i. o treino antes da morte

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Jeon Soyeon tinha o nariz sangrando, a sobrancelha esquerda cortada, a garganta machucada e uma grande marca roxa na coxa esquerda. O cabelo escuro preso em um rabo de cavalo e um ar furioso nublava seus olhos. Seu pai, Jeon Junghyun, estava do outro lado da sala, com um cilindro grande de ferro, que estava usando para treinar a filha, com um ar sereno, apenas balançando o objeto ensanguentado.


— Quantas porradas eu vou precisar dar no seu rosto até que você faça um arranhão em mim, minha filha querida? — A voz carregada pelo mais forte dos venenos quase fez com que Soyeon vomitasse.


— Vem pro fight, velho. — Cuspiu um pouco da saliva com sangue que estava se acumulando na boca e ajeitou os ombros. Correu na direção de Junghyun com toda a raiva que conseguia arranjar dentro de si, porém, como nada é perfeito, antes mesmo de pensar em dar um golpe, o próprio pai já estava caminhando em sua direção e jogando a barra de ferro contra a sua bochecha direita. Soyeon caiu, tossindo sangue e com a cara parcialmente roxa. — Filho da puta. — Cuspiu mais um bocado de sangue, antes de voltar o olhar para o pai.


— Você precisa aprender que nem sempre atacar é a melhor maneira de se defender. — Junghyun bateu com a barra na canela da menor, fazendo-a se encolher e se arrastar para longe. — Você não pode se deixar vulnerável ao ponto de o inimigo saber que está com raiva dele. — Outro acerto com o objeto, desta vez nas costas, obrigando Soyeon a gritar. — As pessoas com quem lidará, sabem ler sentimentos muito bem, precisa escondê-los — Jeon puxou a cabeça da filha pelos cabelos a arrastando até a parede mais próxima e a jogando lá. — Assim como precisa esconder a dor. — Junghyun arremessou a barra de ferra no chão e deixou a sala sem sequer se preocupar com a filha.


Soyeon acumulou mais cicatrizes, além da sobrancelha cortada, nariz sangrando, garganta latejando em dor e sua coxa esquerda roxa, agora ela tinha marcas nas costas, um incrivel vergão roxo esverdeado crescendo em sua bochecha direita e um tornozelo quebrado. E ali, naquela sala fria e sozinha, com os respingos do seu sangue para todos os lados, ela só pensava em uma coisa.


— Eu não vejo a hora do seu velório chegar, papai.

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⏰ Última atualização: Dec 14, 2019 ⏰

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deadly class (ft. idle)Onde histórias criam vida. Descubra agora