○ O começo ○

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Eu deveria começar essa história com "Era uma vez", acho tão clássico, tão elegante, um pouco clichê, eu admito, mas tão classudo. Ok, já decidi, vou começar desse jeito mesmo, a história é minha mesma, não é? Então vamos lá, só deixe-me pensar em como começar, é uma história tão cheia de aventuras que fico bastante empolgada e cheia de ideias de como dar início. Bom, começar de como uma guardiã me contou. Quando eu nunca imaginaria ser uma bruxa, era apenas uma aluna da faculdade de literatura e adorava desenhar criaturas mágicas, essas inspirações surgiam na minha cabeça, e do nada, voai-la, mais um goblin para a coleção de desenhos esquisitos. Ainda tenho alguns, perdi mais da metade na batalha contra um elfo inimigo quando tentei pegar meu cordão de pedra azul, minha casa virou pó depois disso, foi uma luta e tanto, mas graças as fadinhas saltitantes eu consegui voltar com minha pedra da lua, tudo teria acabado mal se aquele elfo tivesse colocado as mãos no meu cordão. Ah sim, onde eu estava? No começo, ok, sem mais delongas, estou pronta.

Tudo começou quando uma das bruxas mais poderosas da montanha da luz estava atrasada para um encontro secreto na caverna das flores. A floresta estava escura, iluminada apenas pela lua cheia e pela luz roxa que passava entre árvores, seu capuz roxo arrastava nas folhas secas, seu cajado iluminando caminho e sua agilidade não deixando escapar qualquer barulho. A floresta estava cheia de elfos inimigos, mandados para impedir que qualquer criatura tetar-se fugir para outros reinos. Qualquer barulho poderia colocar a liberdade da bruxa em jogo, seria ela mandada para o palacete e de lá, para uma prisão por toda a eternidade. Ela chegou mais perto de um arco de pedra que estava coberto por uma cortina de flores mágicas e atravessou, caminhou sobre a trilha de pedra que cortava o riacho da felicidade e parou em seu meio.

- Que tristeza é esse riacho, não tem mais felicidade e a água está acabando. - Ao olhar para a água correndo silenciosamente rasa e curta, deteve sua tristeza e suspirou profundamente, continuou a caminhar até o fim do caminho de pedra segurando a saia do seu vestido. A bruxa abriu uma pequena porta de madeira, já ouvindo o falatório dos que estavam dentro da pequena sala.

- Aristela! Está atrasada! - O grifo anunciou sua chegada paralisando todo o falatório.

- Desculpe Oris, não vai se repetir -  Oris é o guardião dos portais mágicos entre o mundo real e o mundo mágico, é um cargo muito importante e por isso ele se orgulha tanto, afinal, Oris tinha total vocação para esse dever, era sempre pontual e habilidoso.

- Vamos começar logo com isso! Os elfos estão cada vez mais espertos para meu gosto. - Jade, filha de Valquíria - uma das guerreiras do palácio que havia morrido lutando contra a irmã do mago dos magos - tomou o lugar de sua mãe, liderando os guerreiros e os arqueiros. Ela tenta manter a imagem da sua mãe, usando roupas escuras e de cor vinho, sempre segurando a espada que ela usara, punhos mágicos feitos de ferro e aço e a mesma postura firme, cheia de coragem, em quase tudo o que faz. Infelizmente, boa parte dos soldados e arqueiros estão presos, a proteção da montanha está sendo obrigação dos elfos inimigos, os guerreiros soltos estão sendo usados ​​como empregados.

- Vamos, vamos - Oz, o líder dos magos e da sabedoria, fica de prontidão na mesa redonda de pedra, joga para trás sua capa azul-escura cintilante e com um estalar de dedos fez surgir um pequeno papel em sua mão. - Eu tenho que mostrar isso para vocês. - Soltou o pequeno papel, o mesmo ficou flutuando no meio da mesa.

- Show de mágica? Não tem nada nesse papel Oz! - E por fim, a fada das fadas falou ao voar envolta do papel amarelado. - Não acredito que viemos aqui para nada.

- Não, não - Oz se adiantou - Eu fui até Adônis e ele me deu este papel, só precisamos usar algum feitiço para saber o que está escrito.

- Adônis usou magia na caverna dos banidos? - Aristela estava suspirando de susto. - É impossível.

-Estamos falando de Adônis Aristela - Jade interrompe cruzando os braços e cerrando seus punhos de aço.

- Como vamos saber o que tem aí? - A fada Áurea levantou de suar cadeira para chegar mais perto.

- Acalmem-se - O mago da sabedoria já tinha uma ideia em sua cabeça. - Ari, lance aquele feitiço de descobrimento. - Aristela olhou para o pequeno pedaço de papel, e em um gesto com a mão o chamando ele flutuou até a altura do seu queixo, ela segura o seu cajado com mais força e ao falar uma frase mágica tilintando com os dedos, deixou cair pontos de cor roxa até o papel.

- Com pressa e sem demora, eu descubro seu segredo agora. - O pedaço de papel voou rápido até o meio da mesa, subiu até o teto e se desfez em uma chuva de ouro, que ao cair formou uma frase dourada.

"A filha do mago que preso está, descansa em sua cama real. Somente ela pode impedir o mal e libertar a montanha da luz."

- F-filha do mago? Adônis tem uma filha? - Áurea gaguejou de tão nervosa.

-Ora... Adônis teve uma filha.  Obrigado Ari - O mago agradeceu sorrindo.

- Mas.... mas como? - A bruxa não estava acreditando em nada.

- Se ela vive, por que não está aqui? - O grifo indagou e todos, menos o mago, consentiram com ele.

-Cama real... - Oz perambulou pela pequena sala pensando na frase que já se desfizera no ar. - Sim, sim, sim!

- Sim o que homem? - Jade estava impaciente.

- Ela vive no mundo real, a filha de Adônis está no mundo real.

- Sim,.. - O guardião do portal murmurou - Eu deixei Léia passar pelo portal antes que alguém descobrisse que a mulher do mundo real que Adônis se envolveu, estivesse aqui. Mas eu não sabia que estava grávida.

-Ora, mas que alegria... por lei da montanha ela tem direito ao poder de governar. - Ari rodopiou na sala soltando faíscas roxas.

-Isso mesmo, ela tem o direito por lei e isso pode mudar tudo - Jade continuou e todos saltaram de felicidade.

- Mas quem vai atrás dela? - A fada lembrou-se da parte mais importante do plano que estava surgindo. - Alguém tem ir procurar ela, não é?

- Suas fadas poderiam ir. - sugeriu Oz.

-Eu não vou mandar minhas fadas para o mundo real. Oris pode mandar um de seus guardiões.

- Os meus guardiões estão muito ocupados cuidando dos portais Áurea - Ele  rebateu.

- Eu já sei - Aristela falou sorridente - Eu vou mandar meus goblins! - Ninguém adorou a ideia, porém era uma única alternativa. Todos os presentes na sala assentiram e planejaram que no próximo anoitecer os três goblins viajaram para o mundo real e retornaram com a filha de Adônis no anoitecer seguinte. A reunião continuou com mais alguns falatórios e depois cada um foi para sua região envolta da montanha da luz.

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⏰ Última atualização: Nov 28, 2019 ⏰

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AZUL - E a montanha da luzOnde histórias criam vida. Descubra agora