solta do cabelo ondulado.
   - Espero estar convidada. - disse Eva com entusiasmo.
   - É claro que está. - Vanessa lançou um olhar de incredulidade. - Como pode até mesmo pensar que não gostaria de ter a mãe de minha planejadora no meu chá.
   - Exatamente, aliás, é um chá para amigas, independente de trabalho. - Abby Talbot, a última convidada para o almoço chegou. Também estava perfeita num vestido verde que realçava uma sedosa pele clara.
    Depois de consultarem o cardápio, preferiram quase todos, salada, peixe e frango. Vanessa dissera que naquele dia comeria um massa.
   - Conhecendo você, estará de volta ao tamanho 40 antes do bebê fazer um mês. - comentou Lily.
   - Nunca vestir um tamanho 40 na vida. - refutou Vanessa.
   - Bem, 42, então. - Reed também desfrutou da brincadeira.
   - Hum, analisando direitinho é 44, garanto. - adicionou Abby.
   - Escute só o que todos dizem, Eva. - Vanessa fez um bico.
   - Como se você fosse gorda ou alguma coisa assim. - completou Eva.
    O clima era agradável no almoço, todas eram mulheres maravilhosas e haviam se tornado amigas leais e se apoiavam durante todo o tempo que surgira problemas. Até mesmo Abby havia sido leal, embora a mãe dela, Delia, se divertisse muito escrevendo as traições, e decepções, e percas entre outras fofocas das pessoas na cidade. Havia muito que Eva se perguntava como mãe e filha poderia ser tão diferente, já que Abby nunca fofocava. Talvez tivesse tido demais daquilo enquanto crescia ouvindo os mexericos.
   - Licença, preciso ir ao banheiro. Agora não falem de mim quando não estou aqui para me defender. - Reed empurrou a cadeira para trás e se levantou.
    Elas riram. O garçom se aproximou para saber se queriam mais alguma coisa e elas pediram uma jarra de água com gelo. Pelas horas seguinte falaram sobre cartas de chantagem que Paul, o marido de Vanessa havia recebido. Abby estava convencida de que havia uma ligação entre as tentativas de extorsão e o furto dos diários de sua mãe, e Vanessa não pode deixar de pensar que ela estava com a razão. Quando exauriram o tópico, a conversa se voltou para a batalha judicial em andamento de Lily e Stuart.
   - Lamento que ainda tão jovem tenha que passar por tudo isso. - Reed envolvido com os assuntos das mulheres e abertamente solitário estendeu as mãos para segurar a de Lily. Sua recompensa foi um sorriso de gratidão.
    Em momentos como aquele, Eva não conseguia deixar de lembrar da forma como a família de Brito, seu falecido marido, se afastara dela e de Emma nas horas que mais precisou.
   - Apenas saiba que isso vai passar. - Eva também estendeu a mão para Lily.
   - Obrigada. - a voz dela era suave e embargada pela emoção.
   - A todas vocês. - Abby ergueu um copo de água.
   - E a amizade. - completou Reed.
    Depois de fazerem o brinde, a conversa se voltou para o planejamento do chá de bebê de Vanessa e antes que Eva percebesse, era hora de partir. Sorriram umas as outras, se abraçaram e se despediram prometendo se encontrarem logo.
    Reed veio deixar Eva no escritório da Alencar e estava entrando no carro para partir quando viu Fael.
   - Ei, Fael. É bom vê-lo de volta.
   - Ei, Reed. Como está?
   - Cansado. E você?
    E lá estava aquela expressão de pena que Fael passara a odiar.
   - Ótimo. - Fael forçou um sorriso.
   - Não, quero saber como está realmente.
   - Estou ótimo. - o tom se tornara irritado. - Queria que todo mundo parasse de perguntar.
   - Desculpe. Eu apenas... você sabe.
    Reed sinceramente não se aborreceu com a resposta brusca de Fael e acenou com a mão. Devido a outro compromisso dentro de poucos minutos, correu, entrou no seu carro e partiu sem mais delongas.

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Gente obrigada pela atenção,
se encontrarem muitos erros me perdoe, não sou nenhuma profissional
e essa é minha primeira
experiência.😘

Por um milhão de dólaresOnde histórias criam vida. Descubra agora