T❤️T 10

482 31 7
                                    

Heriberto: E você acha que eu não sinto?... que não está doendo?... você escondeu minha filha por anos... 23 anos para te ser sincero... acabei de saber que ela é a minha filha... uma filha que nunca se quer, imaginei existir... você escondeu ela... fugiu... foi covarde... como acha que eu estou Victoria?... que isso é fácil?... não!... isso não é... e está doendo em uma proporção que você nem imagina... daria tudo para estar no lugar dela... para ter minha filha bem e aqui... faça o que quiser... mas essa culpa, jamais sairá de sua consciência... privou ela de viver ao lado do pai, assim como me privou de viver com minha filha - chorava lhe olhando - como se sente Victoria?... como se sente sabendo que eu só pude lhe chamar de filha, vendo seu corpo ali, sem vida?... como se sente sabendo que a sua filha jamais irá me chamar de pai - tinha a voz embargada pelo choro - que eu... eu nunca vou poder, lhe dizer o quanto lhe amo... o quanto sonhei em tê-la em meus braços? - estava sendo duro com ela - não precisa me responder... porque irá carregar essa culpa até seu último dia de vida - soltou seu braço e saiu dali indo para o seu carro.

Victoria chorou mais alto, seus soluços pareciam grunidos. Ela se abraçou e viu que levavam o corpo da filha e não tendo mais o que fazer, ela sentou do lado de fora do apartamento. Tudo estava interditado, tinha virado uma massa preta de cinzas. Ela olhava para tudo, sem ver nada, sua dor era sem tamanho. Até que ao olhar para o chão, ela viu algo que lhe chamou a atenção. Era um arco pequeno, rodeado de brilhantes, ela o pegou avaliando. O que era isso? Era diamantes, mas era pequeno de mais para ser um anel. Ela colocou dentro da bolsa e levantou, não podia fazer mais nada, chegou tarde para salvar a sua filha. Ela foi para fora do edifício e o viu, ele ainda estava dentro do carro.

Heriberto estava ali tentando assimilar tudo que havia se passado ali. Ainda não podia acreditar que aquela jovem e doce mulher, era sua menina. Como pode ser tão cego e burro ao ponto de não imaginar quem ela era? Ele viu Victoria ali fora, sem saber para onde ir e não pode partir lhe deixando daquela forma. Ele desceu do carro e se aproximou dela.

Heriberto: Vem comigo!... sei que está com raiva, que não quer me ver... na realidade eu nem sei o motivo... porque todos esses anos, o que fiz foi te amar... mas isso não te importa... pelo menos por hora, enquanto resolvo tudo... fica no meu apartamento... depois te deixo onde quiser - secou o rosto - preciso ir resolver tudo, mas não posso te deixar dessa forma sozinha.

Victoria: E acha que eu não te amei, que não te quis... acha que reconstrui a minha vida, que casei? - ela balançou a cabeça - acabei de perder a minha filha, mas é claro que me sinto perdida, sem chão... a vida perdeu o sentido para mim... acha que não quis voltar? Mas sei que estava de casamento marcado com aquela mulher... não se preocupe... vou para um hotel.

Heriberto: Que casamento Victoria? - respirou fundo - à única mulher com que eu iria me casar, era você... você e mais ninguém... foi você quem amei por todos esses anos... e mesmo me deixando, nunca me casei com outra... nunca estive com outra... durante todos esses anos, foi você... mesmo sabendo que poderia ter refeito sua vida... vem comigo - a olhava - por favor... te deixo em um hotel, onde quiser... mas vamos... preciso ir providenciar tudo... precisamos sepultar nossa filha - engoliu o choro.

Ela apertou os olhos gemendo, o seu peito só doia mais e mais. Como pode ter perdido a filha daquela forma? Sua menininha morreu tão brutalmente, era tão jovem, tão bela. Tinha uma vida inteira pela frente.

Victoria: Eu sei que casou, ela me mandou o convite... eu deveria ter voltado e acabado com essa festa... eu liguei e ela atendeu o telefone do seu apartamento, são sócios na vida e na clínica não é? mas nada importa mais... nada...

Heriberto: Que convite Victoria?... que casamento?... por Deus... eu não me casei com ninguém... depois que me deixou, vivi sozinho... todos esses anos tenho estado sozinho... não tenho sócia alguma na clínica, muito menos na minha vida... acha que depois de tudo, iria jogar o amor que sentia por você no lixo?... que estava brincando com você?... à única que brincou foi você... jogou tudo no lixo... foi embora... por causa daquele maldito homem... me separou da Emma - respirou fundo se afastando dela - por favor, se realmente me amou um dia... não me maltrata mais do que já fez - não conseguia mais segurar suas lágrimas.

Te Amo y Te Amo - Victoria y Heriberto (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora