Capítulo Quatro

81 27 11
                                    

Por que alguém não pode receber uma pequena doação sem ferir seu ego? Até mesmo quando é para o seu bem pessoal. Apenas aceite!

# Lidando Com As Consequências

Depois de ter dado de cara com Eliza em minha porta as surpresas não pararam por ai, no dia seguinte minha avó me convocou para uma reunião na empresa que um dia foi do meu avô e que minha avó tem dirigido desde sua morte. A empresa em que minha avó dirige, é um ramo de hotéis. Foi a primeira a ser criada agora temos filiais espalhadas pelo mundo.
Quando cheguei, na empresa fui direto para a sala de reuniões, onde estavam todos os endereçados há herança de vovó.
- Está atrasado! Sente-se. – diz minha vó, apontando para a cadeira a sua frente.
Olho para o meu redor, poucas pessoas estão nessa reunião, entre elas meu primo Marcos e sua namorada Alanna.
- Chamei vocês aqui hoje, para dar uma notícia. Como quase todos aqui já devem estar sabendo, já não me restam muito tempo de vida. Posso viver dias, semanas, messes ou talvez até mais alguns anos. Mas isso não é o importante agora. Marquei essa reunião para deixar meus netos a par da situação da empresa, vou deixar a frete de vocês e como presidente temporário, meu neto John. E você Marcos! – diz minha avó olhando para Marcos que está ao seu lado. – Você continuará a cuidar de nossa publicidade, John cuidará de sua imagem.
Marcos é ator! Ele sempre foi à imagem da empresa, nunca teve interesse pela liderança da empresa. Agora que penso, Marcos passou mais tempo do que eu, com a vovó desde que o nosso avô morreu.
- Por que presidente temporário? – pergunto para minha avó.
- Eu disse a você que haveria uma condição! Para você herdar a empresa deverá se casar, e eu reconhecer o casamento antes de minha morte.
- O que? Como assim? Casamento!
- Estão todos dispensados. – diz minha vó. – Conversarei com John a sós. – depois de todos saírem minha avó continua. - John? Você sabe como é importante para mim, assim como o seu pai, você é como um filho para mim. Criei-te desde pequeno. E a única coisa em que eu mais me preocupo é em te deixar só. Eu conheço muito bem você, sei que não está interessado em relacionamentos, mas meu maior desejo é te ver como um homem de família, assim como vi o seu pai.
- E se eu não aceitar isso?
- Você ficará sem nada! Perderá sua casa, carro e a empresa. Mas se você aceitar terá tudo o que sempre teve. Você também começará a trabalhar no hotel e irá em alguns encontros arranjados que farei para você.
Por que minha avó tem que ser assim? Já basta saber que ela está doente ainda me impõe esse tipo de situação, que por cima não me convém. Saio da empresa e vou para uma das baladas que costumo frequentar.
Penso na situação em que estou, enquanto peço mais um copo de vodka para o garçom.
O que fazer? O que fazer? O que fazer?
Essa pergunta não sai da minha cabeça, como poderei ficar sem casa, sem carro, sem dinheiro e sem a vida de que estou acostumado?
# Tentando
Minha cabeça dói, enquanto acordo em um quarto um pouco familiar.
- E então! Você acordou? – vejo que Alanna está ao pé da cama.
- Que horas cheguei aqui? – digo sentando-me e pegando uma xícara de café que Alanna me oferece.
- Por volta das 4hs da manhã!
- Desculpa! Estou sempre te atrapalhando?
- Por que estava bebendo quando você tem algo importante para resolver?
- Pra resolver? Como acha que vou resolver algo como isso?
- John... Ao menos tente! Não se dê por vencido tão fácil. Você é um homem lindo, educado, gentil e entre outras coisas. Terá a mulher que desejar.
- Não! Não tenho a mulher que desejo, você sabe disso.
- Você deveria deixar o que aconteceu no passado! Eu amo o seu primo e a pesar de nossas brigas frequentes, nunca irei deixá-lo. Acho que está na hora de você desistir.
- Eu não consigo fazer isso tão facilmente, meu coração é e sempre será seu, se não é com você não será com mais ninguém já lhe disse.
Levanto-me pegando minhas coisas vou em direção à saída. Quando chego em casa minha avô está me esperando na recepção.
- Sua aparência está péssima, por que não dormiu direito? – pergunta minha avô como se nada tivesse acontecido no dia anterior como se nunca tivéssemos tido aquela conversa
- Bom dia! Você está aqui! – digo sem nenhum tipo de demonstração afetiva. – Mas então o que a senhora está fazendo aqui tão cedo?
- Preciso de sua resposta John! Quero saber se você vai fazer o que eu pedi?
- Eu não tenho outra escolha! Tenho que aceitar! Só assim poderei continuar com o meu estilo de vida.
- Bom menino! Vou marcar um jantar com Marina filha de um amigo de seu avô. Não se atrase. Mas tarde vou lhe enviar uma mensagem dizendo onde você deve ir.
# Seguindo As Regras
Era por voltas da 16horas da tarde quando minha avó tocou a companhia do meu apartamento.
- Dona Barbara? O que você faz aqui?
- Vim para me certificar de que você estava realmente pronto! Mas vejo que não. – realmente eu não estava arrumado estava com uma bermuda um blusa branca sem gola. – Você não esqueceu do seu compromisso de hoje? Esqueceu?
- Compromisso? – Dou uma de desentendido, mas sei exatamente do que ela está falando.
- O encontro às escuras que eu te avisei!
- Ah! Isso!
- Sim! isso! Como acha que irá encontrar alguém aqui em seu apartamento?
- Eu irei vovó! Já lhe disse que irei.
- Então não seja relaxado John já disse que estou falando sério!
- Vovó! Eu sou um realmente homem muito, muito sério.
- Você realmente é bom com as palavras! – diz com um sorriso.
- Herdei isso do vovô!
# Encontro Às Escuras
Estava sentado em uma mesa de um restaurante muito chique no centro da cidade, esperando por Marina, antes de sair de casa, vovó me falou um pouco sobre Marina a neta de seu amigo. Estava olhando para a entrada do restaurante, quando entrou uma mulher, ela batia com as características que minha avó me passou. Mas tive certeza que era ela quando a recepcionista se dirigiu em minha direção com Marina logo atrás.
- Aqui está o Sr. John! – diz a recepcionista, se dirigindo de Marina para mim. – Senhor? Aqui está a sua convidada.
Antes de se retirar a recepcionista deixa dois cardápios, - Daqui a pouco um de nossos garçons virá pegar o pedido de vocês. – depois de nos apresentarmos, e falarmos um pouco de um para o outro ficamos em silencio! Marina é muito bonita, linda se assim por dizer, mas não tem aquela beleza que um homem procura. Ela está com seus cabelos pretos em um rabo de cavalo. Tem olhos castanhos e veste uma calça de couro preta que deixa suas curvas bem expostas e uma blusa branca de mangas. Realmente linda, mesmo assim não me senti atraído por ela.
- Eu vi você em uma reportagem de revista. – disse Marina, rompendo o silencio! – Você vai herdar o hotel mais famoso do país! E você foi eleito o cara mais bonito a liderar um hotel, ainda mais sendo tão famoso.
- Isso é o que o departamento de publicidade da companhia faz, no lugar de eles promoverem o hotel promovem o presidente. – digo com um sorriso.
- Bem a mentes deles são bem criativas. – Ela parou por um tempo. – Você já foi a um encontro às escuras antes?
- Não essa é minha primeira vez.
- Sendo assim! Comparada a você eu sou uma veterana! Não? Meu pai tem uma necessidade enorme de que eu me case com um homem bem sucedido.
- Hum! E esse homem seria eu? – Ela não me responde apenas me dá um sorriso.
- Com que tipo de mulher você quer se casa? – serio? Ela estava mesmo me perguntando isso? Realmente eu não estava nenhum pouco interessado nela, tudo bem! ela é muito bonita e para não dizer que ela não me atraia eu gostaria de passar a noite com ela, mas seria só isso nada mais.
Terminamos a noite com cada um indo para um lado, e um “nós veremos em breve”. Queria muito levá-la a um hotel e passar a noite com ela, mas se eu fizesse isso seria como afirmar um contrato de casamento. Por isso apenas desisti. Logo depois de nos separarmos no restaurante meu telefone toca.
- John? – é minha vó no outro lada da linha. – O que você achou dela? Gostou ela é linda não! Ótima mulher e então? – não respondo ela parece tão feliz por um simples encontro. – John? Você está ai? Tudo bem... se você não gostou dela posso arranjar outros encontros! - Então era isso, ela não iria parar em apenas uma tentativa ela quer realmente me ver casado, não importa como.
- Sim! vovó estou bem aqui! Podemos conversar outra hora? Estou cansado hoje! Só quero ir para casa, depois te conto todos os detalhes sórdidos!  - digo brincando.
Desligo o celular, minha avó não iria desistir. Iria a qualquer custo me ver casado, a não ser que eu desistisse de tudo, tudo que por direito é meu. Mas que não poderei ter se minha avó não quiser, e sei o quanto ela é teimosa e que não irá voltar atrás em sua palavra.
Estava subindo as escadarias do meu prédio quando eu a vi sentada em um degrau. Era Eliza. O que ela estaria fazendo em meu apartamento de novo.

Destino Criativo Onde histórias criam vida. Descubra agora