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Após o encontro com Travis, chego ao apartamento sentindo-me mais animada do que me lembro de já ter estado. Lyla cochila no sofá e Joy está vendo um filme de terror, escondida embaixo da coberta apenas com os olhos para fora. Se assusta quando acendo a luz, mas sorri e se descobre quando vê que sou eu.
— Como foi a noite? — pergunta.
— Ótima! Ele é legal, divertido, inteligente.
— Então é ele.
— Talvez, quer dizer, ele não foi um babaca, não é machista, não é pegajoso. Não tentou avançar nenhum sinal. — Os olhos ansiosos dela estão sobre mim e acabo com sua curiosidade. — Ele me chamou para assistir um filme na casa dele no final de semana. É ele!
— Não vai dar certo! — a voz de Lyla nos assusta e encontro minha amiga amargurada com os olhos negros cravados em mim. — Você devia ser mais ajuizada do que isso, Mackie, transar com um cara com quem você saiu apenas uma vez é loucura.
— Não acho, antes de conhecer vocês eu transava com os caras no primeiro encontro — responde Joy e Lyla revira os olhos. — Lyla, abra essa cabeça. Liberdade, Lyla, o corpo da mulher é dela, o prazer é dela, ela faz o que bem entender com eles.
— Não se trata disso, eu penso que a mulher deve sim fazer o que tiver vontade, mas com juízo. Se fosse você que conhecesse um cara hoje e quisesse tirar a roupa para ele amanhã, eu acharia normal. Mas estamos falando da Mackenzie, mais uma tentativa frustrada e nossa amiga vai para um convento. Ou para um hospício, não ria, estou falando sério.
Eu não estou achando a menor graça, mas Joy está rindo de dobrar a barriga. E se der errado? E se ele sair correndo, ou disser não, como já aconteceu antes? Corro até meu quarto e tiro a roupa. Avalio meu corpo no espelho, não sou perfeita, mas não acredito que homens busquem isso. Sou normal, não há nada errado comigo, ao menos eu acho que não. Volto para a sala e paro diante das meninas.
— O que há de errado comigo? — pergunto.
— Além de você estar nua no meio da sala? — Lyla quase grita.
— Além disso.
— Mackie, meu Deus, não sou obrigada a ver isso. — Ela cobre os olhos e Joy se levanta e me observa atentamente.
— Você é bonitinha — diz após um tempo me avaliando.
— Não é isso que quero saber, Joy.
— Não há nada de errado com você, não vai dar errado, para com essa neura. Lyla não devia ter dito o que disse, mas você sabe que ela é uma vaca!
Algo acerta a janela e avistamos nosso vizinho da frente pendurado na janela dele fazendo um sinal de jóia com o polegar. Ele é um cara estranho, tem a barba tão espessa, que cobre quase todo seu rosto, os olhos são pequenos e quase sempre está com óculos escuros, mesmo à noite. Até dois meses atrás ninguém sabia o nome dele, nem mesmo seus vizinhos, ele vive dentro do seu apartamento e raramente sai dele. Descobrimos seu nome, Bruce, por acaso quando fomos ao prédio da frente e fuçamos sua correspondência. Até onde se sabe, ele pode ser um serial killer, um nerd que ganha dinheiro jogando no YouTube ou um homem esquisito com alguma doença mental que vive isolado, quem sabe?
— Bem, se der errado com o Travis, você sempre terá o vizinho da frente. Ele gostou do que viu — zomba Joy.
Me lembro que estou nua e volto para o quarto para me vestir. Lyla bate na porta e entra em seguida, então sento-me em minha cama e espero seu sermão. Quando nos convidou para morarmos com ela, ela meio que assumiu a postura de nossa mãe, não faz nenhum sentido, uma vez que é apenas seis meses mais velha do que eu, mas sua mente lembra a de alguém com setenta anos e uma vida rigorosa e sofrida já vivida.
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DEGUSTAÇÃO - Doutor Gyn
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