Capítulo único: sempre fui seu.

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Entediado. Era assim que Chittaphon se encontrava no momento.

A taça de champagne ponderava entre seus dedos esbeltos e o olhar vagava pelas diversas pessoas presentes no salão. Funcionários da empresa, empresários de outras companhias e pessoas da elite ocupavam o vasto espaço do recinto, alguns conversando sobre negócios e ações, outros apenas degustando os aperitivos do buffet e os variados coquetéis servidos a todo instante.

Chittaphon se incluía no último grupo citado, apenas bebericando de tempos em tempos o líquido presente em sua taça e sorrindo brevemente para alguns executivos que o cumprimentavam. Recebia olhares frequentes de homens – que sabia muito bem serem homens de classe alta e comprometidos – mas apenas os ignorava com a sua melhor cara de desdém, o olhar fixo num ponto aleatório e a mente pousando num ponto perigoso de seus pensamentos: aqueles que envolviam um americano de 1,84 de altura, fios de coloração escura e boca em formato de coração.

Seu colega de trabalho e dono de não apenas suas melhores noites de prazer, como também de seus sentimentos apaixonados, sentimentos estes que tentava a todo custo esconder. Sabia que sua relação com Youngho não passava de mero sexo casual, mas não conseguia evitar querer algo mais, seu subconsciente gritava por isso. Foi tirado de seus devaneios ao sentir um corpo forte atrás do seu e o perfume característico invadir suas narinas, seu coração falhando uma batida ao saber muito bem de quem se tratava.

– Pensando em mim, Tennie? – a voz grossa com um tom de divertimento chegou aos ouvidos de Chittaphon, o fazendo virar seu corpo e direcionar seu olhar para o mais alto quase instantaneamente.

E, pelos deuses, o suspiro que escapou de seus lábios foi inevitável ao ver o mais velho trajando um terno preto muito bem alinhado e o cabelo escuro posto perfeitamente num topete com uma fina camada de gel, ressaltando seus belos traços faciais e acabando com a pobre sanidade do tailandês. Revirou os olhos fingindo desinteresse e tomou mais um gole do líquido claro, esperando que o álcool fizesse algum efeito em seu sangue e que pudesse usá-lo como justificativa caso deixasse seu nervosismo transparecer de alguma maneira através de suas reações.

– Tenho coisas mais importantes para fazer do que pensar em você, John.

– É? Como o quê, por exemplo? – o tom de deboche era presente em sua voz e um sorrisinho de canto adornava seus lábios. Sabia muito bem o efeito que causava no mais novo.

– Como, por exemplo, o fato de que eu preferia estar na minha cama, maratonando minhas séries, do que aqui.

– Tenho certeza de que tenho idéias mais interessantes do que essa. – o sorriso malicioso que tomou conta de seus lábios não passou despercebido por Ten, que virou seu corpo novamente, ficando de costas para Youngho, numa tentativa falha de não deixar transparecer seu nervosismo.

– É mesmo? Como o quê? – proferiu de maneira sutil, tomando o restante do líquido num gole só.

– Como, por exemplo, você estar na minha cama, de preferência, comigo no meio das suas pernas. – sussurrou com a voz rouca na orelha do tailandês, os lábios carnudos roçando na orelha do mesmo o fazendo estremecer. Sorriu ao ver os pelinhos da nuca do pequeno se arrepiarem, mesmo que minimamente.

– Não é como se sua idéia fosse atrativa 'pra mim. – respondeu tentando ao máximo manter sua voz firme, percebendo que falhou miseravelmente ao escutar a risada soprada perto de sua nuca.

– E o que você acha de sentar no meu colo e rebolar bem devagarinho, daquele jeito que você sabe que eu gosto, uh? – colocou a mão na cintura delgada e apertou discretamente, sentindo como o corpo menor resetou quase que automaticamente. – Não está com saudades, amor? Porquê eu estou. Não sabe o quanto eu venho pensando em você ultimamente, principalmente em você gemendo bem manhosinho no meu ouvido, arranhando minhas costas e sentando bem gostoso em mim.

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