Capítulo Dois.

302 21 7
                                    

Boa leitura!

~•~

Uma ligação despertou-me na manhã seguinte. Deixei tocar, mas a pessoa insistiu.

— Alô. 

— Oi, meu amor, bom dia 

Na hora reconheci a voz.

— Oi, mãe. Tudo bem?

— Estou ótima, filha. Feliz por finalmente ter conseguido falar contigo. Esse último mês a gente quase não se falou.

— Desculpa. – suspirei.

— O que 'tá acontecendo?

Eu não havia conversado sobre tudo o que houve com ninguém.

— Nada.

— Lucy, esqueceu com quem você 'tá falando? 

—... – não queria chorar, mas parecia impossível. — Tem uma coisa que eu não contei.

— O que foi, minha filha?

— Por que você 'tá chorando? – esse foi papai. 

Ele deve estar usando a outra linha.

— Mãe, pai o... – solucei. — Gray 'tava me traindo. Ele 'tava me traindo há 3 anos. — fui diminuindo a voz. 

Ainda era muito difícil para mim.

— O quê?! Meu Deus, minha filha. – exclamou surpresa. 

— Mas que filho da… – papai não concluiu o palavrão, pois mamãe disse um "ei". —… mãe.

— Com a Júvia. – chorei de vez.

— O quê? Júvia…? Aquela Júvia?

— Mas que filha da… – de novo um "ei". —… mãe.

— Sim, mãe, minha melhor amiga, Júvia. – falei com deboche essa frase.

Contei tudo a eles. Desde a demissão até a cena que vi dos dois na cama. Ficaram tristes por mim e também muito chocados e revoltados.

Quem não ficaria?

— … e por isso resolvi tirar um tempo 'pra mim. Não é como se eu tivesse algo 'pra fazer aí.

— Lucy, minha filha, eu não sei o que dizer. Nunca imaginaria isso algo assim, de nenhum dos dois. 

— Também não. Foi um baque enorme. Uma coisa depois da outra, não é fácil. – ainda chorava, mas em menor intensidade. 

— Imagino. Agora entendo o motivo de não ter conseguido falar contigo antes. Espero mesmo que você consiga acalmar esse seu coração. Sabe que se precisar de qualquer coisa, estou aqui, né? – "eu também estou aqui", disse papai. — Viu, amor? Nós dois estamos aqui 'pro que você precisar. 

— Eu sei, mãe. Obrigada, aos dois. 

— Bom, vai lá que eu sei que você deve estar cheia de fome. Mais tarde a gente se fala.

— E eu 'tô mesmo. – ri. — Tchau, mãe. Tchau, pai. Beijos.

— Tchau, filha. Se cuida.

Encerrei a ligação.

Eu sabia que podia contar com meus pais. 

Olhei para a tela do celular e eram 8h30. Resolvi levantar de vez.

Peguei a nécessaire que guardava meus itens de higiene pessoal e fui ao banheiro. Chorei tudo o que queria chorar enquanto tomava banho. Após isso, passei o protetor solar, coloquei um biquíni e uma roupa confortável. Depois de pronta, peguei meu celular, dinheiro, cartão e saí do quarto, sem esquecer de trancar a porta.

Apenas Um Mês... ou Talvez Mais! [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora