Capítulo 8 - Jamie

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- Seu celular está tocando - Ela tentava falar sob os meus lábios.

- Deixa tocar!

Não acredito que estou sentindo o gosto de morango dos lábios dela outra vez. Nossos beijos são urgentes, cheios de saudade e desejos. Mordisco sua orelha e o gemido baixo que ela emite atinge diretamente dentro das minhas calças. Tô duro feito pedra quando quando sinto suas unhas arranhando minhas costas e bravejo de tesão.

O barulho do celular não para. Que pessoa insistente do caralho!

- Se..seu celular - ela tenta respirar fundo pra tentar falar por trás do desejo - parece urgente, atende.

- Droga! - Afasto devagar deixando selinhos nos seus lábios e vou pegar o telefone.

Merda, é do escritório!
- Alô!

- Jamie, cadê você? Você tem uma audiência agora, seu pai tá louco porque não te viu aqui ainda.

- Você pode me cobrir? Tenho um negócio pra resolver. - Falo olhando pra Jade ainda sobre o balcão da cozinha, aperto meu pau pela bermuda na intenção de aliviar um pouco o desconforto.

- Nem pensar! Eu tenho uma outra em duas horas e preciso me preparar. Fora que seu pai infarta se você não chegar, é sua grande chance de ganhar esse cliente.

Passo a mão no cabelo procurando uma saída pra não ter que deixá-la agora, mas a verdade é que não tem.

- Ok! Diga que me atrasei, mas chego já. - Falo derrotado, antes de desligar, sem deixar de notar o semblante confuso de Jade.

Me aproximo dela, passo os braços pela sua cintura antes de enfiar o rosto no seu pescoço e inspirar seu cheiro.

- Problemas?

- Era Tyler, do escritório, tenho uma audiência importante e já estou atrasado.
Aperto mais os braços ao seu redor e ela ri.

- Vá, eu não vou sair daqui.

- Jade, vou conversar com Paul - Falo sério.

- O que? Agora? - Ela fala espantada - Você não acha que estamos indo rápido demais?

- Rápido? Fazem dois exatos meses que não tiro você da cabeça.

- Eu percebi, ontem.
Merda, esqueci que ela tinha ouvido tudo!

- Jade, você precisa sa... - A porra do telefone de novo!

- É melhor você ir, outra hora conversamos melhor. - Falou me afastando um pouco pra descer do balcão.

Não vou me dar por vencido assim tão fácil, puxo seu corpo pela cintura, fazendo ela ficar de costas pra mim, o que é um erro, porque eu quando a bunda dela encosta em mim eu acho que vou morrer com o pau explodindo. Respiro fundo e chego mais perto do seu ouvido:
- Tudo bem, mas não vou deixar por isso, nós vamos conversar com calma depois. - Dou um beijo na sua bochecha e vou pro banho.

***

Depois de quase congelar num banho frio e de ter que me virar sozinho, visto o terno e saio do quarto, estou muito atrasado. Quando pego as chaves e a carteira, resolvo voltar pra me despedir dela, não quero um clima estranho logo agora que nos reencontramos.

- Ei, posso entrar? - Bato na sua porta de leve.

- Pode! - Ela grita de dentro e eu abro a porta pra vê-la de legging e blusa de moletom, lendo, deitada de bruços na cama pra não amassar os cabelos molhados no travesseiro. Acho que preciso de um outro banho gelado!

- Ér... Vim me despedir, não queria sair e te deixar com um clima estranho.

- Está tudo bem, pode ir tranquilo. Por sinal, você fica ótimo de terno - tem sinceridade e inocência nos olhos dela.

-  Quero muito te dar um beijo, mas sei que se eu chegar mais perto, não vou sair mais. E eu realmente preciso ir. Te vejo mais tarde. - Seguro a maçaneta da porta com força e me obrigo a sair. Desço as escadas em passos largos pedindo forças pra não voltar correndo.
                                   
                                     ***

A audiência foi um sucesso, e pela primeira vez eu estou surpreso,  porque minha cabeça estava bem longe daqui, mais precisamente num par de olhos verdes.

Durante o resto do dia tento pensar em estratégias pra abordar o assunto com Paul, sei que meu histórico com as mulheres não vai ajudar muito, muito menos o fato de que noite passada tinha outra na minha cama e que desde o dia que ele soube que sua irmã vinha morar com a gente, não parou de repetir que eu tinha que ficar longe dela. Eu nunca bati de frente, mas também pudera né? Ele sempre a chamou de Dinha e a única vez que eu vi uma foto dela foi anos atrás, quando ainda era uma adolescente bobinha. Jamais iria ter problema, pensava eu.

Meu celular avisa de uma mensagem, era Paul. Cristo amado, é sério?

" Jantar de boas vindas pra Dinha hoje em casa, não falte. Ah! Não leve nenhuma mulher também, pegador!"

Vai ser mais difícil do que eu pensava mudar minha imagem com ele.

Encaixe - De corpo e coração.Onde histórias criam vida. Descubra agora