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Aqui estou eu mais uma vez, no quarto de um estranho qualquer que resolveu fazer uma festa, olhando pra costas, largas e fortes, do cara parado olhando pela janela. O cara que eu havia jurado que nunca ia transar. Eu sempre senti orgulho por conseguir manter o controle sobre meus impulsos. Mas essa já é a terceira vez que eu cedo aos olhares sugestivos dele. Bastou ele acenar e subir as escadas, pros meus pés ganharem vida própria, e rumar atrás dele.

Chega. Essa é a última vez.

Eu não posso perder o controle assim. Isso pode acabar em merda.
Sempre acaba em merda com ele.
As mil e uma vítimas dele estão aí pra comprovar. Preciso por um fim nisso antes que eu seja mais uma. Não temos nada sério. Ele não tem nada sério com ninguém e, bem, eu também não. Não até eu me formar pelo menos. Então essa é a última vez que eu sigo ele até algum quarto ou sala escura.
Ele percebe meu silêncio e inquietude quando se vira e me olha curiosamente. Vagarosamente, ele anda até mim, que ainda me encontro encostada na porta que acabei de fechar.
"Tá tudo bem?" Ele tem riscos na testa que se acentuam, quando me olha com cara de quem está confuso.
Eu balanço a cabeça num sim quase ináldivel.
Ele segura meu rosto com suas mãos grandes e firmes, tentando lê meu olhar. Mas ele não me conhece o suficiente pra isso.
"Se você não tiver a fim..." ele deixa o questionamento no ar pra me roubar um beijo curto. E depois outro. E mais outro.
"Se eu não tiver a fim você faz eu ficar",  penso antes de iniciar um beijo mais profundo.
Ele preenche minha mente, e não deixa espaço pra mim pensar, quando sua língua invade minha boca, e suas mãos já estão no meu quadril me puxando em direção ao seu corpo.
Quando meu corpo se choca contra a porta, todas as minhas convicções já se foram. Quando ele tira minha blusa e a boca dele vai em direção ao meus seios, eu resolvo que já que essa é a última vez, então vou simplesmente aproveitar cada pequeno toque dele.
A medida que a boca dele vai descendo em direção ao meu ventre meus pensamentos vão se esvaindo.  Quando a língua dele chega num certo ponto, eu me derramo sobre ele e sinto meu corpo flutuar.
De repente eu tenho a certeza que posso voar.
Ninguém nunca fez eu me sentir assim.
Sinto meu corpo sendo depositado no colchão, e então abro os olhos pra ver a perfeição que é Pedro Fonseca.
Ele tira a camisa lentamente sem saber que está me proporcionando um show particular. Eu tenho certeza que nunca vou conseguir tirar da mente, essa imagem dele me olhando como se eu fosse a única coisa que ela precisa pra viver. Eu o puxo pelo pescoço até que sua boca encoste na minha, e o beijo como se a qualquer momento ele fosse desaparecer. Eu me viro lentamente até está sobre ele, desço o beijo por seu corpo nu até está de frente pro seu jeans. Ele tira pra mim a calça e depois a cueca, como se não estivesse com pressa, por que na verdade sou eu que estou faminta por ele, e ele sabe disso. Quando finalmente o tenho o faço pagar pela espera. Ele geme e puxa meu cabelo enquanto o tenho nas mãos e na boca. Antes que eu possa pensar sou puxada pra cima e pressionada no colchão.
" Eu quero gozar dentro de você".
E então ele entra dentro de mim e sai lentamente, me levando novamente a cima das nuvens. A forma que ele me beija enquanto faz isso, faz minha alma levitar. Ele sabe exatamente onde tocar, por que me derramo novamente e ele vem junto comigo, o que faz parecer tudo ainda mais surreal. Talvez amanhã eu pense que tudo isso não passou de um delírio, mas no momento eu me agarro as sensações que ainda sinto no meu corpo. Quando vou despertando  dessas sensações, um vazio vai crescendo dentro de mim e uma dor que vai cortando meu peito e me deixando sem ar. Kaio sai de cima de mim e se deita ao meu lado. Ele me olha e deposita um beijo no meu ombro, e eu sei que esse é o fim de algo que nem começou. Eu não posso está nessa posição com ele novamente sem me apaixonar.
"Tá tudo bem?" Ele repete a pergunta que me fez quando chegamos aqui.
Eu tenho medo de olhar pra ele e simplesmente chorar. Meus sentimentos estão confuso e embaralhados, posso acabar falando besteira.
"Sim" digo sem olhar pra ele.
Ele pega no meu queixo e vira meu rosto pra ele.
"Você tá estranha desde que chegou aqui. Tá acontecendo alguma coisa?"
Eu uso todas as minhas forças pra impedir meus olhos de lacrimejar.
"Tá tudo bem" digo e dou um selinho nele "Só tô com a cabeça meio cheia. Você sabe como é fim de semestre "
"Sei"
Então ele se levanta e começa a se vestir e eu sei que isso é um sinal para que eu faça o mesmo. Nos vestimos num silêncio que já até se tornou confortável pra nós.
"Eu vou primeiro" ele me beija selando nosso segredo, nossas escapadas escondidas em fins de noite.
Quando ele bate a porta atrás de si, eu sinto uma leve dor no peito. Meu coração sabe que está apaixonado por ele. E ele sabe também que esse tem que ser o fim de Pedro e eu.

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⏰ Última atualização: Oct 27, 2021 ⏰

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