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Cal conseguia ouvir o som de uma voz em segundo plano

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Cal conseguia ouvir o som de uma voz em segundo plano. Despertou aos poucos. Antes mesmo de abrir os olhos, sua cabeça já latejava, dolorida. O gosto amargo da bebida impregnava o seu paladar.

Apertou os olhos com força para então, tentar abri-los aos resmungos.

O som da voz ficava cada vez mais nítido conforme ele despertava completamente, embora estivesse sendo abafada pela porta.

A claridade do quarto fez seus olhos lacrimejarem quando os abriu, voltando a fechá-los em seguida.

— O que foi? — resmungou com a voz ainda grogue, não conseguiria enganar ninguém se dissesse que não havia acordado naquele momento.

— Sou eu. Maven. Você disse que ia me ajudar com aquele negócio hoje.

Demorou alguns segundos a mais do que o necessário para Cal se lembrar do que Maven se referia.

— Era para ser hoje mesmo? — indagou Cal, querendo descansar mais um pouco de uma noite mal dormida.

Beber a noite inteira realmente tinha suas desvantagens.

— Sim. Você prometeu que ia atrás de Mare hoje.

— Tá — resmungou se levantando.

As passagens secretas eram de muita utilidade para os dois príncipes e as suas escapadas.

Cal preferiu ir com a sua motocicleta, feita completamente por ele. Seu orgulho. E claro, chama atenção por onde passa, o que o agrada em um nível inimaginável.

Antes de sair, pediu o endereço da casa e uma descrição da vermelha.

— Não esquece. Você pode confundi-la. Tem certeza de que você vai lembrar? — o nervosismo estava presente em seu tom de voz, assim como em seus olhos azuis desesperados.

Pronto para dar partida na motocicleta, Cal apenas riu do desespero do seu irmão, e internamente, o achou patético ao ficar naquele estado por causa de uma mulher; saiu sem responder o irmão, fazendo-o comer poeira.

Estacionou a moto alguns metros de distância da casinha decadente. Se escorou nela e passou a esperar o momento em que a vermelha sairia de casa, se ainda estivesse nela.

Quase vinte minutos depois, quando Cal já estava cogitando em  para a taberna beber algo gelado, o sol queimava o topo da sua cabeça, ou ir atrás  de uma das mulheres que viu passar, as que eram belas mulheres, logicamente, a porta se abriu.

Primeiro saiu uma garota de cabelos ruivos com um uniforme de tecido grosso e escuro, e uma mochila nas costas.

O príncipe quase riu ao imaginar o calor que aquela roupa devia fazer, mas a ruiva nem parecia sentir.

Ela não poderia ser a vermelha que interessou seu irmão.

Pelo que Maven a descreveu, era baixinha, tinha os cabelos castanhos como seus olhos e a pele tinha uma cor morna, morena.

Atrás dela saiu outra garota usando o mesmo uniforme que a primeira, a única diferença — além da aparência — era que essa parecia sentir o calor que a roupa fazia e seu corpo quase pendia para trás por causa da mochila que provavelmente estava pesada.

Com certeza essa era a garota certa.

Seguiu as duas que caminharam até a margem do rio, e de lá, entraram em uma barca de um fazendeiro que carregava sacos de algum mantimento.

Cal tinha certeza que elas iriam para Summerton por causa dos uniformes de ajudantes de costureira das duas.

Por causa de sua motocicleta, teve que esperá-las por quase uma hora, deviam estar vindo a pé por alguns quilômetros. Chegaram junto com alguns mercadores.

Quando o chão de asfalto passou a ter pavimentos de pedras brancas, tão lisas e brilhantes, a vermelha desengonçada por pouco não escorregou, levando Cal ao ponto de se controlar para não rir alto.

As seguiu deixando uns metros de distância. Já dentro do grande mercado, ou grande jardim, como muitas pessoas se referiam ao lugar, viu as duas caminharem até certo ponto, de lá, a ruiva se virou para a irmã, conversaram brevemente. A ruiva tirou a mochila das costas da morena e voltou a caminhar até um dos estabelecimentos que julgou ser o ateliê de alguma prateada.

O príncipe ficou confuso quando a morena não seguiu a irmã, porém, um sorriso surgiu em seu rosto quando percebeu o que a vermelha pretendia fazer.

Roubar.

Como um predador, a morena observava os prateados que passavam, analisando-os, e Cal se divertia em observá-la, quase sentiu pena do irmão ao se dar conta de que tipo de mulher ela era.

Podia até imaginar a cara de decepção do irmão mais novo quando ele contasse que esteve certo desde o princípio.

Indo contra o que disse a Maven, o futuro rei queria se aproximar da vermelha, conversar com ela, que, naquele momento, pareceu incrívelmente interessante.

Qual era o nome dela mesmo? Molly? Maya? Maria? Mary?

É. Cal tinha quase certeza de que seu nome era Mary, mas, pela abordagem que ele iria utilizar, não precisaria de saber o nome dela. Era algo irrelevante naquele momento, e ele sabia que mais cedo ou mais tarde, ouviria da boca dela sei nome. Não precisaria esforçar sua memória à toa. 

Mary parecia com medo de furtar os prateados, o que levou Cal a pensar que essa era a primeira vez que ela tentava roubar em Summerton. O príncipe até a considerou uma garota de coragem, todos sabiam como Summerton era repleta de prateados e vigiada o tempo inteiro. Ou talvez só fosse muito burra mesmo.

O príncipe olhou para as suas vestimentas. Mesmo estando com uma roupa simples, ainda dava para perceber que era um prateado com dinheiro. Sua bolsa de moedas estava visível e de fácil alcance, era pouco provável alguém tentar roubar um prateado naquele lugar.

Tiberias Calore VII parecia ser uma presa fácil no meio de prateados hostis.

Se sentindo muito inteligente com a ideia que tivera, começou a caminhar despretensiosamente em direção à ela. Sabia que ela não ia resistir a bolsa de acesso fácil.

Com passos lentos, passou na frente dela, que se camuflava nas sombras e no mar de prateados. Andou olhando para as pessoas em sua volta, para os comércios, como se estivesse procurando algo, e não esperando o momento em que sentiria sua bolsa de moedas ser apanhada.

Não demorou nem cinco segundos para o instinto do prateado ficar em alerta, e por reflexo, segurou fortemente uma mão pequena que estava ao redor de sua bolsa. Se virou lentamente, os olhos arregalados em falsa surpresa, a boca entreaberta, se controlando ao máximo para não começar a rir da situação e da expressão assustada que Mary carregava em sua face morena.

— Ladra — ele disse entre dentes, a voz saindo como um sopro, como se ele não acreditasse no que estava acontecendo.

Eu sei ksksks os capítulos serão curtinhos msm e eu não esqueci que o nome da Mare é Mare, mas o Cal sim sksk Então, não foi erro de digitação, okay? Ksksk

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A VERMELHA DO PRÍNCIPEOnde histórias criam vida. Descubra agora