Capítulo único: Troca equivalente.

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Han Jisung nunca foi lá muito fã de romance. Desde sempre via seus amigos suspirando de amor pelos cantos, falando sobre as famosas borboletas na barriga, além de residirem no mundo da lua quando pensavam na pessoa amada, e, bom, ele nunca chegou a sentir isso.

Tudo bem, já teve um paquera ou outro, porém ninguém que deixasse seu coração acelerado com um sorriso e o estômago revirando com um olhar direcionado para si. Não naquela intensidade.

E ele até que estava bem conformado com isso. Mesmo nunca tendo se apaixonado em seus 18 anos de vida, ele não se importava tanto assim com esse fato; só seus estudos e o trabalho de meio período numa lojinha de variedades já eram problema suficiente para si.

Mas isso não quer dizer que seus amigos também não ligavam para esse fato.

– Pelo amor de Deus, Jisung, você precisa namorar! – Felix, o melhor amigo do pequeno Han, reclamava consigo, juntamente de seu namorado, Hyunjin. – Faz quanto tempo que você não sai com alguém?

– Felix, me deixa em paz e vai cuidar dos seus dois namorados, que eu tenho mais o que fazer. – resmungou, enquanto ajeitava algumas prateleiras, aproveitando que não tinham clientes na lojinha naquele horário.

– O Lix 'tá certo, Jisung. Você precisa sair e relaxar, fazer algo que não seja só estudar. – Hyunjin falou enquanto mastigava uma das batatas fritas que estavam no saco em sua mão, depois de alguns minutos apenas observando os dois mais novos discutindo.

– Quem disse que eu preciso de namorado? Eu 'tô muito bem sozinho. – murmurou, voltando para o caixa, sendo seguido pelo casal.

– Eu não 'tô dizendo que você, necessariamente, precisa ter um relacionamento. Mas você precisa conhecer novas pessoas, Sung. – o mais novo entre os três pronunciou.

– 'Tá, 'tá, já entendi. – o azulado resmungou. – Aliás, por que vocês estão aqui me atazanando? Não tem nada melhor 'pro casal 20 fazer, não?

– Na verdade, não. – o Hwang respondeu, ainda apreciando suas batatas fritas. – O Binnie 'tá ocupado com um trabalho da faculdade e enxotou a gente do apartamento.

– É, além de que a gente estava com saudades de você. – o Lee sorriu, jogando um dos braços pelos ombros do amigo, fazendo o mesmo olhar de canto para si.

– Uhum, sei. – murmurou. – Vocês não tem o que fazer, mas eu tenho. Podem ir vazando porque eu tenho que trabalhar.

– Deixa de ser chato, Jisung, a gente veio te fazer companhia e você ainda reclama. – o loirinho reclamou, cruzando os braços e fazendo um biquinho.

– Iti, amor, vem cá. – o moreno puxou Felix pelo braço, depositando um beijinho na bochecha do mesmo.

– Urgh. – o azulado revirou os olhos. – Meus olhos pedem socorro vendo isso.

– Poderia estar do mesmo jeito se não fosse tão ranzinza. – o loiro alfinetou.

– Eu não sou ranzinza, vocês que acabam com meu resquício de paciência. – retrucou. – Agora se me dão licença, eu tenho clientes 'pra atender. – falou assim que ouviu o sininho que havia na porta tocar, indicando que alguém entrara no estabelecimento.

– E que cliente, hein. – o loirinho murmurou divertido assim que viu o rapaz que adentrou a loja. – Vamos, amor. Tchau, Sung, a gente se fala depois. – puxou o maior e saiu da loja, deixando apenas Jisung e o garoto ali.

E, por Deus, Felix estava certo. Jisung quis se bater ao sentir o coração falhar ao ver o moreno que havia na sua frente. Era um pouco mais alto que si, tinha fios acastanhados e uma beleza estonteante, além de usar uma calça preta, juntamente com uma camiseta de banda e uma jaqueta jeans por cima, o deixando mais charmoso do que, aparentemente, já era normalmente.

Cantadas nem tão infalíveis assimOnde histórias criam vida. Descubra agora