As aulas passaram rapidamente e logo era a hora do intervalo. Emma e eu saímos da sala e vamos pra cantina comer alguma coisa.
- Como foi ontem? - pergunta Emma assim que pegamos nossos lanches.
- Normal... É ele me levou pra casa e depois foi embora. - digo engolindo em seco por ser um péssimo mentiroso.
- Eu já sei de tudo Lipe. - diz Emma e eu arregalo os olhos.
- Ele te contou que nos beijamos? - pergunto confuso e Emma começa a rir sem parar dando pulinhos em sua cadeira, é aí que eu entendo. Emma não sabia de nada, reviro os olhos.
- Vocês se beijaram? - Emma quase grita atraindo alguns olhares em nossa direção e eu coro de vergonha.
- É... sim nos beijamos. - me rendo e conto tudo o que aconteceu depois de sua saída e Emma fica chocada.
- Eu não acredito que ele te mandou sair do carro! - exclama Emma revoltada, porém seu semblante muda e eu vejo tristeza em seus olhos.
- O que foi Emma? - pergunto e ela me encara mudando sua feição.
- Nada, ele só precisa de um tempo talvez. William é... complicado. - diz e ficamos em silêncio apenas comendo e eu faço o mesmo.
Comemos e logo o sinal bate nos obrigando a ir pra nossa sala apesar de eu não estar com cabeça pra isso, vou mesmo assim.
Nós sentamos e o professor logo entra dando bronca nos alunos que estão conversando, mesmo contra a minha vontade olho na direção de William e para total decepção ou alívio ele não está lá. Ben acena para mim e eu sorrio em resposta. Benjamin sempre será um enigma para mim, no começo tão próximo e agora distante como um avião e o solo. Não sei o que aconteceu para ele se afastar, ainda vou perguntar isso para ele um dia.
Graças aos céus a aula passa mais rápido do que eu esperava e logo estou saindo da sala com Emma para irmos embora.
- William matou as duas últimas aulas. - diz Emma pensativa.
- Talvez ele tenha ido embora por não suportar me olhar mais. - digo com tristeza na voz e Emma nega com a cabeça.
- Pare de bobeira Felipe. Vou visitá-lo mais tarde se tudo der certo. - diz Emma e eu afirmo com a cabeça e resolvo ficar quieto assim que entramos no carro, Emma dirige para minha casa e eu ligo o rádio que toca uma música da Lana del Rey, começo a cantarolar a letra e Emma me acompanha e sorrimos um para o outro. Assim que Emma estaciona o carro resolvo chama-la pra entrar.
- Emma vamos entrar, almoça comigo e vamos assistir um filme. - digo e Emma pensa um pouco.
- Ah tudo bem eu não tenho nada pra fazer de importante, eu escolho o filme. - diz e eu dou risada. Saímos do carro e entramos em casa indo pra cozinha. Emma abre a janela e acende um cigarro como das outras vezes que esteve aqui.
- O que você quer comer Emma? Podemos cozinhas ou fazer um lanche, você escolhe. - digo e Emma dá risada.
- Melhor lanches, você não imagina o desastre que eu sou na cozinha Lipe. - diz e eu dou risada. - Quase coloquei fogo na cozinha uma vez tentando fazer macarrão.
- Minha nossa Emma, deixa que eu faço os lanches então. Não quero correr perigo com você próxima ao fogão. - digo rindo e ela revira os olhos.
- Vou escolher o filme então, já que só presto para isso. - diz dando um último trago no cigarro.
- Mais ou menos né, você tem um péssimo gosto pra isso. - digo e ela me mostra o dedo do meio indo pra sala e eu dou mais risada ainda.
Começo a fazer nossos lanches e não demora muito para estarem quase prontos, então Emma volta pra cozinha pegando o suco na geladeira e colocando nos copos que eu tinha colocado em cima da mesa. Pego nossos lanches, entregando o de Emma e ela me dá meu suco. Vamos pra sala e sentamos no sofá, olho pra televisão e reviro os olhos pelo filme que Emma escolheu " O exorcismo de Emily Rose ".
- Emma eu não vou assistir isso de jeito nenhum. - digo já com medo das cenas horríveis.
- Ah Lipe qual é, para de ser medroso vai esse filme é tranquilo. - diz Emma e gargalha da careta que eu faço.
- Se eu não conseguir dormir à noite é pra você que eu vou ligar. - digo e bufo quando ela dá o play no filme.
O filme é horrível mais do que eu achei que fosse, eu tapo meus olhos o tempo todo praticamente porque não quero ver as cenas feias, Emma fica rindo de mim as vezes, mas logo volta a prestar atenção no filme.
Assim que terminamos de comer arrumo a desculpa de levar as coisas pra cozinha.
- Vai logo Lipe vai perder a melhor parte. - diz Emma empolgada e eu reviro os olhos.
- Que bom que avisou, vou demorar então. - digo e ela taca uma almofada em mim me fazendo quase cair com os pratos e copos. Sigo pra cozinha e coloco as coisas na pia, resolvo lavar depois. Viu a janela para fechar e vejo um carro do outro lado da rua parado, não sei se estou vendo coisas, mas, o carro é igual ao de William.
Será que é ele? Porque ele estaria na frente da minha casa depois de ter me ignorado na escola?
Acordo dos meus pensamentos quando escuto o carro arrancar e sumir de vista, respiro fundo de frustração e fecho a janela voltando pra sala e sendo obrigado a assistir até o fim o filme
Quando o filme acaba eu graças a Deus me ajoelhando até enquanto Emma dá risada.
- Finalmente estou livre dessa tortura, Emma que filme horrível como...- sou interrompido com o toque do celular dela Emma o pega e sua feição muda atendendo em seguida.
- Alô, o que você quer? - diz Emma irritada.
- Não, eu não vou pra casa agora estou ocupada.
- Olha mãe não tô nem aí se ele chega essa semana. - Emma fica em silêncio por um tempo e eu vejo raiva em seu rosto.
- Quer saber nem dormir em casa eu vou tchau. - diz e desligo jogando o celular no sofá.
Emma pega deu cigarro e vai pra cozinha, sigo ela e ela abre as janelas acendendo o cigarro em seguida.
- O que houve Emma? - pergunto vendo que ela está tremendo.
Emma me encara por alguns segundos fumando seu cigarro.
- O merda do meu " tio " chega essa semana e minha mãe está louca. - diz irritada.
- Entendi, não fica assim Emma. Se precisar dormir aqui hoje pode ficar tranquila tá bom. - digo e percebo que ela não quer falar sobre isso.
Abro a geladeira e pego suco pra gente entregando pra Emma um copo ela bebe em seguida. Ficamos em silêncio até ela terminar de fumar, em seguida vamos pra sala.
Emma pega seu celular e disca um número esperando chamar a pessoa atende.
- Me encontra no lugar de sempre William, preciso falar com você. - diz Emma e logo desliga.
Acho aquilo estranho, entretanto não quero incidir seu espaço. Emma pega sua bolsa e me encara.
- Lipe eu vou embora, depois te mando uma mensagem. - diz me abraçando e dando um beijo em minha bochecha.
- Tudo bem, se precisar de mim é só me ligar Emma. - digo e a levo até lá fora ela me abraça mais uma vez e se vai.
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Você pertence a mim (ROMANCE GAY)
Teen FictionWillian Collins é um garoto de 18 anos cujo a rebeldia sempre foi uma válvula de escape. Com uma relação familiar conturbada Will cresceu sem muita demonstração de afeto tornando-o um garoto extremamente grosseiro. Will sempre foi muito possessivo...