LEVI THEODORE STANDERS
A semana voa e não consigo pensar em outra coisa a não ser a abertura da temporada. Tento não ficar tenso, mas a cada dia a plataforma parece que vai me comer vivo ou me enforcar com a maldita faixa.
Como se não bastasse, tenho que treinar para três modalidades e é quase impossível parar em casa para dormir ou conversar com os caras. Ethan sempre gosta de tirar sarro da equipe de nado e mergulho, mas nem ele tem coragem de comentar algo sobre nossos treinos em épocas de temporada. Ele sabe que são mais pesados.
Os resultados são quase instantâneos. Meu corpo fica terrivelmente dolorido depois das séries na sala de musculação e todas as regiões com músculos parecem estar sempre flexionados. Até andar é uma tortura. Mas então vamos para a água e nadamos, controlamos a respiração, nadamos mais e flexionamos mais, impulsionamos mais e sempre mais, mais e mais.
É um ciclo interminável de tortura, por um reconhecimento de duas horas em um único dia.
Sim, infelizmente, a equipe de nado e mergulho não tem lá sua atenção como os caras do hóquei ou futebol. Na real, as arquibancadas do baseball são mais disputadas que as nossas. Até as da equipe de ginastica. Ou tênis. Ping-Pong.
É, nossa equipe é menosprezada.
Os dias mais populares são os de abertura de temporada, onde o público trata nossa exposição e apresentações como um desfile do Victoria's Secrets. Eu até gosto dos aplausos quando chamam meu nome, mas de qualquer forma, não chega nem perto da atenção que uma arena de hóquei tem em um dia comum.
Parte de um atleta estruturado vem da segurança, confiança e autoestima. Mas outra parcela vem do apoio.
Em competições, ter público a seu favor faz muita diferença. Quando pulo na água entro em transe e penso a todo instante o quanto quero chegar a borda para respirar outra vez. Durante todo o percurso tento ser rápido com ritmo contínuo e me concentro no som repetitivo, que a água faz quando passa pela borracha da touca.
Mas é uma quebra de expectativa tremenda sair da água e os únicos seres gritando serem da comissão técnica.
Meus pais costumavam vir a alguns, mas a logística não é lá essas coisas de uma costa para a outra.
A única pessoa que eu teria certeza que viria é Mila, mas ela deu de me evitar a semana toda desde que conversamos na segunda e as coisas meio que esfriaram. Não estou dando um gelo, mas sempre que tenho um tempo pergunto como foi seu dia e ela dá uma de ocupada com o projeto do centro comunitário ou aulas extras.
Mas ela já fazia tudo isso quando começamos a sair, e isso nunca nos impediu de tirar uns minutos para conversar no refeitório ou em qualquer espelunca por perto.
Então, sei que ela está me evitando.
Não preciso ter um par de olhos a mais para perceber que ela ficou desconfortável com nossa conversa no início da semana, mas ela precisava de um choque de realidade. Frederic é o único motivo pelo qual já vi Mila perder a postura e se ela quer se envolver nessa bagunça, ótimo. Mas eu estou fora.
Era de se esperar que ela não fosse voltar com ele. Muito menos reatar o noivado, depois de tudo que passamos e sabendo o que ela sente por mim. Não é autoconfiança, é lógica.
Mas o fato dela dizer que sabia exatamente o que fazer e sumir pelo resto da semana... É de matar.
Os treinos estão consumindo totalmente meu tempo e Mark não deixa uma fresta de tempo livre no meu horário. Estou moído no fim do dia e tudo que recebo dela é um "Fique bem, amanhã conversamos melhor". Então, desisto da ideia de ir até o Centro Comunitário para a noite do taco. Não preciso de uma festa mexicana para lembrar que Mila existe e não me quer nem pintado de ouro.
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Objetivo Mútuo
Romance#4 PRINCE SERIES Carismático, romântico e californiano, Levi Standers sempre foi alvo de muito suspiros. É sem dúvida a estima de muitas garotas, e ainda assim, ele não consegue superar o relacionamento fadado ao fracasso que lidou nos últimos anos...