PRÓLOGO

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É UM fato conhecido que todas as histórias

possuem um começo, um meio e um fim; contudo, o que poucos ousam contar é que nem sempre as coisas acontecem nesta ordem pré determinada.

Às vezes, embora muito raramente, as histórias tomam diferentes cursos, fazendo com que o começo não seja — realmente — o começo e o fim não seja, verdadeiramente, o fim.

A vida de Benjamin Rios não poderia ser mais simplória, afinal, nosso protagonista predileto não passa de mais um rapaz de classe média/baixa, que trabalha como barista, cursa história em uma universidade estadual caindo aos pedaços e depende da boa vontade dos ônibus não atrasarem para chegar no horário em seus compromissos.

Embora tenha o corpo tatuado, Benjamin passaria despercebido por qualquer pessoa, afinal, ele é o invisível, o cara que ninguém quer — verdadeiramente — por perto, que só é procurado quando seus colegas de classe necessitam de algo.

Por falar nele, o pobre rapaz acaba de chegar, uma vez mais, atrasado em seu trabalho. Da última vez que o fez, foi-lhe dito que seria demitido caso acontecesse novamente. O mais triste disto tudo? Ele realmente necessita do dinheiro para manter-se na cidade; seus pais jamais foram ricos e, assim sendo, não podem lhe ajudar a custear os mantimentos e o aluguel do antigo kitnet no qual está a morar.

O senhor barbudo, dono da cafeteira rústica na qual Benji trabalha, o aguarda na porta; os braços musculosos escondidos pela camisa xadrez larga em demasia encontram-se cruzados e o olhar penetrante seria capaz de fuzilar-lhe a alma com uma facilidade assustadora.

Benjamin engole em seco; não sabe ao certo se será capaz de manter o seu emprego depois de mais um atraso, bem, pela carranca presente na cara do homem mais velho, posso dizer com clareza que não, caros leitores, Rios não será capaz de manter o emprego do qual tanto necessita.

O rapaz engole em seco, se amaldiçoando mentalmente por ser teimoso a ponto de não querer pegar o ônibus que passa meia hora mais cedo. Caso o fizesse não correria o risco de chegar atrasado.

A mão do homem alto coça-lhe a barba esbranquiçada na medida em que o olhar se suaviza. Talvez a cara de cachorro caído da mudança tenha sido o suficiente para mudar a ideia do dono da cafeteria mais badalada da cidade.

Rufus, esse era seu nome, em sua adolescência costumava fazer parte de uma gangue de motoqueiros que saiam a viajar pelo país. Apesar do ar imponente e a cara de mau, Rufus tem um coração enorme e sabe que jamais será capaz de demitir o universitário; afinal, ele sabe de tudo o que o jovem Benjamin passa.

Manter-se em uma nova cidade, sobretudo quando não advém de uma família rica, pode ser difícil em demasia e, Rufos bem sabe, cada centavo conta nesse momento de dificuldade.

— O avental está sobre o balcão. — O homem diz, dando passagem para que o mais novo adentre o estabelecimento

O aspirante à historiador o agradece em voz baixa, atravessando a porta de madeira envelhecida em passos largos e apanhando seu avental.

É verdade que ainda faltam cinco minutos para a cafeteria realmente abrir, contudo é sua responsabilidade auxiliar Rufus na arrumação e limpeza interna do local antes de sua abertura; estaria mentindo caso dissesse que o jovem rapaz não se sente um fracassado por não conseguir chegar no horário e fazer o seu trabalho de maneira correta.

Tal sentimento apenas aumenta ao concluir que o ex motoqueiro jamais descontou-lhe um centavo sequer do salário.

Sem mais demora, o rapaz põe-se a limpar as últimas mesas sujas, enquanto cantarola uma música qualquer. Apesar das dificuldades que enfrenta, Benjamin é conhecido por ser bem humorado e animado; ele é o tipo de pessoa que caso as pessoas se esforçassem e tentassem enxergar além da riqueza quereriam por perto.

O garoto de cabelos negros é incapaz de se lembrar da última vez na qual esteve em um momento ruim, desanimado com a vida e com as escolhas que fez; ou arrependido de algo. Tudo o que ele faz em sua vida é tomado como um aprendizado, assim sendo, momentos e decisões ruins são transformados em lições; isso é uma das coisas que o fazem se orgulhar de si mesmo.

— Bom dia. — Uma garota de cabelos em tonalidade azul pastel diz, sua voz soando extremamente animada

– Bom dia. — Benjamin responde com a mesma empolgação — O que deseja, Rebeca?

— O de sempre. — Ela responde, ainda sorridente, ao que se senta na mesa e abre seu notebook

Rebeca é uma das clientes mais antigas de Benjamin, digo isso pois a garota apenas começou a frequentar a cafeteria diariamente após a contratação do rapaz. Ela é escritora e, segundo a própria, está escrevendo uma história com um potencial gigantesco de ser aclamada pelo público e aceita por várias editoras.

O barista caminha até o bar da cafeteria e prepara um cappuccino com canela e raspas de chocolate; apanha uma rosquinha com geleia de framboesa e serve a garota.

Ele julga ser besteira; mas sempre acreditou que a moça estranhamente entusiasmada é portadora de uma aura mágica, afinal ela é uma daquelas pessoas que contagiam tudo e todos ao seu redor; fazendo-lhes esquecer dos problemas que lhes afligem.

O dono da cafeteria jura que o rapaz de orbes tão negros quanto os fios de seus cabelos tem uma queda para com a garota, apesar de ele sempre negar quando indagado.

— Ora, se não é a jovem Blue. — O mais velho diz baixo, em tom divertido, para que apenas Benjamin seja capaz de ouvi-lo — Você deveria chamá-la para sair, jovem rapaz. — Ele completa sua fala dando leves tapas no ombro direito de seu empregado

Benjamin ri internamente, mas rola os olhos por fora, uma aspirante a escritora jamais quereria algo com alguém tão falido quanto ele; ou, ao menos, é nisto que ele escolheu acreditar.

Sempre foi mais fácil para o rapaz afastar-se das pessoas do que se aproximar delas, desde a sua infância e, embora já tenha tentado fazer amigos, ele chegou a derradeira conclusão de que fazer amizade não é algo para o qual nasceu e que não precisa de amigos quando tem seus livros.

HEY MEY POVO QUE COME PÃO COM OVO!

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HEY MEY POVO QUE COME PÃO COM OVO!

Comé que cês tão?

Espero que estejam bem.

Esse é o prólogo de meu projeto, resolvi posta-lo para deixar como degustação pra vocês.

Não sei quando surgirão os próximos capítulos, contudo já podem deixar na biblioteca.

Tia Bia ama o cês!

KISSUS DA TIA BIA!

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jan 11, 2020 ⏰

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