Eu queria desesperadamente que Marcella me amasse como eu a amava. As vezes o amor é insano e por isso eu estava ali com a minha esposa naquela gôndola. Dando vida àquela lenda que eu sabia ser apenas uma crença fantasiosa, mas desejando com todo meu coração que o amor que eu sentia por ela a fizesse me amar também e que durasse pra sempre. Eu não posso ser culpado por tentar. Então, embaixo da ponte dos suspiros eu a beijei. E a minha vontade de que nosso amor durasse pra sempre era tanta que eu a beijei de forma nada gentil. Coloquei minha língua na boca de Marcella, tomando-a para mim sem pestanejar. De uma maneira firme, segura, decidida. A sensação foi indescritível quando a senti me beijar na mesma intensidade. Marcella parecia se desmanchar em meus braços. Nós dois parecíamos querer controlar aquele beijo. Foi explosivo. Intenso. Lindo.Até que nos faltou o fôlego e encostamos nossas testas sem desgrudar os olhos um do outro. Sorrimos sem fôlego.
- Il nostro bacio fu sigillato sotto il ponte dei sospiri. Chiedo solo a Dio che mi ami. - ela fala de maneira profunda. (nosso beijo foi selado embaixo da ponte dos suspiros. Eu só peço a Deus que você me ame.)
- O que significa? - pergunto sorrindo, ela sorri também, mas fica bem corada, envergonhada.
- Que meu marido é ainda mais lindo sob a ponte dos suspiros.
- Acho que a você está mentindo, senhora Marcella Resende. - falo brincando e ela sorri, leve e descontraída.
- Como ousa duvidar de mim, senhor meu marido? - ela entra na brincadeira.
Pego seu rosto com as mãos em concha.
- Preciso logo aprender italiano ou você sempre vai me passar a perna, senhora minha esposa.
- Sarà un piacere insegnarti, marito. - Olho de esguelha pra ela, mas ainda divertido. - Eu disse será um prazer te ensinar, marido.
Sem mais nada a ser dito, beijo-a. Agora de forma mais calma. Como se selando dentro de mim nosso amor.
Fomos para o hotel e Marcella ficou encantada com o quarto. Uma das coisas que eu mais amava naquela menina linda era a maneira como ela enxergava a vida. Tudo era motivo de encantamento. Das pequenas coisas às maiores.
Marcella vai para a sacada do nosso quarto.
- Venha ver, Theo. - ela me chama animada e eu vou ao seu encontro. - Olha só que flores mais lindas. - diz apontando para as flores que ornamentam as janelas do nosso quarto.
- São gerânios. - falo um tanto nostálgico.
Ela se vira e passa os braços por meu pescoço e eu o faço em sua cintura.
- Temos aqui um entendedor de flores. - ela fala docemente com um sorriso nos lábios tão lindo que faz meu coração se apaixonar um pouco mais.
Não falo nada. A saudade vem com tudo. Meu olhar, apesar de estar fitando-a, torna-se distante.
- Ei, o que foi? - indaga, preocupada.
Tento sorrir para dissipar aquela ruguinha de preocupação que se formou em sua fronte. Mas é em vão.
- Não sou entendedor de flores. - meu olhar se torna distante. - É que gerânios eram as flores preferidas de minha mãe. O significado da flor do gerânio pode variar dependendo das cores. No entanto, de um modo geral, esta flor está associada à superação pessoal perante difíceis obstáculos. Isto porque apesar de ser uma flor delicada, apresenta uma alta resistência a adversidades. Pelo menos era o que a minha mãe dizia. - então o sorriso vem surgindo aos poucos ao lembrar das inúmeras vezes em que meu pai presenteou minha mãe com gerânios. - As cores das flores que meu pai dava a minha mãe, muitas vezes dependia do humor dela. - dou um longo suspiro e volto a olhar minha esposa nos olhos. - Eles se amavam muito.
- Gerânios serão minhas flores preferidas a partir de agora.
Aquelas palavras significaram mais do que posso exprimir em palavras. Então perdi totalmente a capacidade de raciocinar. Eu a desejava, apaixonadamente. E de repente a boca ficou seca e o meu coração bateu desenfreadamente no silêncio daquele quarto.
Eu a abracei tão apertado, os olhos fechados, meu peito subindo e descendo alterado. Eu amava aquela mulher mais que tudo no mundo. Então me afastei e abri os olhos para contemplá-la. Marcella deu um passo para trás ao ver o que ardia neles.
- Theo! - Marcella disse meu nome num gemido quando me viu acercar-me mais uma vez, sem estar segura do que encontrava naquele desejo compulsivo incrivelmente excitante ou absolutamente aterrorizador.
Fosse como fosse, eu também estava perdido no que parecia conduzir-me incontrolavelmente, e lentamente desabotoei os botões de seu vestido. As duas partes se separaram, e meus olhos queimaram o caminho que foram percorrendo em seu corpo, vestidos só com duas mínimas peças de seda em seus seios e em seus quadris.
Abri o feixe frontal do seu sutiã e inclinei a cabeça para cobrir com a boca os mamilos já palpitantes em antecipação. Marcella arqueou as costas e eu a levei pra cama. Arranquei sua calcinha aponto do elástico fino estourar em minhas mãos. Não houve preliminares. Eu apenas abri o zíper da minha calça, peguei meu pau já rígido e pulsante e a penetrei. Eu me movimentava dentro dela com violência.
Marcella gritava meu nome e logo o orgasmo selvagem chegou para nós dois. Eu a deixei tombada sobre a cama, incapaz de se mover no silêncio que seguiu. Eu estava caído a seu lado, um braço cobrindo meu rosto e o peito subindo e descendo com rapidez.
Nem sequer tínhamos chegado a tirar a roupa. Ela continuava usando o vestido, o sutiã desabotoado e a calcinha estava... por alguma parte. E deitada como eu a tinha deixado, com as coxas abertas e o palpitar entre elas como recordação da maneira selvagem que tinha conduzido a relação, provavelmente se dando conta de que acabara de ser amada por um homem completamente fora de controle.
E naquele momento eu estava envergonhado e com muita dificuldade de assimilar o que tinha feito.
- Theo...
Tocou em meu ombro.
- Sinto muito. - disse, fiz uma pausa ao me sentar na cama. - Sei que não há desculpa possível. Comportei-me como um selvagem, um homem das cavernas.
Por Deus, não era me comportando daquela maneira que ela viria a me amar.
- Sinto muito, Marcella. Eu a machuquei?
Senti Marcella sentando na cama também e tocar novamente em meu ombro.
- Você não me machucou. - falou com a voz entrecortada. - Eu gos...
- Por favor, não diga que gostou. - interrompo-a e não a deixo falar. - Não queira fazer com que eu me sinta melhor. - levanto da cama e entro no banheiro fechando a porta. Sem nem sequer tendo a coragem de voltar a olhá-la.
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Casamento por amor? - FINALIZADO
RomanceDois casamentos Marcella e Theo Martina e Vitto