Boa leitura!
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Acordei hoje na seguinte pose: cabeça no peito do Natsu, a perna esquerda em seu quadril e um braço por cima da sua cintura. Fazia carinho no meu cabelo, isso significava que estava acordado.
— Que bom que acordou. – disse. — Precisamos ir, mas você 'tava tão bonita dormindo, que eu fiquei com dó de te acordar.
— Hum… A gente precisa mesmo ir? – deixei um beijo em seu peito e apertei mais meu abraço.
— Você não queria uma aventura? Então. Confia em mim, não se arrependerá. Eu prometo!
— 'Tá bom, 'tá bom.
Levantei e espreguicei. Fui ao banheiro realizar a higiene matinal e trocar de roupa.
— Natsu, você tem alguma escova de dentes extra?
— Tenho. 'Tá no armário da pia.
Foi só eu sair do banheiro, que ele entrou.
Peguei minhas coisas e avisei que ia ao meu quarto e de lá direto para o restaurante. Na hora que abri a porta para sair, ouvi sua voz.
— Ah, Lucy, só queria agradecer. – falou saindo do banheiro e pegando uma toalha.
— Não me agradeça por sexo.
— Não 'tô agradecendo por sexo e sim pela contribuição feita à minha galeria de imagens mentais. Aquela que uso em momentos... solitários. – sorriu. — Se é que você me entende.
— Contribuição? Galeria? Quê?
— Esquece. Só não sei como eu iria embora, se o quarto é meu. – disse rindo e parou perto de mim.
Levou menos de 5 segundos para eu lembrar.
***
Ah! Que merda, Natsu! Se não meter logo esse pau em mim, você vai embora e eu vou terminar isso sozinha!
***
Senti meu rosto queimar e logo saí sem olhar para ele. Ai que vergonha! De onde vieram essas palavras? Essa coragem?
Entrei no quarto e me joguei na cama, escondendo o rosto no travesseiro. Eu não acredito no que disse. Bom, é melhor levantar, senão acabo dormindo e perdendo o café.
Coloquei o celular para carregar.
Tomei um banho, vesti uma roupa leve e meu all star, não tinha nada próprio para esse tipo de atividade.
No meio do caminho, recebi uma ligação de Natsu dizendo que estava me esperando no restaurante.
Me falou sobre o percurso que faremos e como estaremos preparados. Levaremos: água, alguns sanduíches naturais e barras de cereais. Natsu explicou mais algumas coisas, o que me fez perceber que ele já tinha feito essa trilha antes. Após tudo esclarecido, partimos para o nosso destino.
O caminho era bonito, mas muito, muito, muito mais cansativo do que imaginei. Bom, talvez eu esteja exagerando um pouco, só um pouquinho, mas foi dessa forma que senti. Isso que dá ser sedentária.
Finalmente chegamos ao final da trilha e no momento em que olhei em volta, não conseguia desviar o olhar e parar de sorrir parecia impossível.
O caminho era bonito, mas o topo era de tirar o fôlego.
— Natsu, que incrível!
— Né? Essa foi exatamente a reação que tive na primeira vez que vim aqui.
Ele tirou algumas fotos minhas com a paisagem ao fundo e tiramos outras juntos também, todas ficaram lindas. Com certeza essa será outra bela recordação daqui.
Passamos o dia inteiro ali. Comemos, conversamos e tiramos muitas outras fotos. Quando a tarde caiu, eu disse que era melhor descermos, mas ele falou que estava cedo e que faltava poucas horas. Não entendi sua fala, até assistir aquele espetáculo da natureza. O pôr do Sol. Fiquei deslumbrada. Aquelas cores, o mar, tudo lembrava uma pintura. Pensei em dizer algo, mas o momento parecia tão mágico, que não queria correr o risco de estragá-lo.
Descemos em um silêncio cômodo. Não sei no que ele pensava, mas eu só consiguia pensar em como não me arrependia de ter vindo, exatamente como ele falou que seria.
— Obrigada. – disse e sorri.
Natsu apenas assentiu, segurou minha mão e beijou o dorso.
Sorri ainda mais.
Fui ao meu quarto, tomei banho e joguei -me na cama. Peguei o celular e contei para mamãe e papai sobre o ótimo dia que tive. Enviei as fotos que tiramos e eles amaram. Papai até escreveu algo que me fez rir.
"Vocês tinham razão, meu genro é bonito mesmo."
Depois de ligar e explicar que não existe essa coisa de "genro", encerrei a ligação.
Não estava com vontade de nada em específico, mas me sentia inquieta dentro do quarto. Me sentia sufocada, queria algo, mas não sabia o que. Decidi caminhar na praia, quem sabe a brisa do mar não ajudava a me acalmar ou a descobrir o que queria naquele momento.
Enquanto trocava de roupa, olhei para o biquíni.
"Por que não?" – pensei.
O vesti, peguei a identidade e saí.
Quando cheguei lá, me senti numa praia deserta. Não havia ninguém, nem mesmo aquele grupinho que geralmente ficava por ali. Caminhei até a margem e a água molhou meus pés.
— Gelada.
Olhei para cima, o céu estrelado e a lua cheia prenderam minha atenção. Fechei os olhos, a brisa gostosa clareava meus pensamentos e acalmava meus sentimentos. O universo era imenso e eu tão pequena, meus problemas pareciam tão pequenos.
Me sentia tão bem. Tão viva. Tão… livre.
Dei alguns passos para trás e tirei minha roupa, ficando apenas de biquíni. Entrei no mar e mergulhei. Sentia que precisava respirar, mas continuava submersa. Quando tornou-se muito difícil permanecer lá, eu emergi. Minha respiração estava desregulada, e eu puxava o ar com força.
Me sentia feliz.
Me sentia diferente.
Comecei a jogar água para frente, brincando. Depois boiei, tirando um momento para admirar as estrelas.
"Perfeito."
Dei um último mergulho antes de sair do mar.
Joguei-me na areia, sabia que ela grudaria no meu corpo e cabelo, mas sabia também que depois era só entrar no mar e me limpar.
Novamente encarei o céu estrelado. Eu sou apaixonada por ele.
Nesse momento, um sentimento bom me invadiu e eu sorri para as estrelas. Não conseguia identificá-lo e nem explicar o que sentia, apenas sabia que estava chorando. Não de tristeza e sim porque esse sentimento era forte, tanto que transbordava de mim. Encarava o céu enquanto sorria e chorava.
Seja qual for esse sentimento, quero cultivá-lo aqui dentro.
~•~
Considero aqui o ponto de partida.
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Apenas Um Mês... ou Talvez Mais! [Finalizada]
RomanceApós sofrer uma grande decepção, Lucy sentia-se perdida e decidiu fugir da atual realidade. Queria um recomeço e encontrou não só a si mesma, como também um belo bônus. [REESCREVENDO]