Capítulo Dezoito.

156 11 0
                                    

Apenas um dia comum.

Boa leitura!

~•~

Nem acredito que preciso levantar, quando minha vontade é ficar deitada, mas não posso correr o risco de perder a refeição daqui. Não quero ter que comer fora nesse frio. Peguei minha carteira, celular e fui.

Não troquei de roupa antes de ir ao restaurante. Acho que esse conjunto moletom está ótimo para o clima e não tem nada de errado com ele. Agora que penso nisso, quase não trouxe essa roupa na mala, ainda bem que não me dei ouvidos.

Pensei em ligar e perguntar se ele queria almoçar comigo, mas achei melhor não. A gente tem passado tanto tempo juntos e a verdade é que eu quero um tempinho só para mim. Acredito que ele também.

Entrei no restaurante e fiz meu prato. Quando cheguei aqui, disse que sairia da dieta apenas naquele dia, mas eu nunca mais voltei para ela e não sinto nenhum peso na consciência por isso. Sentei numa mesa no canto e comecei a comer. 

Pensava sobre o que faria o resto do dia, como passaria meu tempo, já que praia não era uma opção. Terminei de comer e percebi que não peguei o principal.

— Poxa, esqueci de pegar o…

— Você esqueceu isso. – colocou o potinho de mousse de maracujá sobre a mesa.

— A-Ah, obrigada. – sorri.

Tentei acalmar meu coração, pois levei um baita susto com ele aparecendo atrás de mim.

É curioso, estranho e assustador como ele sempre aparece do nada. É como se ele ficasse à espreita e esperasse o momento exato de aparecer. Sei lá, às vezes acho que aquela brincadeira sobre ele estar me seguindo, não é tão fantasiosa assim. 

Sentou-se à mesa, com o prato feito, e começou a comer.

— Acredita que eu dormi e só acordei agora? – falou. — Esse tempo frio sempre me deixa sonolento e devagar. Não fico com disposição 'pra fazer nada. Ou melhor, tenho disposição 'pra fazer poucas coisas. – usou seu tom malicioso.

Revirei os olhos.

Abri o potinho e comecei a comer o doce. Minha sobremesa preferida.

— Deixa eu te perguntar, você tem um caderninho onde anota essas frases ou é tudo improviso? – ri. — Eu fico assim também, zero disposição, tanto que só vim porque pensei que seria pior ter que sair e comer fora.

— Tudo improviso, 'pra você ver como sou bom, criativo e talentoso. Esse é o meu diferencial como homem. – disse orgulhoso e bateu no peito.

Lá estava eu, rindo novamente.

Caímos num silêncio, algo que parecia impossível imaginar. Não um silêncio total, pois, de vez em quando, ele soltava um "que frio" ou "vou congelar". Nem estava frio para isso, mas não julgo, já que eu trouxe um conjunto moletom para a praia.

— Por que você não colocou um casaco ou uma camisa mais fechada?

— Porque não trouxe casaco. Não achei que fosse fazer frio. – deu de ombros. — E minha camisa fechada está suja, não achei que fosse precisar e por isso não a lavei. Em compensação, você pensou em todas as possibilidades.

— Meu amor, eu sou uma mulher prevenida.

— Eu sei muito bem disso… 'Ô se sei. – está na cara que ele pensou alguma safadeza, mas nem me dei ao trabalho de responder.

— Não é à toa que você é advogado. Essa lábia toda, não é normal. – falei e foi a vez dele rir.

Olhei para a mesa de comidas e vi que não tinha mais mousse. Poxa, um só é tão pouco. Fiquei mexendo a colherzinha na boca, segurando o cabo dela.

— 'Tá me seduzindo, é? Porque é o que 'tá parecendo.

— O quê? – percebi e parei. — Ah, mas, você só pensa nisso. – deu de ombros.

Saindo do restaurante, Natsu perguntou se eu faria algo à tarde e quando neguei, quis saber se eu não queria fazer uma maratona de animes. Ele tinha escolhido o título: "AnoHana". Conhecia essa obra, sabia sobre o quão maravilhosa e triste ela era. Disse que viu um post na Internet e ficou com vontade de finalmente assistir. Descobri que, assim como eu, ele também meio que "fugia" desse título, por ser um anime triste. Por que não assistir agora? Não é como se tivéssemos algo para fazer. Lógico que não disse isso, sei que ele viria com alguma frase de duplo sentido para cima de mim.

Antes de começarmos, Natsu pediu lanches, pois assim não precisaríamos interromper a maratona para sair e comer algo. Eu agradeço muito por isso, porque quando entro no modo otaku, detesto interrompê-lo. Assim que os pedidos chegaram, nos acomodamos debaixo das cobertas e ele deu "play".

No final do décimo primeiro episódio, até mesmo antes disso, não sabia quem chorava mais: ele ou eu. O anime é, sem dúvida alguma, um dos melhores que já assisti na minha vida. Agora eu me arrependo de ter "fugido" por tanto tempo. 

Ele é simplesmente perfeito! 

Quando conseguimos acalmar nossos soluços e choro, debatemos sobre a obra. 

Natsu compartilhou da mesma opinião que eu. Sobre como ele conseguiu passar os sentimentos, sem deixar nada apressado ou alguma ponta solta. Mesmo sendo curto, trabalhou tudo muito bem. Como foi fácil se pôr no meio daquela situação arrasadora e identificar-se com algum personagem. Como ele foi de uma sensibilidade e delicadeza que poucas vezes tivemos o prazer de ver em um anime. Sem esquecer, é claro, da opening e ending que são lindíssimas.

Como já era quase 1 hora da manhã, pensei em dormir, mas Natsu tinha outros planos. Não demorou ou precisou de muito, para que eu adorasse o que ele tinha planejado. 

Assim passou-se mais uma madrugada em que quase não dormi. Não que eu esteja reclamando, muito pelo contrário.

~•~

AnoHana = tudo pra mim! Sério, eu sou completamente apaixonada por esse anime e super recomendo pra quem não assistiu. ❤️

Apenas Um Mês... ou Talvez Mais! [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora