proibido

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na profundidade de seus olhos
não posso mergulhar
a textura de seus lábios
pareço não poder analisar
estamos limitados
à um desejo reprimido.

Desde a tarde em que à vi na loja de tecidos de mamãe soube que muito iria sentir. O modo lento como se movia, alisando os tecidos, observando cada extremidade do humilde estabelecimento pertencente à minha família.

Me distraí por um breve momento, e uma pitomba na nuca recebi. "Moleque tonto! Não está vendo o quê faz?! Estragou o tecido completamente!"

Sua risada atrás de mim ecoou, e assim nossos olhares se cruzaram pela primeira vez. Naquela noite, dormi pensando naquele lindo sorriso e na imensidão castanha de seu olhar.

Várias vezes a encontrei, e em todas elas, conversávamos até não sobrar tempo. As mais gostosas gargalhadas foi ela quem me arrancou. E de nossos momentos juntos, saiam belas poesias vindas de mim. A mulher dos cabelos castanhos e sorriso grande despertava em mim coisas dos quais eu não tinha ao menos o conhecimento da existência.

Trocamos carícias e frases de amor. Cantamos juntos para a mais bela das plateias: a lua e o sol. Tão brilhantes quanto nossos olhos quando se encaravam.

Entretanto, algo aconteceu.

Meu amor parecia estar sempre esgueirando-se de mim. Fugia de meus olhares, parecia até mesmo aturdida. No final do dia, lá estava eu, descalço, encarando as estrelas e me perguntando o porquê.

"... Madame dos cabelos castanhos? Ah, sim! Clarice, tu diz? Mulher muito bonita mesmo, teu irmão tem sorte, ein? Com todo o respeito!"

desejo reprimido.

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𝐃𝐄𝐒𝐄𝐉𝐎 𝐑𝐄𝐏𝐑𝐈𝐌𝐈𝐃𝐎 𝐨𝐬 𝐚𝐦𝐚𝐧𝐭𝐞𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora