O sol raiou iluminando em cheio a cama de casal. Rogério estava deitado para o lado da cabeceira e Paula com a cabeça voltada para os pés da cama. Como raios ela foi para lá? Pensou ele depois de acordar primeiro.
Percebeu que estava apenas com o lençol fino cobrindo da cintura para baixo, até a altura dos joelhos. Ela estava de bruços e mais descoberta que ele, o lençol cobria-lhe somente os pés. Ele esticou o pano para passar por cima do corpo dela. O movimento terminou por despertá-la.
— Que pasó, amor? – Ela murmurou.
— Nada. Eu estava cobrindo você.
— Por Dios! – Paula se assustou dando-se conta de que estava nua e se enrolou no lençol. Pronto, já estava em seu estado tímido natural. Bem-vinda de volta, senhora Monteiro. Comentou Rogério em seus pensamentos.
— Você não estava tão acanhada ontem. – Rogério apoiou a cabeça num dos braços sorrindo. Relembrando a noite que tiveram juntos. Foi a melhor em meses. – Aquela sangrita não te embriagou, mas te deixou mais fogosa.
— Ay, Rogério não fala essas coisas. – Paula se levantou enrolada no lençol. O fazendeiro acabou ficando sem coberta. Ela percebeu e jogou o travesseiro para ele.
— Ah, a envergonhada aqui é você. – Ele colocou o travesseiro de lado. Se fosse por ele continuavam na cama, do jeitinho que estavam.
— Rogério, para com isso! – Ela ralhou achando finalmente a camisola. Estava em cima do assento da cadeira. Dobrada como ela havia deixado. Minha nossa! Eu nem sequer vesti isso ontem! Que me pasó a mí? Paula enfiou a camisola no corpo e tirou da mala o short preto de Rogério. Talvez estivesse um pouquinho embriagada. – Vamos, se vista.
Ela ajudou a colocar o short, mas Rogério estava cheio de gracinhas. Assim que se viu propriamente vestido para os pudores da esposa. Puxou-a para cima dele para beijá-la.
— Tu não tens porque se envergonhar. – Falou depois do beijo ao perceber o rubor na face dela. Deve ter sido um verdadeiro sacrifício para sua inegável timidez inventar todo aquele jogo de sedução. Ela, literalmente, saiu da zona de conforto para viver uma verdadeira fantasia amorosa com o marido. Rogério não tinha palavras para expressar o quão orgulhoso estava da esposa. – Para mim você é a mulher mais linda e sensual do mundo. E não precisa de uma bebida sequer para me deixar completamente rendido aos teus pés. Mujer, como fuiste ayer... ual! Estoy muy sorprendido y feliz.
Ela sorriu não muito crente nas palavras dele.
— Acha que estou mentindo? – Ele tornou segurando o queixo dela.
— Eu sei que não está.
— Bueno... Entonces... – Ele acariciou os braços dela. – Podes fazer isso mais vezes. Quantas quiser.
— Uma disputa de tequilas? Nunca mais. Pode ter certeza.
— Me refiro a outra coisa. – Ele acariciou uma das mechas de cabelo que caiam-lhe sobre os ombros. – Você sabe o quanto eu fico feliz de saber que você me ama dessa maneira? Porque eu nunca pensei que alguém me amaria assim um dia.
Paula ficou emocionada, mas segurou as lágrimas nos olhos e penteou com os dedos o cabelo do marido. Ela entendi bem o que ele queria dizer. Sorriu para ele e brincou, espantando a onda emotiva da mente.
— Você ainda tem que aprender alguns movimentos para ficarmos mais afinados na dança.
— Se quiser pode me ensinar? Pode fazer isso agora. Eu não tenho nada agendado para hoje, maestra. – Rogério beijou provocante o pescoço de Paula. Ela, porém, acendeu o sinal amarelo.
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Um Milagre - A Que Não Podia Amar
Fanfiction🌟Completa, porém continua com uma série de contos. Atualmente conto: O Primeiro. FANFIC DA NOVELA A QUE NÃO PODIA AMAR Após quatro semanas de um inexplicável distanciamento entre Ana e o esposo. Ela recorre à oração na capela para desanuviar a al...