Despido

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Despido. Despido é aquele desprovido de vestimenta, nu, desnudo. Sujeito que não está mais vestido, calçado ou encoberto.

Ao adentrar na sala de estar, só de cueca algodão e com meu travesseiro na mão. Estou praticamente despido, visando que a pequena cueca não tampa quase nada de meu corpo.

Por coincidência, encontro os outros Vitale na sala.

Vincenzo assistindo pornografia em seu computador e Giovanni lendo um livro de romance.

São tão diferentes.

Quando me notam, o loiro mais novo fica com as bochechas rosadas, já o moreno mais velho, sorri sacanamente para mim.

Penso em pedir para dormir no quarto de Vincenzo, mas tenho medo dele me corromper.

Dessa forma, eu peço para dormir com Giovanni.

- V-você q-quer d-dormir c-comigo?-Gagueja ele com o rosto da cor igual à de um tomate.

Conto tudo que aconteceu para os irmãos Vitale. Menos a parte em que eu esperava Nicola apenas de cueca, pronto, para me entregar para ele. Fico com vergonha dessa parte.

- Sim, você pode dormir comigo desde que não fale nada sobre o acontecimento...-Propõe com as bochechas coradas, fofo.

- Que acontecimento? O beijo que você me deu?-Pergunto pensativo.

Vincenzo até fecha a tela dos seus vídeos nada educativos quando eu pergunto isso.

- O quê?! Meu irmãozinho beijando as pessoas por aí?

- É-e-e Pietro, não comente nada sobre isso. Não comente nada principalmente com Vincenzo! –Reforça o loiro ao empurrar seu irmão tarado para longe de si. Giovanni está com as bochechas coradas e completamente sem jeito ao ver que seu irmão mais velho se mostrou interessado sobre o assunto delicado para ele.

Momentos mais tarde, minha auxiliar Baroni se mostrou prestativa ao me ajudar com as mudanças, ela pegou todas as minhas coisas no quarto de Nicola e levou para o de Giovanni, agradeço-a inúmeras vezes por isso, pois eu não queria ter de ver Nico por agora.

- Que nada, meu senhor. Fiz com o maior prazer. –Responde ela com suas bochechas fofas e um lindo sorriso. –Nem te conto, acredita que ele ainda perguntou para mim se eu achava que ele estava errado?-Pergunta ela para mim como se estivesse descrente.

- Sério? E o que você respondeu?-Interrogo-a com curiosidade.

- Respondi que estava errado sim. –Conta ela. -Disse bem assim "Desculpa meu senhor, mas você foi um idiota."

- E NÃO FICOU COM MEDO DE PERDER SEU EMPREGO?-Indago alto, espantado.

Eu sem Nicola, okay. Agora, sem Baroni? Impossível viver aqui. Não sei nem o lugar das coisas direito. Só sei o caminho para o quarto. O de Nicola ainda. Baroni é minha salvadora. Fora as dicas que ela me da para tudo, sobre como não dormir no banho ou como conseguir comer mais rápido, ela é a melhor auxiliar do mundo. Deus me livre ela ser despedida.

- Pietro, eu não tenho medo dele! –Responde ela confiante. - Emprego tem o monte por aí. Eu que não deixo de defender você, Senhor D'Angelo. Você nunca foi meu senhor, você sempre foi meu senhor e meu melhor amigo. Não deixarei ninguém falar mal de você nessa casa! –Bate ela o pé no chão, decidida.

Com isso, dou-lhe um abraço, estou completamente grato.

Seu abraço é macio e confortável. Acabo dormindo em seus braços, pois hoje foi um dia cansativo.

Giovanni me acorda e percebo que já estou em sua cama.

- C-como?

- Senhorita Baroni te arrastou para cá.

- Ah, entendi. –Fico mais tranquilo e me sento em sua cama.

O quarto de Giovanni não parece um quarto de mafioso.

As paredes são pintadas de cores pastéis e só vejo livros, por todo o lado.

Meus olhos brilham. Eu amo livros, eu amo literatura. Ler é como dormir e sonhar. É a coisa que eu amo no mundo, depois de dormir, é claro.

- Seu quarto é lindo. –O elogio.

- Eu sei! –Concorda o loiro mais novo com um sorrisinho de orgulho para seus inúmeros livros espalhados.

- Por que me acordou?-Pergunto curioso ao me espreguiçar.

Ele do nada fica sem jeito, olha para o chão com vergonha e solta:

- Eu gostaria de saber se eu posso dormir na mesma cama que você.

- Claro que pode! A cama é sua. Eu que devia dormir no chão...-Começo a dizer, me arrastando para fora dela ao perceber o quão folgado estou sendo, dormindo na cama dos outros. Eu odeio quando dormem na minha cama, que hipocrisia da minha parte fazer o mesmo, francamente...

Giovanni me segura pela mão, me impedindo de sair de cima de seu colchão e fala firmemente:

- Ninguém dormirá no chão.

Sorrio grato para o loiro, que sorri gentilmente de volta.

Giovanni tira sua camisa e também sua bermuda. Ficando somente de cueca para dormir. Dando-me assim, uma visão deslumbrante de seu corpo magro e definido, como se fosse o de um modelo, só que repleto de tatuagens é claro. Existem modelos tatuados? Não sei.

Suas pernas me chamam mais a atenção, pois ainda não tinha visto essa parte dele. Suas coxas são musculosas e contam com poucos pelos, clarinhos, loiros.

Fora sua grandiosa mala, bem marcada, em sua cueca. Eu sabia que se Giovanni não tinha bunda grande, ele só poderia ter outra coisa...

Quando Giovanni apaga as luzes e se deita de frente para mim em sua cama, tento me acalmar e não pensar besteira.

- Meu irmão é um babaca por ter magoado você. -Solta ele o que eu não esperava.

- Eu pensei que nunca ouviria você falar isso dele. Parece que você o respeita tanto. Nunca pensei que...-Começo mas não termino, acho que ele já entendeu.

- Eu o respeito, demais. Por mais que ele seja idiota às vezes, ele que nos salvou de nosso Papà. Nicola é o mais corajoso de nós três e eu o respeito tanto por isso...

- O que aconteceu com o Papà? –Pergunto sem pensar duas vezes ao me lembrar dos terríveis pesadelos de Nicola e me lembrar também do quão sensível ele fica quando dorme e sonha com seu pai.

- Não me pergunte sobre isso. Mude de assunto, Pietro, por favor. –Ele me implora quando fecha seus olhos intensivamente, como se estivesse aturdido com esse assunto.

Droga, eu quero saber disso há tempos. Ninguém me conta. QUE MERDA.

Volto à realidade quando sinto a respiração de Giovanni próxima ao meu rosto e fico arrepiado.

- Você parou de ficar comigo só por causa de Nicola, não foi? –Pergunto ao me aproximar mais ainda dele.

Sinto seu perfume gostoso adentrar minhas narinas e inspiro profundamente seu cheiro único.

- Acho melhor a gente dormir. – Me responde com seu forte hálito de pasta de menta.

Penso em beijá-lo, mas o sono me atinge em cheio assim que o loiro fala as palavras mágicas: "Dormir".

CONTINUA...

Narrador on~~

Alô amores, tudo bom com vocês? O que estão achando? Achei esses capítulos chatinhos... Devo continuar a escrever?? Tem tanta coisa ainda para acontecer, espero que melhore...

Vitale, Irmãos da Máfia (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora