🐾Capítulo 20

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📑Boa leitura😘


Sophia

Vovó Olga, me recebeu de braços abertos, como sempre. Ela é para mim como uma âncora emocional e significativa à qual é sempre bom retomar. Ela me ajudou como pode, depois que Davi se foi. E fazia algum tempo que não voltava aqui, desde que o perdi. Sei que poderia ir para minha mãe, mas conversar com vovó é diferente.

Talvez seja porque ela não tem a obrigação explícita de educar, de colocar regras. Ela sempre me deu sábios conselhos. Quantas e quantas vezes ela não interviu entre as brigas que existiam entre mim e Glória, quando éramos crianças. Até mesmo durante a adolescência.

Sua voz paciente e suas palavras oportunas transformavam sempre os aborrecimentos em gargalhadas. Só então descobrimos que ficávamos irritadas uma com a outra por nada. Por isso, sei que escolhi vir ao lugar certo para pensar e receber um conselho.

Entramos e ela logo nos encaminha para a cozinha. No caminho sinto meu celular tocar na bolsa, abro a mesma e procuro pelo aparelho. No visor pisca no nome de William. Apenas ignoro, devolvendo o aparelho para dentro da bolsa, deixando continuar a tocar.

— Não vai atender? — vovó pergunta ao observar o que faço.

— Agora não! — ela apenas assenti e volta sua atenção para o que estava fazendo. Vovó coloca a chaleira com água para esquentar no fogão, pega duas xícaras para chá, de porcelana, com detalhes florais e dois sachês do nosso chá predileto.

Eu passei direto para a mesa, sentando na cadeira mais próxima a cabeceira, pois sei que vovó gosta de ocupar esse lugar e fico a aguardando. Ela realiza todos os movimentos com calma e destreza. A chaleira apita, vovó a trás, serve a água fervente nas xícaras que já estão com seus respectivos sachês e senta-se no seu lugar.

Mexo um pouco o sachê e retiro, depositando-o no pires abaixo da minha xícara. Sinto o olhar de vovó em mim, porém não falo nada.

— O que houve minha querida? — pergunta segurando minha mão que está descansando em cima da mesa — Sei que quando chega aqui, assim, é por que tem algum problema. O que lhe aflige? — pergunta carinhosamente.

Solto um longo suspiro e começo a contar tudo que aconteceu na minha vida, desde que William surgiu até agora.

— Meu amor, pelo que me disse esse homem parece te amar de verdade. Por que não deu a oportunidade dele se explicar? — vovó pede.

— Eu simplesmente não conseguia pensar em nada vovó. Acho que não era o momento para conversar. — respondo cabisbaixa, desviando meu olhar do seu.

Escuto o celular tocar novamente, sei que é ele. Vovó observa a mim e logo em seguida a minha bolsa, onde o celular insiste em tocar.

— Minha querida, seja lá o que for que esteja acontecendo na vida dele, dê uma chance. Ele poderia estar arrumando um jeito de conversar com você.

— E agora não tem escapatória! — digo com um sorriso irônico, observando a xícara a minha frente.

— Sophia... — vovó chama minha atenção e entende suas mãos na minha direção, eu seguro suas mãos sentindo novamente a tranquilidade por estar ao seu lado — Você o ama? — pede me fitando enquanto acaricia minhas mãos.

— Mais do que eu imaginava. — respondo olhando no fundo dos seus olhos, para que sinta o quanto estou sendo sincera.

— Então converse com ele. Deixe-o se explicar, e depois tire suas próprias conclusões. Não permita acabar com um relacionamento tão lindo, como o de vocês parece ser pelo pouco que me explicou, por um mal entendido qualquer.

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