Queria te contar que eu conheci alguém legal, gentil e atencioso. Ele ri das minhas piadas sem graça e abre a porta do carro para eu entrar, no nosso primeiro encontro ele não fez menção de querer algo além de comer pizza e conversar coisas sobre nossas vidas. Ele é o que a minha mãe chama de “agulha no palheiro”, mas você sabe que pra ela qualquer um é melhor do que você que me fazia esperar mais de duas horas e desmarcava quando eu já estava toda arrumada para sair. Ele elogiou a minha roupa e me repreendeu quando fiz um comentário maldoso sobre o meu próprio corpo, “não consigo encontrar algo que não seja perfeito em você”, ele me disse. Mas ainda que ele abra e feche a porta do carro, ria das minhas piadas ou seja o genro que a minha mãe quer, ele continua sendo apenas alguém legal, gentil e atencioso que eu conheci. Mas o maior problema é que ele não é você Mike Hanlon. Eu sei que não deveria está falando isso, mas ainda é difícil ver uma vida a dois sendo que o meu par não é mais você. Admito que às vezes esqueço que não estamos mais juntos e algo muito legal acontece, e penso "nossa, preciso contar isso para ele!" e aí percebo que você não está mais lá para compartilhar das minhas conquistas, dos meus dramas, das minhas mazelas do dia-a-dia. O rapaz gentil acaba se tornando mais um alimentador de ego do que um cara que eu quero realmente me abrir, é triste e egoísta da minha parte, mas como faz para o coração entender que ele não pode mais te pertencer? Como faz para parar de te amar e me libertar dessa dor que é não te ter mais? O quão complicado está sendo não te pertencer, não te ter. Por mais certo que tenha sido essa decisão, meu coração não se conformara, ou será que sou eu mesma que não consigo deixar pra lá?
