II

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Como a baladeira de carteirinha que sou, chego prontissima no meu bar preferido: The Bar. Meu interesse pelo bar começou meramente pelo nome, achei criativo. Logo depois foi o dono. João Neto: Moreno, alto, bonito e sensual e com bônus de ser dono de um bar. A minha cachaceira interior deu pulos de alegria. Começamos com o sexo casual (e ainda continuamos para falar a verdade), mas infelizmente, ele gostaria do algo mais e para o algo mais eu não estou pronta. No fim, somos amigos. Não menti pra ele e ele sabe da minha história com o inominável. O João me respeita, acima de tudo e sabe o que eu quero. Me sinto uma babaca por usar ele, ele diz que não se importa, mas não eu sei que ele só aceita as minhas migalhas por causa do sentimento que nutre por mim, não sou cega. A situação toda é uma merda. Uma hora ou outra todos nós somos tóxicos.

Chego no bar e vou direto para o balcão, o barman já me conhece e já vai abrindo a minha cerveja. Sim, eu sou cervejeira. A parte ruim são as idas ao banheiro, mas vamos confessar que beber cerveja é uma delícia.

Bebericando a cerveja despreocupada, olho o rótulo e vejo escrito Stella Artois. Uma das primeiras cervejas que bebi com ele. Sim, ele que me fez apreciar o ramo da cervejaria. Me sinto melancólica e não consigo evitar, as lembranças sempre estão presentes, na maioria das vezes eu só empurro ela para o subconsciente.

Decidida a esquecer, tomo toda de uma vez, peço outra e vou para a plataforma de karaokê. Peço girls wanna have fun e começo a cantar do meu jeitinho desafinado e sem vergonha nenhuma.

No meio da minha performance, avisto o João me olhando do balcão de bebidas e dou meu melhor sorriso.

— CANTE COMIGO DAÍ, JOÃO.

Grito e ele balança a cabeça com seu jeito tímido. Termino a minha performance e desço do pequeno palco. Vou até o João e ele me dá um beijo na bochecha.

— Você está linda, Sá.

— Não me encha de elogios, minha mãe diz que eu já me acho muito.

Rimos juntos e pego outra cerveja.

— Bebendo no meio de semana?

— Dia difícil e sabe como é: alcoolismo está no DNA da família.

— Você sabe que não pode usar essa desculpa sempre.

Sorrio e pisco pra ele.

— Enquanto não acho uma melhor.

— Você quer subir comigo para minha sala?

Nada discreto como sempre, dou uma pequena risada.

— Só vim pelas cervejas, João, mas obrigada pelo convite.

— Você quer conversar?

Me conhece e sabe que tem alguma coisa, para que eu rejeite o sexo, o mundo deveria estar acabando. Olho para ele séria e opto por falar, afinal, não mentimos um para o outro.

— O Felipe está voltando e eu estou surtando.

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⏰ Última atualização: Dec 02, 2019 ⏰

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Ops... Fiz merda novamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora