Capítulo 12

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Apertei minhas mãos contra a cintura de Grace, sentindo sua pele queimar contra meu toque. Seu hálito tinha cheiro de vodca e limão e eu gostaria de saber se sua língua tinha o mesmo gosto.

Na manhã de hoje, após o treino horrível de Lacrosse que tivemos, eu fui direto para casa. Minha mãe tinha saído mais cedo do trabalho e por isso tinha buscado Tristan na escola.

Eu limpei meu ferimento mas mesmo assim minha mãe percebeu quando deixei cair um pouco de macarrão fumegante no meu queixo e dei um grito. Eu disse que tinha caído durante o treino e ela deu de ombros.

Cristina passou a tarde toda me implorando para ir à tal boate mas eu não tinha a mínima vontade de aparecer naquele lugar, ainda mais com Grace.

Porém, a ideia pareceu ser bem melhor do que ficar em casa, quando meu pai Richard, que não dava as caras durante quatro anos resolveu aparecer na nossa porta.

A discussão estava armada e eu não queria estar lá para ver, por isso, levei Tristan para minha tia Carolyn e depois pedi a Cristina para que me buscasse no meio do caminho.

E aqui estava eu, com as mãos na cintura nua de uma Grace Ramirez demasiadamente bêbada e que pretendia me beijar a qualquer momento.

-Amy...-ela jogou um sorrisinho de lado e meu coração palpitou mais forte. Senti meu telefone vibrando no bolso traseiro do meu short mas ignorei.
-Oi?
-Eu quero te beijar, Amy.
-Grace...
Mas ela já estava segurando meu rosto e seus lábios se encostaram nos meus. Meu subconsciente gritava e eu só a puxei para mais perto e deixei sua língua entrar na minha boca. Tem razão, ela tinha gosto de vodca, limão e pastilha para garganta. Sua língua era macia mas com movimentos precisos e eu senti uma pontada no meio das pernas ao pensar nisso. Senti olhares ao nosso redor, mas apenas apertei mais os olhos e a beijei novamente. Sua boca caiu para o meu queixo machucado e eu estremeci quando sua língua passeou por ele. Ela abriu os olhos e sorriu de leve, diante da minha expressão eufórica.
-Grace...
Seus lábios pararam de me tocar e de repente seu rosto ficou de um tom amarelado e com certeza não eram as luzes fluorescentes. A levei para o banheiro rapidamente, empurrando a porta quebrada com meu pé esquerdo e segurando seu cabelo enquanto ela vomitava.

Não era como eu pensava que seria nosso primeiro beijo. Isso está parecendo uma das cenas de Booksmart.

Após 5 minutos vomitando, Grace foi para a pia se limpar. O som da boate se tornou abafado pela porta do banheiro.

-Você está melhor?
Ela se virou, mexendo na roupa.
-Acho que vou para casa. Não estou me sentindo bem.
Eu concordei.

Esperei Grace do lado de fora da boate, enquanto ela ligava para Roxana. Senti o vento gelado passar por meu corpo e estremeci pela terceira vez no dia.

Eram exatamente 1:45 da manhã quando o Toyota de Roxana parou em frente a casa noturna. Ela abriu a porta do carro e Grace se virou para mim.
-Você quer dormir lá em casa? -sua voz estava rouca.
Pensei um pouco. Eu poderia enviar uma mensagem para minha mãe e ela não se importaria, mas pensei melhor.
-Eu não sei como está o clima lá em casa, então...
Grace suspirou.
-Eu entendo. A gente te deixa em casa.
Assenti com a cabeça e entrei no carro, me sentando no banco de trás. Alguns segundos depois, Grace se sentou ao meu lado, nossas pernas encostando uma na outra.
Enquanto passávamos em frente ao Shopping, Grace roçou seu dedo mindinho no meu e o segurou logo depois.
Eu me virei repentinamente e olhei para sua mãe pelo retrovisor, mas ela estava focada demais na estrada.
Sorri e os olhos castanhos de Grace se iluminaram diante os faróis dos carros.

Me senti completa pela primeira vez depois de tanto tempo.



Nota: Oi, pessoal. Espero que estejam gostando da história. Me esforço ao máximo para poder lançar ao menos um capítulo por dia, me perdoem se eu não conseguir. Se gostarem não deixem de votar e me seguir, ok? Beijinhos e até o próximo capítulo ❤️

BROKED - Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora