Capítulo 7

328 16 1
                                    

_ Eu não quero ir Elisa! - Disse pela milésima vez, me jogando na cama. - Não sabemos quem mandou isso, pode muito bem ser alguém me passando um trote.

_ Tá brincando, né? Está na cara que é o Syn! - Ela se ajoelhou em frente a cama, apoiando as mãos nos meus joelhos. - Vamos Anne, por favor!

_ Meninas, chegou uma amiga de vocês aqui. Se chama Lauren. - Judie nos interrompeu. - Mando subir?

_ Claro Judie, obrigada. - Elisa se sentou ao meu lado da cama, já com a cara fechada pela Lauren ter aparecido.

Lauren chegou ao meu quarto histérica, dizendo que o Synyster havia mandado uma mensagem para pra ela, e que a gente tinha que ir a festa.

Achei tudo aquilo muito estranho.

_ Deixa eu ver a mensagem que ele mandou? - Perguntei, já imaginando algo.

Ela esticou o telefone na minha direção, visivelmente orgulhosa.

Não consegui parar de pensar em ontem a noite. Vamos ter outra festa, mesmo endereço. Venha e traga suas amigas.
S.

Respirei fundo, percebendo que minha teoria estava certa. Ele claramente estava usando ela para que fôssemos a festa. Eu só ainda não tinha entendido o porquê.

Depois de ficar a tarde inteira sendo induzida a ir na festa por aquelas duas loucas, percebi que não teria saída. Sabia que algo parecido com a noite anterior aconteceria, o que me desanimava cada vez mais, mas pelo visto, não ir na festa estava totalmente fora de cogitação.

Tentei inventar várias desculpas, mas não tive escapatória, já que essas duas estavam a ponto de me arrastar pra tal festa.

Decidi que iria apenas para me concentrar em ajudar a Elisa a conhecer o Matt de uma vez por todas.

...

Chegamos ao tal hotel e novamente estava lotado, parecendo até a mesma festa do outro dia.

Lauren estava desesperada e sumiu logo de cara procurando pelo Syn, o que eu e Elisa sabíamos que era uma grande perda de tempo.

Lis e eu fomos para o bar, enquanto tentávamos elaborar um plano para que ela se encontrasse casualmente com o Matt. Olhei em volta e não vi nenhum dos caras da banda, o que me pareceu estranho. Me peguei pensando que seria bom encontrar Zacky novamente.

_ Uma tequila, por favor! - Elisa gritou para o barman.

_ Duas! - Eu disse me arrependendo logo em seguida, recebendo um olhar surpreso dela.

Pegamos as doses e bebemos de uma vez. Senti o corpo inteiro queimar e um gosto totalmente desagradável na boca.

_ Como vocês conseguem beber isso? Até parece que eu vou morrer. - Lis riu, concordando com a cabeça.

_ Can't you help me as I'm startin' to burn?

_ Too many doses and I'm starting to get an attraction. - Rebati, rindo da cara surpresa que ela fez pra mim.

_ Você decorou rápido.. isso tem alguma coisa a ver com um certo guitarrista totalmente na sua cabeça?

_ Claro que não, só gostei dessa música.. - Desconversei. - E ele é um babaca, já disse!

_ Ah, ok! - Riu. - Mas seu queridinho vem aí, me faça um imenso favor e me apresente.

_ Oi, Anne! - Zacky tocou meu ombro, me fazendo olhar para trás completamente surpresa.

_ Zacky! - O abracei rapidamente. - Não pensei que algum famoso fosse se lembrar de mim algum dia. - Ele riu. - Essa é Elisa, minha melhor amiga.

Dei um cotovelada na Elisa, que estava paralisada e com um sorriso congelado no rosto enquanto encarava Zacky.

_ Oi Zacky, sou uma grande fã! - Ela o abraçou apressada e ele retribuiu. - Mas preciso ir ali rapidinho.

Ela praticamente saiu correndo, e nós nos encaramos.

_ Por que não me lembraria de você? - Ele retomou o assunto. - Tem o rosto difícil de esquecer.. - Olhou um pouco mais pra baixo.- e o corpo também..

_ Ahn. - Olhei ao redor enquanto meu rosto queimava, sem saber mais o que falar.

_ Me desculpe! - Riu - Não foi minha intenção te constranger, foi só um elogio.

_ Eu sei, e obrigada. - Sorri. - É só a boa e velha timidez que não me deixa em paz. - Ele assentiu. - Mas então, pensei que astros do rock viviam fazendo milhares de shows por aí, e não festas todo dia.

_ Como ano que vem vamos entrar em turnê, resolvemos ter esses últimos dois meses de férias, oque é um milagre. Sendo assim, tentamos aproveitar do melhor jeito.

_ E todos vocês moram aqui?

_ Sim, todos. Costumamos dar as festas no apartamento do Syn, é o maior! - Ouvir o nome dele me fez sentir algo no estômago.

_Vai beber isso? - Apontei para a Budweiser nas mãos de Zacky.

_Hm, não, toda sua! - Dei uma golada assim que ele me entregou. Não era tão ruim, mas não tão bom quanto eu esperava.

_ Se vocês tem um apartamento para festas, por que estão dando aqui?

_ Nós gostamos daqui, achamos um espaço diferente. - Deu de ombros. - Syn me disse que gostou de você.

Engasguei com essa mudança de assunto repentina.

_ Gostou? - Perguntei assim que me recompus. - Nós nunca nem conversamos. Esse cara é estranho.

_ Mas já vou te avisando, ele nunca desiste do que quer. - Se levantou do banco, me deu um beijo na bochecha e saiu.

_ Isso é verdade, linda.

Revirei os olhos ao ver Synyster materializado ali na minha frente. Fui em direção a parte externa do salão, onde tinha uma sacada, achando que estava fugindo dele, mas na verdade ele me seguiu.

Me sentei em um banco que tinha ali, e fiquei olhando pro nada, tentando ignorar aquele ser do meu lado.

Ele se apoiou no parapeito da sacada, tirou um cigarro e esqueiro do bolso e acendeu.

_ Se incomoda?

_ Muito. - Fechei a cara. -  Por que me mandou aquela mensagem? Como descobriu meu número?

_ Hey, fica calma linda! - Levantou as mãos. - Eu só pedi para sua amiga.

_ Anne! Meu nome é Anne. - Me levantei e o encarei frente a frente. - Já deu para perceber que ela tem um amor platônico e cego por você, né? - Ele deu de ombros. - Seria educado da sua parte não usar ela. - Ele riu, e eu o encarei furiosa. - Qual a graça?

_ Você é toda educada, até me dando um tapa na cara. - Ele passou a mão onde eu havia batido. - Doeu, sabia?

_ Da próxima tento dar um pouco mais forte. - Pisquei e ele riu novamente. Eu gostaria de dizer que odiei aquele som, mas na verdade mal podia esperar para ouvi-lo novamente.

_ E sobre sua amiga, pode ficar tranquila. Já consegui tudo o que queria dela. - Ele se aproximou, mordendo o lábio inferior enquanto sorria.

Empurrei seu peito de leve e saí, o deixando com seu sorriso sarcástico estampado no rosto.

Assim que encontrei a Elisa, disse que estava indo para casa e ela nem contestou. Eu não queria perguntas sobre o Syn. Queria apenas dormir e esquecer o dia que eu vi esse maldito homem perfeito na minha frente.

The Beast and a not Harlot | EM EDIÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora