É UMA CONVERSA estranha e sutil. Quase não percebo que estou sendo chantageado.
Estamos nos bastidores, sentados em cadeiras dobráveis de metal, quando Park Sooyoung diz:
— Li seu e-mail.
— O quê? — Eu levanto o rosto e olho para ela.
— Mais cedo. Na biblioteca. Não foi de propósito, é claro.
— Você leu meu e-mail?
— Ah, eu usei o computador logo depois de você — diz ela. — Quando acessei o Gmail, entrou na sua conta. Você devia ter encerrado a sessão.
Fico olhando para ela, estupefato.
— Mas, então... por que usar um nome falso? — pergunta ela, batendo com o pé na perna da cadeira.
Bem, eu diria que um nome falso serve justamente para impedir que pessoas
como Park Sooyoung fiquem sabendo da minha identidade secreta. É óbvio que
funcionou perfeitamente.Ela deve ter me visto sentado ao computador.
E eu devo ser um idiota monumental.
Ela dá um sorriso.
— Enfim, achei que você fosse gostar de saber que meu irmão é gay.
— Hã. Na verdade, não.
Ela olha para mim, e eu pergunto:
— O que você está tentando dizer?
— Nada. Olha, Park, não tenho problema nenhum com isso. Não é nada de mais.
Só meio desastroso, na verdade. Ou quem sabe uma merda de um desastre épico, mas isso vai depender da capacidade de Joy ficar de bico calado.
— Isso é muito constrangedor — comenta
ela.Não sei o que responder.
— Enfim — prossegue —, é bem óbvio que você não quer que as pessoas saibam.
Bem. Acho que não. Embora essa coisa toda de sair do armário no fundo não me assuste.
Acho que não.
É uma caixa gigantesca cheia de constrangimento, e não vou fingir que anseio por esse dia. Mas provavelmente não seria o fim do mundo.
Não para mim.
O problema é que não sei como seria para Blue. Se Sooyoung contasse para alguém.
Blue é do tipo reservado. O tipo de cara que não esqueceria de encerrar a sessão do e-mail. O tipo de cara que talvez jamais me perdoasse por ser tão descuidado.
Acho que estou tentando dizer que não sei como seria para nós. Para Blue e eu.
Mas realmente não consigo acreditar que estou tendo essa conversa com Park Sooyoung. De todas as pessoas que poderiam ter acessado o Gmail depois
de mim...Você precisa entender que, para começar, eu jamais teria usado o computador da biblioteca, só que bloqueiam o wi-fi na escola. E hoje foi um daqueles dias em que eu não podia esperar até chegar em casa e usar meu notebook.
Eu não podia esperar nem chegar ao estacionamento e abrir o e-mail no celular.
Porque hoje cedo eu tinha mandado um e-mail da minha conta secreta para Blue. E era um e-mail meio que importante.
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Jimin Vs. A Agenda Homo Sapiens
FanfictionEstamos nos bastidores, sentados em cadeiras dobráveis de metal, quando Park Soo-young diz: - Li seu e-mail. - O quê? - Eu levanto o rosto e olho para ela. - Mais cedo. Na biblioteca. Não foi de propósito, é claro. - Você leu meu e-mail...