Capítulo: 4

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**POV Lauren Jauregui**

- Onde encontraremos a tal Detetive Lovato? – Perguntou Austin, o tom de impaciência evidente.

- Não encontraremos. Ela virá até a nós. – Comentei, desanimada ao perceber que ainda teríamos que andar um bom trecho. – Me lembre de alugar um carro depois. – Acrescentei, vendo Austin assentir.

Nunca andei tanto na vida. O Google Maps indicava que ainda estávamos na metade do caminho, e o sol começava a se pôr, mergulhando a paisagem em uma penumbra ameaçadora. O céu escurecia rapidamente e a atmosfera ao nosso redor se tornava cada vez mais opressiva.

Depois de uma caminhada interminável, chegamos à entrada de uma floresta densa. As árvores, torcidas e retorcidas, pareciam formar um corredor sinistro.

- Isso é sério? – Austin perguntou, olhando para a floresta com uma expressão de incredulidade.

- Eu também não estou feliz com isso, mas pelo menos não teremos incômodos. – Falei, tentando manter a calma. O chalé se escondia entre a vegetação, como um fantasma esperando para ser descoberto.

Continuamos pela trilha, o som das folhas secas sob nossos pés era a única coisa que quebrava o silêncio profundo. Após meia hora de caminhada, chegamos a um chalé parcialmente abandonado, sua aparência sombria e desconcertante. Parecia um cenário tirado de um conto de terror: paredes desgastadas e rachadas, janelas cobertas por teias de aranha, e uma sensação de decadência que emanava do lugar.

- Tá tirando, né? – Austin disse, seu tom dramático refletia o quanto estava incomodado com o estado do lugar.

- Não é tão ruim assim. – Respondi, tentando ser otimista enquanto me aproximava da entrada do chalé.

A porta rangeu ao ser aberta, revelando o interior do chalé. O contraste era notável: o interior estava surpreendentemente bem conservado. O corredor era estreito, levando a uma cozinha simples, mas funcional. A escada de madeira que levava ao sótão parecia desgastada, mas sólida.

Subi as escadas com cuidado, observando o sótão que havia sido transformado em um quarto improvisado. O espaço era pequeno, mas confortável o suficiente para passar um tempo. Uma cama de solteiro encostada na parede, um tapete felpudo acinzentado e um armário antigo com um espelho eram os principais itens de mobiliário. A atmosfera era uma mistura de nostalgia e decadência.

- Até que aqui não é tão ruim. – Comentei, sentando-me na cama e observando o quarto.

Austin, que havia decidido ficar em um quarto mobilhado no andar de baixo, parecia estar mais aliviado. Ele estava preocupado em transformar o porão em um espaço funcional para nossa investigação.

- Vou ao mercado da cidade comprar mantimentos. Te vejo na hora do jantar? – Perguntei, pegando minha carteira e celular.

- Sim, vou dar uma faxina aqui e ajeitar o porão. – Austin respondeu, começando a organizar o espaço.

Quando saí do chalé, a sensação de estar sendo observada voltou com força. O ambiente ao redor parecia hostil, e a floresta parecia se fechar sobre nós. A sensação de estar sendo vigiada era opressiva. Olhei em volta e vi uma figura sombria entre as árvores. O calafrio que senti me fez empunhar minha Glock 18C, segurando-a firme.

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