Capítulo Treze

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O carro de John para bem em frente à minha casa. Ele sai do carro ao mesmo tempo em que eu.
- Aonde pensa que vai? – pergunto para John.
- Vou com você para pegar as coisas!
- Não! Não quero que Maria te veja, eu trago as coisas aqui fora o mais rápido possível. Em quanto isso fique dentro do carro e não saia. – John ficou quieto e voltou para o carro. Quando entrei dento de casa, perguntei a Cidinha se podia me ajudar a arrumar algumas coisas de clarinha!
- Claro! Menina. Mas aonde você vai? Está tudo bem não é? –perguntou-me Cidinha.
Eu não queria mentir para a Cidinha, mas também não queria dizer a verdade! Mas tive que optar por uma das duas, e a mentira mais uma vez ganhou.
- Estou indo ficar na casa de uma amiga. Descontrair um pouco, e ela disse que queria ficar um tempo com Ana Clara. E eu decidi aceitar, vai ser como uma festa do pijama. Estou com um pouco de pressa por que ela está esperando no carro
- E quer que eu faça a mala da menina pra quantos dias?
- Apenas para dois dias Cida! A e coloca alguns brinquedos também!
E enquanto Cidinha fazia as malas de Clarinha, vou até a cozinha, pego uma sacola e nela coloco uma caixa de leite, lata de mucillon, papinhas de bebe e a mamadeira de Clara. Deixo a sacola em cima do sofá para ir buscar Clarinha no quarto dela. Quando chego a seu quarto Clarinha está dormindo, pego-a em meu colo tentando ao Máximo não acordá-la. Vou até a sala onde Cidinha está me esperando com as sacolas.
- Vou acompanhar você até o carro! – diz Cidinha.
- Não! Eu vou sozinha. Quero que você fique e feche a casa pra mim, eu pego a chave em sua casa amanhã!
- Certo então! Menina se divirta. Você precisa.
- Você também!
Saio de casa com as bolsas em um braço e em outro a Ana Clara. John abre a porta de traz sem sair do carro.
- Pronto! Está tudo aqui. Agora podemos ir. – digo olhando para o espelho retrovisor.
Quando chegamos ao apartamento de John, ele desce do carro e me ajuda com a bagagem, tudo com muita pressa. Quando entramos John diz:
- Sinta se em casa! Conheça o lugar e arrume as coisas da menina enquanto vou preparar a comida, logo minha avó chega e não terá nada pronto. Vou fazer algo prático e rápido.
Assustei-me quando entrei no quarto de John, parecia que uma mulher morava ali de verdade! Depois de colocar Clara na cama, direcionei-me até o banheiro e levei outro susto tinha duas escovas uma azul e uma rosa, tinha também duas toalhas e várias outras coisa entre elas maquiagens. O susto foi maior quando entrei no closet ao lado tinha várias roupas, e todas do meu tamanho, ele estava mais do que preparado para caso isso acontecesse. Peguei um pouco de roupa de Clarinha e distribui pelo closet. Entrei no quarto e espalhei um pouco de brinquedos. Levei alguns para pôr na sala. Quando passei pela porta da cozinha vi John com um avental cortando alguns legumes, a comida que ele estava fazendo já começava a cheirar bem. Encostei-me há porta e fiquei olhando John enquanto cantava e mexia uma panela, quando ele virou para o lado da pia me viu parada a porta.
- Você já tinha tudo preparado não é? – perguntei.
- Eu sabia que essa hora chegaria logo, eu conheço bem a minha avó, ela é como uma mãe pra mim!
- Eu estou indo deixar esses brinquedos na sala, mas eu já volto para lhe ajudar.
Depois de deixar os brinquedos na sala volto até a cozinha pego um avental rosa que está sobre o balcão da pia e o visto.
- Em que posso lhe ser útil chefe! – digo sendo sarcástica!
- Pode começar por picar a cebola!
- Ai, Logo de cara a missão mais difícil? – ele ri com minha piada. – Não imaginava que você John Robert saberia cozinhar, e pelo cheiro é algo delicioso.
- É uma de minhas especiarias! Adoro cozinhar. E minha avó adora comer minha comida. Mas ultimamente não tenho praticado muito! – diz com um sorriso encantador.
Começo a picar a cebola, depois de alguns segundo começo a lacrimejar.
- Deixa que eu termino de picar a cebola! Você pode fazer a salada?
- Sim! - saio enxugando as lagrimas que aos poucos estavam saindo!
Ficamos um pouco em silencio.
- Está quase pronto! você pode olhar as panelas enquanto eu busco um vinho. – diz John. Logo depois que ele sai à campainha toca! Vou até a porta para receber a avó de John.
- Oi! O jantar já está quase pronto! – digo enquanto a acompanho até a sala! Logo depois volta John com o vinho em mãos.
- Vovó! A senhora já chegou?
- Como assim já chegou John Robert não está me vendo aqui?
Dou uma risada com a brincadeira dos dois.
- Ha você me entendeu!  Vou arrumar a mesa e em seguida podemos Jantar.
- Vou ajudar! - Digo seguindo John, quando um choro nos faz virar.
- É a Clara! – digo indo ao quarto onde há tinha deixado.
Quando entro no quarto encontro Clarinha assustada e com os olhos arregalados de medo! Ela estava assustada por ter acordado em um lugar nada conhecido e sem ninguém por perto.
- Pronto meu bebê! Já estou aqui com você. Pronto... Pronto! – digo acalmando a Clara. – Agora vamos lá pra sala. – digo me virando para a porta, quando vejo John e sua avó parados me observando.
- Vó! Essa é a sobrinha de Eliza, Ela está com Eliza até sua mãe melhorar e sair do hospital – diz John.
- Que gracinha! Como é mesmo o nome dela? – pergunta ela para John! Respondo o mais rápido possível! John não deve se lembrar do nome da minha sobrinha.
- É Ana Clara!
- E quantos messes ela tem?
- Onze!
- E ela dorme aqui? Com vocês?
- Sim! – respondo. – não é perigoso se é isso que está estranhando!
- Não! Só acho ruim, vocês não terem privacidades! Vocês me entendem não?
Fico vermelha com a Avó de John insinuando que devemos ter mais privacidade.
- É temporário vovó! Apenas por causa da mudança, arrumaremos um quarto para ela. Agora podemos ir comer? – pergunta John, tentando amenizar o clima que apouco estava surgindo.
Vamos até a cozinha. Sentamos a mesa, Ana Clara está em meu colo deitada em meu ombro, bem calma, ela sempre fica assim quando esta rodeada de pessoas da qual ela não conhece. E esse é o caso. Enquanto isso John nós servia, ele fez Espaguete à bolonhesa. Conversamos muito a mesa. Fiquei sabendo que John fez pipi na cama até os oito anos e meio e que ele aos quatro correu pelado pela sala. Conversamos também sobre a Clarinha. Depois de terminado de comer nos dirigimos até a sala, Clarinha ficou no chão brincando com seus brinquedos. Na sala nos divertimos contando piadas e coisas do dia a dia. Uma hora ou outra Barbara fazia brincadeirinhas com Clarinha que já estava se soltando com Barbara, ela até foi para o seu colo.
- Faz muito tempo que não pego uma criança nos braços! – diz Barbara com um enorme sorriso. – Faz tempo que não me sinto assim! Reunida como uma família, como você sabe Eliza meus dois meninos ainda não me deram bisnetos, quem sabe agora que o meu John está com uma mulher de verdade, vocês não me deem um! – me engasgo com minha própria saliva. – Você daria uma ótima mãe!  - diz Barbara olhando fundo em meus olhos, apenas respondo com um sorriso.
Depois de Barbara se despedir e ir embora, John se vira para mim.
- É! Tenho certeza que ela está mais convencida do que nunca, ou pelo menos não está tão desconfiada como antes, minha avó confia em você.
- Você pode cuidar da Clara? – pergunto. Senti-me mal por estar enganando uma senhora tão legal quanto Dona Barbara.
- Por que você quer que eu cuide dela?
- Por que vou arrumar a bagunça que está na cozinha!
- Pode deixar! Eu arrumo isso mais tarde ou amanhã.
- Não! Eu tive um ótimo Jantar, então eu vou limpar. Fica entretendo ela que eu volto assim que tiver tudo arrumado! – depois de retirar os pratos da mesa, guardar os restos de comida na geladeira e lavar a louça, volto à sala e me admiro com a imagem que vejo. Estava ali no sofá deitado com a cabeça apoiada no braço John, em seu peito esta Ana Clara dormindo feito um anjinho. A imagem é de tirar o fôlego. Tenho dó de acordá-los, mas se não fizer isso John sentirá uma dor enorme assim que acordar. Aproximo-me dele e tento acordá-lo sem lhe assustar.
- John? John? – nada de ele acordar, tento mais uma vez. – John?
- Hum! Hum. – resmunga, arregalando seus olhos acinzentados
- Você adormeceu no sofá!
Ele olha para Ana Clara em se peito, levanta com o Máximo de cuidado que consegue e a pega em seus braços tentando não desperta-la de seu sono. Ele a carrega até o seu quarto e eu o sigo, antes de botá-la na cama ele olha para mim.
- Você pode puxar a coberta? – diz John, eu puxo o edredom e ele coloca Clarinha no meio da cama. – Vocês duas podem dormir em minha cama, eu irei dormir no sofá!
- E quanto aos quartos de hospedes? – pergunto por que percebi que o apartamento ainda tinha mais três cômodos!
- Eles não estão mobiliados! Estão vazios. Nunca levei alguém ao meu apartamento, por isso não quis perder tempo mobiliando algo que não teria uso.
John se vira para sair do quarto, quando digo a ele:
- Boa noite e obrigada por cuidar de Ana Clara. – depois que ele se retira do quarto troco de roupa e vou até o banheiro, olho para as duas escovas, uma azul e a outra rosa, pego a rosa e boto a pasta de dente nela e começo a escovar os dentes! Tecnicamente ela é minha, não? Depois volto para a cama, me aconchego perto de Clarinha e durmo.
Acordo assustada! Olho para o lado e vejo o relógio 4:20 da manhã! Levanto indo em direção à cozinha para beber um copo de água, quando acendo a luz me assusto com John entre a porta da geladeira e o armário.
- Você me assustou! – digo ofegante.
- Desculpe! Não era minha intenção, estou acostumado a andar pela casa com a luz apagada.
John estava sem blusa e com uma calça de moletom cinza. Definitivamente ele devia frequentar a academia, por que seu abdômen era bem definido. Desvio o olhar de seu peito ao perceber que ele estava me observando, me disperso e vou em direção à geladeira ficando ao lado de John pego a jarra de água da geladeira e encho um copo! Tomo um bom gole até matar minha cede! Vou até o balcão para pôr meu copo quando me surge uma pergunta?
- Você não conseguiu dormir? Esta desconfortável no sofá?
- Não! É só um de meus pesadelos diários! Nada de mais.
- Você tem pesadelos? Quer conversar sobre isso?
- Não! Obrigada, vou voltar para o sofá. – John sai me deixando sozinha na cozinha. No quarto de John fico pensando qual deveria ser o pesadelo de John, é um pesadelo que o assombra direto. Não sei por que estou tão interessada no que pode ter acontecido na vida de John, para que isso viesse em sonhos atormentá-lo.

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