otimismo. /broken!seongsang

com ciúmes, jogando santos no mar e sufocando em desculpas.

Com ciúmes, 
Jogando santos no mar, 
E sufocando em desculpas. (Nada fora do usual, entretanto)

Eu odeio o destino. Tudo bem que karma, a lei tríplice, e "o que você diz o vento leva e traz" são coisas normais.

No fundo no fundo, acho que tudo é uma plena perda de tempo. A culpa é do dinheiro, do ego, da fama, da internet, da família, sua. Mas não do destino. Nem do universo.

É tudo uma bela merda de desculpa para gente que não aguenta o peso do que faz, fez, pensa em fazer, ou deixou de fazer.

Então, pra mim, no fundo no fundo, é tudo uma grande perda de tempo — e covardia.

Yunho, meu amigo, diz que fazer e pensar isso me faz ser um grande merda, mas eu simplesmente não ligo muito. Essa porra é um rolê chato. 

E a cada vez que eu olho Yeosang — meu... Amigo, talvez —, eu ouço Yunho. Sempre. É um loop infinito de "você é um babaca" e "cadê a sua não-crença agora?" 

E isso me leva apenas para um pensamento: Kang Yeosang não é normal. 

Não é normal, porque não importa quantas vezes a gente brigue, quantas garrafas de soju a gente esvazie, quantas bocas eu beije ou quantas fodas com gente que não nos lembramos o nome na manhã  seguinte a gente tenha. Não importa quantas vezes meus olhos fiquem roxos e sua bochecha inchada, 

Nós ainda somos uma peça que o destino pregou. 

A cada vez que entro no café do Hongjoong, sinto seu cheiro. Sinto você sentado ao meu lado, sua mão entrelaçada na minha, sua risada ecoando no meu ouvido... 

Você não tá mais aqui comigo, mas tá por aí. Você jogou seus santos e jogou no mar. Pegou a porra do anel e jogou fora. 

Você sufocou em desculpas que não soube conciliar; em coisas que nem mesmo você se lembra de ter dito. 

Você sufocou com essas merdas. E quase me levou junto. 

E é por isso que eu sempre dou um soco no ombro do Yunho quando ele diz que eu sou um merda por não acreditar no destino. 

Mas eu acho que dou otimista demais pra toda essa merda. 

Eu sei que eu pago um preço sempre que vejo você entrar na porra do café como se nada te afetasse, e nem é mentira. Nada te afeta. 

Não importa quantas vezes a gente chore, brigue, ou simplesmente foda. Você sempre sufoca em álibis que você não de lembra quais são. Você simplesmente jogou tudo pro alto. 

E, agora, confesso que bebi umas garrafas de soju. Mas só o sufienciente para lembrar de você ao meu lado, bebendo comigo. Talvez agora a gente começasse a brigar e falar quantas bocas beijamos agora. 

E esses momentos vão me assombrar. Pra sempre. Talvez até eu morrer. Talvez até eu simplesmente arranjar desculpas também. 

Mas isso não sou eu. 

Então é por isso que eu vou tirar o anel. 

Agora, quebrando a garrafa de soju na grade da varanda, sorrindo com a tradição, e eu grito. Grito porque minha alma precisa disso. 

Eu grito porque é um fardo; é um jeito do destino dizer que eu não vou sair ileso. 

Mas eu ainda não estou louco. E eu ainda não acredito nessa merda. 

Então me afogo mas mentira que eu digo pra mim, enquanto Yunho entra pela porta, gritando comigo. 

 Concluo, em uns últimos suspiros sóbrios de verdade — porque já sentia o álcool se misturar de verdade e começar a confundir minha realidade —, que Yunho é o destino.

Ele sempre estava ali pra me lembrar dessas merdas, e é por isso que eu soco ele. Se ele me lembraria disso, então, tenho que lembrá-lo também. 

Sorrio quando a primeira gota de sangue cai do nariz dele, e, então, percebo: eu também estava sufocando nas minhas desculpas. Mesmo que elas estivessem escondidas no fundo da minha alma.

Bem, nada fora do usual. O destino sempre aparece pra me fazer perguntas. 

Talvez eu seja otimista demais pra não ter percebido isso antes. Então, quando meu olho fica roxo, sorrio. 

Estamos lembrando. E, dessa vez, eu não sou o único jogando santos no mar.

//Cheguei num ponto que eu só tava jogando palavras aqui, mas, no fundo, nenhuma repetição eh por acaso. E eu sinceramente espero que tenha ficado bom. Obrigada, então, se você chegou até aqui.

Enfim, eh isso.
Não joguem santos no mar e não deixem o ciúme tomar conta do coração de vocês.

Hasta.