Capítulo: 3

694 90 67
                                    


Massachusetts, EUA

Lauren Jauregui

- Estou ansioso para começar a investigação. – Austin falou, a excitação evidente em sua voz.

Eu esbocei um sorriso forçado, desviando o olhar para o relógio. Já se passava mais de meia hora desde que desembarcamos, e a ausência de táxis livres só ampliava minha sensação de desconforto.

- Investigadora Jauregui? – Uma voz feminina interrompeu meu transe. Olhei para uma mulher baixa, com cabelos loiros desgrenhados, que estava estacionando um carro à nossa frente.

- Sim? – Perguntei com uma seriedade que a situação exigia.

Ela desceu do carro com uma expressão tensa e estendeu a mão. - Delegada Brooke do Condado de Essex. – Sua voz tinha um tom de urgência que não passou despercebido.

- Este é o Investigador Mahone. – Apresentei Austin, que estava visivelmente nervoso.

- Peço desculpas pela demora. Houve um imprevisto e a viagem até o Condado de Essex é mais longa do que o esperado. E depois ainda tem o trem para Salem. – Brooke disse, enquanto carregava nossas malas para o porta-malas, sua expressão não escondia a preocupação.

- Não sabíamos que viria nos buscar. – Austin comentou.

- Oh, sinto muito! – Brooke se desculpou, a apreensão em sua voz era palpável. - Agradeço por se disporem a ajudar com este caso. – Ela ligou o carro e iniciou a viagem.

- Já possuem um possível paradeiro da vítima? – Perguntei, puxando meu bloco de notas, ansiosa por qualquer informação que pudesse esclarecer a situação.

- Sim, mas é um pouco complicado de explicar. – Brooke coçou a nuca, um gesto que parecia carregar um peso invisível. - Vocês leram o boletim de ocorrência, não é? – Perguntou, enquanto passávamos por uma estrada de terra, com o céu começando a escurecer.

- Obviamente. Temos algumas perguntas. – Austin tomou a frente. - O boletim menciona uma possível seita satânica. Por que essa suspeita?

- Consideramos essa hipótese, mas é complicado, Investigadora. – Brooke parecia hesitar, suas palavras carregadas de um medo inexplicável. Eu e Austin trocamos olhares, o sentimento de desconforto crescendo. – Quando chegarmos ao departamento, eu explicarei tudo. – Disse, sua voz traindo uma inquietação que não consegui ignorar.

A viagem foi silenciosa, o som do motor misturava-se com o silêncio tenso. A paisagem parecia desmoronar ao nosso redor, florestas densas e casas abandonadas dando uma sensação de opressão. O crepúsculo começava a se instalar, e a escuridão parecia se engolir a cidade.

- Chegamos. – Brooke anunciou ao parar em frente a um prédio que parecia ter saído de um conto de terror. As paredes rachadas e a sujeira acumulada eram um reflexo perfeito do caos interno que eu esperava encontrar.

Saímos do carro, e a atmosfera ao nosso redor estava carregada de uma tensão palpável. A delegacia era uma verdadeira casa de horrores, com paredes sujas, um odor de mofo que penetrava o ar, e poucos funcionários, todos com olhares preocupados.

Brooke nos conduziu até uma sala minúscula, onde se acomodou com um suspiro pesado. Fizemos o mesmo, sentindo a tensão crescer.

- O que vocês querem saber? – Brooke perguntou, sua voz estava baixa, quase como um sussurro, enquanto acendia um cigarro. O cheiro do tabaco misturava-se com o mofo, criando uma atmosfera ainda mais opressiva.

- Segundo o boletim, a última vez que a vítima foi vista foi no Hanse's Car. O que é isso? – Austin perguntou, sua voz soando ligeiramente trêmula.

- Hanse's Car é uma oficina de carros. – Brooke tragou o cigarro com avidez, como se esperasse que isso a acalmasse. – A dona é Dinah Jane Hansen. Ela é a melhor mecânica da cidade. – Enquanto anotei essa informação, uma sensação crescente de inquietação tomou conta de mim.

- Quero a lista de todos os lugares que a vítima frequentou antes de desaparecer e as últimas pessoas com quem teve contato. Também preciso dos endereços da mãe, parentes e amigos. – Falei, enquanto Brooke puxava uma pasta e a atirava em minha direção com um gesto brusco. Puxei a pasta, folheando-a rapidamente e entregando-a a Austin.

- A passagem de trem e a chave da moradia temporária estão aí. Quando chegarem a Salem, procurem a Detetive Lovato. Ela os atualizará sobre tudo. – Brooke se levantou, um olhar nervoso atravessando seu rosto. – Foi um prazer conhecê-los. – Disse, sua voz agora carregada de uma urgência palpável.

- Esse lugar é estranho. – Austin comentou, observando Salem com um olhar desconfiado. – No endereço, diz que temos que pegar uma estradinha de terra para chegar à nossa nova moradia. – Ele examinou o papel em suas mãos.

Caminhamos em direção à moradia, e a cidade parecia estar envolta em uma neblina de mistério. Pessoas nos observavam com olhares curiosos ou hostis. O sentimento de que algo estava profundamente errado me envolveu. Quando parei para olhar ao redor, percebi uma figura feminina que parecia me observar de longe, mas sua presença era apenas uma sombra difusa na distância.

Minha mente girou, lembrando-me dos óculos que estavam guardados na bolsa. Uma sensação crescente de que algo sinistro estava prestes a acontecer me assolou.

- Lauren? – Austin chamou, sua voz cortando o silêncio inquietante. – Vamos?

Voltei a olhar para onde a mulher estava, mas ela havia desaparecido. A sensação de que algo estava prestes a se revelar se intensificava, como se estivéssemos sendo observados por forças invisíveis. O que era esse sentimento perturbador?

- Vamos. – Murmurei, meu tom de voz carregado de tensão. Enquanto continuávamos nosso caminho, a sensação de que a cidade estava cheia de segredos obscuros só aumentava.

Chegamos à moradia temporária, a sensação de que a cidade de Salem era um campo minado psicológico me perseguia. Mal chegamos e já parecia que a realidade estava se desintegrando ao nosso redor.

OBS: PRESTEM ATENÇÃO NAS PISTAS 😉

BJOCAS E NÃO ESQUEÇAM A ESTRELOCA ☆ COMENTEM BASTANTE GALEREIXON

COM LICENÇA XAU E BENÇA

😆

SHAMELESS Onde histórias criam vida. Descubra agora