Capítulo 30 - Run Boy Run

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A Herdeira de Hécate

Run boy runThis world is not made for youRun boy runThey're trying to catch you

Capítulo 30 - Run Boy Run (Woodkid)

Eu realmente não imaginava que conseguiria dormir por muito tempo. Na verdade, talvez eu já tivesse certa certeza. Eu tinha percebido que nada na minha vida era fácil há muito tempo. Quando se é semideusa, nada era fácil. Então, quando Nico me acordou desesperado, não me assustei tanto. Eu realmente achava que nossa viagem até Topeka seria ininterrupta?

- Onde estamos? - perguntei, preocupada com a comoção de passageiros no ônibus parado.

- Pennsylvania ainda, nos arredores de Allentown. - disse Nico, pegando nossas mochilas no compartimento de bagagem de mãos.

- O que está acontecendo?! - Paige perguntou à nossa frente, meio desesperada enquanto Travis pegava a bagagem dos dois.

O ônibus deu uma balançada violenta, como se respondesse à pergunta da loira. Os passageiros estavam em desespero, confusos com o que acontecia.

- O que é aquilo lá fora? - uma mulher perguntou, não muito atrás da gente.

Estava prestes a olhar o que era, quando Nico jogou a minha mochila em meus braços.

- Monstros. - ele respondeu a mim, fazendo um sinal para a bota onde eu guardava a varinha que minha mãe me deu.

Era hora de agir.

Peguei um pequeno livro de feitiços que eu tinha na mochila de extensão e o deixei às mãos enquanto pendurava de volta nas costas. Atravessamos o ônibus, os quatro juntos, enquanto o que quer que seja que ainda estivesse lá fora mexia o ônibus como se pretendesse derrubá-lo. E eu não podia deixá-lo machucar pessoas inocente. Olhei por uma das janelas laterais e finalmente os vi. Dois cavalos de cada lado, empurrando o ônibus como se fosse um brinquedo do parquinho. Poderiam ser taxados como cavalos comuns, a não ser pela fileira dupla ou tripla de dentes de tubarão que estavam expostos. Eu reconheci aqueles cavalos das pesquisas que Annabeth me passara antes de sairmos do Acampamento.

Podargo, Lâmpon, Xanto e Deino eram os quatro Cavalos de Diómedes. E, pelo que eu sabia, a alimentação deles era um pouco diferente da dos cavalos comuns.

Virei-me para o motorista, que parecia um pouco desesperado, e tentei manter a postura firme.

- Senhor, preciso que abra as portas para mim. - eu pedi, e ele me olhou assustado. - Quando nós quatro sairmos, você saia daqui. Vá à toda velocidade que precisa ir, e não olhe para trás.

- M-m-mas, senhorita... - ele começou, mas foi interrompido por um barulho forte de metal sendo amaçado e partido.

Os cavalos estavam quase entrando.

- Faça o que ela pediu. - disse Nico logo atrás de mim, o olhar sombrio e firme. - Acredite, para seu próprio bem.

Vi quando o motorista olhou para os passageiros em desespero, engolindo em seco. Eu sabia que ele não deixaria aquelas pessoas se ferirem e isso se confirmou quando ele assentiu, preparando-se para abrir as portas ao nosso sinal. Virei-me para a porta, e consegui ver uma das partes traseiras de um dos cavalos. Senti o bombeamento da adrenalina no sangue logo ao meu ouvido e rezei para não estar tremendo. Peguei a varinha na minha bota e me preparei para dar o sinal, mas Nico puxou meu punho e se colocou à minha frente.

- Nico! - reclamei.

- Não posso te impedir de lutar, mas posso impedir que você seja o alvo mais fácil. - ele disse no mesmo tom firme que usou com o motorista e, se eu não estivesse com a adrenalina tão em alta a ponto de explodir por cada poro do meu corpo, eu teria achado fofo da parte.

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