3 | Amizade trincada

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Karen Lorena

۞

Vanessa e eu jogávamos conversa fora enquanto caminhávamos no corredor principal movimentado e falatório, como sempre, ainda no primeiro andar.

Não sei como nós duas tínhamos, tantos altos papos aleatórios espontâneos, tanto os delas quanto os mesmos. Ainda mais quando havia novidades ou alguma coisa que aconteceu em algumas das festas, que frequentávamos.

Era altos comentários de fato.

E em meio daquela descontração toda de risos os mesmos se diminuíram quando encontrei o meu olhar distraído, na pessoa que menos queria ver naquele dia - ou na vida pode ser dizer - E ao fechar a porta metálica de seu armário, com a cara de tédio e que por ventura, encontrou o meu olhar em sua direção. Enquanto uma garota aleatória ao seu lado esquerdo, encostava no armário vizinho com braços cruzados. Parou de conversa com mesma quando alguns segundos depois, viu o meu olhar centeio que não tinha a intenção nenhuma de agradar ninguém.

Muito menos, pra sua amiga, que eu tinha um grande ódio por dentro, que chegava fez um buraco no peito. Kátia Brandão. A pessoa que eu tinha o desprazer de estudar de baixo do mesmo teto.

Já fomos amigas um dia, ou melhor dizendo, éramos melhores amigas. Praticamente, irmãs e logo veio Vanessa que se mudou pra São Paulo junto com o irmão e os pais, e formamos o trio parada dura da escola até o sétimo ano do fundamental.

Até que eu realmente conhecer a cobra que Kátia era de verdade.

Lembra quando eu disse que tive uma fase na minha vida, em eu era ainda a certinha da mamãe? Pois então, eu tinha doze anos naquela época e havia um garoto chamado David Neto, que na época tinha catorze anos, e só me conhecia pois eu era a filha da dona da escola.

Ele era um pray boy de merda na época, e que só vivia mais faltando as aulas do que frequentar a uma.

Confesso eu tinha paixãozinha de longe por ele mas que só minhas amigas e eu saibamos daquilo. E também, eu pensava que nunca iria longe com aquele sentimento tosco.

Ele e eu éramos como aqueles filmes clichês de adolescentes - Ele era o bonito e eu, a nerd que usava um a parelho horrível nos dentes e não tinha coragem nenhuma, em chegar em ninguém pra namorar.

Vergonha era o meu sobrenome, que fase terrível!

Mas por surpresa minha, Kátia e Vanessa tinham dado um jeito de nós se encontramos escondidos atrás da escola do lado de fira. Onde havia um beco isolado.

Aonde não havia uma alma viva, sequer, pra nos atrapalhamos.

Lugar perfeito pra no final não rolar nada final.

Ele era um baita de um frouxo filho da mãe. Não quis se envolve comigo, pois tinha medo da minha mãe e, também justificou que eu era nova demais pra ele. Sendo que ele tinha pegado garota mais nova do que eu!

Fiquei indignada quando soube daquilo.

Enfim, me decepcionei e tivemos um minuto de conversa pra ele me dispensar. Nada além daquilo.

Na época, eu desejava que um carro atropela-se ele quando estivesse empinando moto, em algum racha de rua. Mas, com o tempo nem me lembrava que ele existia e depois do ano seguinte, ele foi embora.

E quando contei pras meninas, seus sorrisos sumiram só pra lamentações que me consolavam, até a minha tristeza passar e eu me conforma com o meu destino.

SURTADA ( Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora