Capítulo 19 (Desde sempre)

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"Narra Thiago"

Fazia uns 10 minutos que Ana não saia do meu colo, ainda estávamos abraçados, em silêncio, sentindo o toque um do outro. Eu sentia sua respiração no meu pescoço e sabia que ela também podia sentir a minha. Era uma mistura de conforto com nervosismo, estávamos felizes, porém tudo ainda era muito novo, as sensações eram novas e parecíamos tentar descobrir o significado de cada uma.

Minhas mãos alternavam entre suas coxas e sua cintura, eu não queria soltá-la, não era essa a minha vontade. Seu perfume invadia minha mente, era tão doce, tão Ana. Eu não conseguia acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo, eu não queria acordar daquele sonho, era tudo perfeito demais para ser verdade.

A mulher que eu sempre amei sentia coisas por mim. Era demais para meu cérebro processar tão rápido, em hipótese alguma eu queria que Pietro ou Daisy me acordassem, eu queria ficar ali com ela para sempre.

Mas como tudo que é bom dura pouco, percebi que estava escurecendo, e ainda estávamos molhados, ou melhor, eu estava, e eu não queria deixa-la doente, por isso, ignorei toda a minha vontade de ficar naquela posição com ela e fiz com que ela olhasse nos meus olhos.

Ela estava sorrindo com as bochechas levemente avermelhadas, ela estava linda, como sempre, mas eu rezei para que fosse vergonha e não uma febre. Ela se aproximou e beijou meus lábios lentamente, e depois voltou a me olhar, ainda sorrindo, eu não pude evitar sorrir também.

- acredite em mim, eu gostaria de ficar aqui com você, assim, para sempre - eu disse e ela soltou uma leve risada - mas acho que você precisa tomar um banho, se não vai ficar doente - acariciei seu rosto e ela fechou os olhos, sentindo o toque dos meus dedos.

- acho que você tem razão - ela disse e depois depositou um beijo na minha mão - prometo ser rápida, não quero que você fique doente também - ela disse rindo e infelizmente saindo de cima de mim.

Foi na direção de sua mala buscar uma roupa e eu fiquei a observando, perfeita.

- eu vou ligar no restaurante e reservar uma mesa pra gente, está com fome? - perguntei tentando me distrair do fato de ter visto ela escolher uma calcinha vermelha.

- estou faminta - ela respondeu sorrindo - obrigada! - ela disse indo em direção ao banheiro - 5 minutinhos, prometo - ela disse como se eu me importasse quanto tempo eu ficaria com frio, eu estava feliz demais para me importar com isso.

- leve o tempo que precisar - ela me olhou sorrindo e fechou a porta.

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Ao chegar no restaurante do hotel, o garçom nos levou até uma das mesas do lado de fora, e, apesar do vento gelado, era um lugar muito agradável, rodeado de luzes, aquelas de natal.  Ana ficou tão admirada com as luzes que sem querer ignorou o garçom quando ele perguntou o que ela queria beber, admito que ri.

Passamos a noite falando sobre coisas aleatórias de quando morávamos no Brasil. Como no dia que nos conhecemos, que encontrei Ana tão perdida e sozinha, sem nem saber quem ela era, a convidando para ficar uns dias na minha casa e como minha mãe a recebeu bem. Era bom conversar sobre a minha mãe com a Ana, ela era a única que a conhecia e ao tocar no assunto não me sentia triste, nem incomodado, era sempre um sentimento melancólico, mas um sentimento bom e que me fazia bem.

Quando chegou a sobremesa percebi que Ana estava se encolhendo de frio e rapidamente me levantei para tirar o meu casaco, e ela, ao reparar o que eu estava fazendo ficou toda sem graça.

- que isso Thiago, não precisa sério, ta frio - ela disse tentando me fazer mudar de ideia.

- já era, eu já tirei - eu disse sorrindo e ela riu.

YO QUISIERAOnde histórias criam vida. Descubra agora