**POV NARRADOR**
Na velha cabana, a atmosfera era densa e opressiva. O espaço era pequeno, com paredes de madeira escura cobertas por tapeçarias em tons sombrios. O ar estava impregnado com o aroma do chá de hortelã, um contraste inquietante com a tensão que pairava no ambiente. A única iluminação vinha das velas, suas chamas tremeluzindo e criando sombras que dançavam nas paredes como espectros inquietos.
A mulher de olhos castanhos, com uma presença que irradiava autoridade, estava sentada à cabeceira da mesa. Seus olhos penetrantes examinavam cada uma das mulheres ao redor, que se mantinham em um silêncio reverente. Ela ergueu a xícara de chá com um movimento delicado, e seu olhar detido era uma mistura de calculismo e frieza.
- Você irá lá conversar com ela, talvez a chame para sair. - Sua voz era suave, mas carregava uma firmeza cortante. Ela deu um gole no chá, o líquido verde pálido refletindo a luz das velas. - Brevemente ela virá até mim e quanto antes melhor. - As palavras saíram com uma confiança calculada, como se soubesse exatamente o que estava tramando.
A mais alta, com um olhar ansioso e um leve tremor na voz, perguntou:
- Elas viram, não viram?
A mulher de olhos castanhos não respondeu imediatamente. Seus olhos se fixaram na parede, como se estivesse escutando algo distante. Então, sua expressão mudou, e um arrepio visível percorreu seu corpo.
- Não sei. - Ela murmurou, seu tom cheio de dúvida. - Talvez se... - A frase foi interrompida por um grito estridente que cortou a noite.
- AHHHHHHHHHH - A mulher de olhos castanhos se levantou abruptamente, seus movimentos rápidos e cheios de urgência. Ela saiu pela porta, e as outras mulheres a seguiram em uma velocidade sobrenatural. Seus pés mal tocavam o chão, e elas se moviam com uma leveza inquietante, como se desafiando a gravidade.
**NO LOCAL DO ATENTADO**
Quando chegaram, a cena era horrenda. A floresta estava imersa em uma escuridão quase total, e a única luz vinha das chamas que dançavam nas árvores. O ar estava carregado com um cheiro metálico e acre de sangue.
Vedoromal estava montada sobre Lauren, sua forma grotesca e distorcida refletia um mal que parecia quase palpável. Seus olhos brilhavam com uma luz sinistra, e a varinha que segurava parecia pulsar com uma energia malévola. Cada movimento que fazia era acompanhado por grunhidos cruéis, e a varinha penetrava a pele de Lauren, criando vergões sanguinolentos que se alastravam como feridas abertas.
Karla Camila chegou em meio à cena, seus olhos estavam fixos na bruxa com uma fúria ardente. Seus cabelos escuros voavam ao vento, e suas feições estavam contorcidas em um gesto de raiva profunda. Com um movimento enérgico, Karla ergueu a mão e fez um gesto de puxar, como se estivesse manipulando uma corda invisível.
Vedoromal foi arremessada com força, sua forma grotesca girando no ar antes de colidir com o chão com um estrondo surdo. O chão vibrava com a força do impacto, e a bruxa agonizava, queimando com um brilho de magia negra.
- Mo ju ọ kuro, Mo jẹ ọ kuro, o sun ati sisun, Mo lepa ajẹ dudu - A voz de Karla reverberou, cheia de poder e autoridade. As palavras eram uma maldição antiga, suas sílabas carregadas com uma energia ameaçadora.
Vedoromal gritou com um desespero que fazia ecoar na floresta. - EU VOLTAREI KARLA! - Seu grito era uma promessa sombria antes de desaparecer em uma nuvem de fumaça negra, seu som se dissipando na noite.
Karla correu até Lauren, sua expressão era uma mistura de angústia e determinação. Ela se agachou ao lado do corpo de Lauren, seus olhos avaliando os ferimentos profundos que cobriam o corpo da investigadora.
VOCÊ ESTÁ LENDO
SHAMELESS
Fanfiction---- Salem, uma cidade envolta em mistério e segredos antigos. Quando uma investigadora policial é chamada para investigar um caso de desaparecimento, ela descobre que a verdade pode estar enraizada em algo muito mais sombrio. Bruxas de todos os tip...