Apenas Um Mês... ou Talvez Mais! [Finalizada]

Capítulo Dezenove.

23 dias de viagem.

Boa leitura!

~•~

Dois dias depois de assistir "AnoHana", Natsu e eu estávamos ainda mais próximos. É estranho, pois nos conhecemos há menos de 1 mês, mas parece que somos velhos conhecidos.

***

Nós marcamos alguma coisa?

Natsu: O de sempre. 😏

🙄

Natsu: Essa foi boa, admita. 😂

Mas não marcamos nada.

Eu até ia falar com você sobre isso no almoço.

Mais tarde terá uma festa. Quer ir?

É sobre isso que queria falar.

Hoje eu acordei com vontade de passar um tempo sozinha.

E por isso perguntei se tínhamos algo marcado, porque não queria furar.

Mas já que não temos, fico mais tranquila.

Sobre a festa, não dá.

Mas vá e divirta-se por mim.

Natsu: Poxa, uma pena. 

Mas você tá bem, né?

Sim, sim

Eu só queria passar um tempo sozinha.

Acordei assim hoje.

Natsu: Bom, não se pode fazer nada quanto a isso.

Se precisar de qualquer coisa, é só dizer.

Ok.

Obrigada.

***

Essa foi a conversa que tive ainda há pouco com ele. Não sei o que me deu, mas não acho que serei uma boa companhia hoje.

Toda essa coisa com Natsu não tem me deixado pensar claramente. O objetivo da minha vinda para cá foi justamente esse e não ficar grudada em homem. Apesar de não estar achando ruim, é um desvio e tanto da rota original. Vai ver que é por isso mesmo que me deu essa súbita vontade de estar só com meus pensamentos, porque era minha ideia inicial e isso não ocorreu. 

Levantei da cama e andei lentamente até o banheiro, precisava fazer minha higiene matinal e comer. Depois de terminar, troquei de roupa, peguei algumas coisas e saí.

Entrei no restaurante, me servi e sentei na mesma mesa do canto.

— Bom dia.

— Que susto. – estava tão distraída que nem o vi chegar. — Bom dia.

Ele foi até à mesa de comidas e serviu-se. Voltou e sentou de frente para mim.

— Acabou que nos encontramos aqui. – ele disse rindo.

— Pois é. Se soubesse, tinha esperado 'pra falar e não mandado mensagem. – ri.

— Vou perguntar de novo: você 'tá bem?

— Eu 'tô, de verdade. Eu só 'tô meio... assim hoje.

— Se você diz. – deu de ombros. — Mas aquilo que eu disse foi sério, 'tá? Se precisar de qualquer coisa, é só dizer.

— Pode deixar. Obrigada.

Terminei o café antes dele, despedi-me e saí. Entrei no quarto e joguei-me na cama.

"Mas aquilo que eu disse foi sério, 'tá? Se precisar de qualquer coisa, é só pedir."

Natsu precisa parar de agir assim. 

Não é porque meu coração está fechado para balanço, que ele não possa balançar e eu não quero isso. Esse carinho que sinto já é mais do que suficiente, não preciso daquele outro sentimento envolvido. 

Quando penso em como estava antes de vir e como estou agora, me sinto feliz e satisfeita com a evolução que tive. Eu não falo apenas sobre superar aquela traição, mas também sobre relembrar que eu sou muito mais do que aquele momento e ele não é nada para ditar nada. Talvez eu não devesse pensar nisso, mas é uma parte da minha vida, mesmo sendo ruim. Se eu estou aqui agora, foi porque aquilo aconteceu. Lógico que se pudesse escolher, não teria passado por essa dificuldade para evoluir, mas foi assim que aconteceu. Só me resta encarar e aceitar, não dá para mudar nada mesmo.

A vida é muito complicada e também extremamente surpreendente. Eu não esperava muita coisa dessa viagem. Cheguei com esperança de recuperar-me, mas confesso que não achei que aconteceria tão cedo. Agora olha, uma versão melhorada de mim mesma.

Meu estômago deu sinal de vida. Olhei as horas, 12h15, levantei e saí. Não percebi o tempo passar e nem acredito que fiquei mais de 2 horas pensando. 

Fiz meu prato e sentei à mesa. Ele entrou no restaurante e acenou para mim.

— Oi. – falou sentando-se após fazer o prato. — A gente sempre se encontra, mesmo não marcando nada. – riu.

— Acho que podemos concluir que é nosso destino. – ai meu Deus, tomara que ele não leve para um lado diferente.

— Também acho isso, desde o início. – por que ele não para de agir assim?

— É… Então, que horas é a festa?

— Mudou de ideia?

— Não.

— Bom, é às 17 horas, mas eu não vou.

— Por quê? Achei que 'tivesse animado.

— Porque eu achei que você ia.

— Não entendi.

— Eu 'tava animado porque achei que você fosse, mas já que não vai, não tenho vontade de ir.

— Ah…

Meu coração acelerou e tenho certeza que corei. Não posso! Não posso! Não quero!

— Acho que falei demais. – disse levantando. — Bom, eu vou indo. Preciso pôr o sono em dia. – riu.

— Okay… – ele foi e eu fiquei perdida ali.

Levantei e saí do restaurante. Cheguei no meu quarto e deitei na cama. 

Não acredito no que Natsu falou, tenho certeza que não foi nada para sentir-me assim. Ele deve ter dito sem intenção nenhuma, foi só uma frase como outra qualquer e acabei entendendo errado. Hoje de manhã eu pensei bastante nele e por esse motivo misturei as coisas. Sim, foi isso mesmo. Faz sentido? Não, mas certeza que foi isso. Tenho que parar de pensar nisso. É um caminho pelo qual não estou disposta a seguir, não agora. 

Tomar banho é o melhor que faço. 

Depois disso, voltei a deitar e pensar. Eu já tenho uma explicação lógica para o que está acontecendo e é bem simples. Natsu foi o primeiro homem que me aproximei depois de tudo e isso me confundiu, ainda mais por ter desenvolvido um certo carinho por ele. Faz sentido? Também não, mas é o melhor em que posso pensar.

Com certeza meu coração não seria estúpido ao ponto de entregar-se a alguém que não verei mais depois dessa semana.

~•~

Ain, Lucy, sinceramente... (╯°Д °)╯╧╧