Já era noite.
Entrou no maior silêncio, com muito cuidado, se arrastava pelo quarto como um fantasma, quase imperceptível. Os únicos ruídos que a acompanhavam eram o do vento encanado e da chuva cristalina escorrendos pelas janelas.
Dylan dormia em seu quarto, enquanto Lauren que acabara de chegar do seu encontro com seu noivo observava os belos cabelos loiros, o corpo em forma, e a pele de pêssego de Dylan. Mesmo estando apaixonada pelo seu noivo, Dylan possui poder - ainda que involuntário - sobre ela. A forma com que ele coloca a cabeça sobre o braço e vira para a o lado quando está dormindo é o suficiente para que Lauren começe a ficar dividida sobre com quem ficar. Mas se escolhesse deixar a paixão por Dylan prevalecer causaria um mar de corações partidos, ja que o mesmo está em um relacionamento sério com Henry Garcia e Emma Hudges há quase 3 anos.
Lauren vai andando lado a lado com o silêncio tentando não acordá-lo para que ela possa ficar olhando a beleza de Dylan dormindo. Mas ela não contava com um papel amassado o qual esbarrara. E foi esse tênue e quase inaudível som que despertou Dylan Walker.
O moço sem entender não se mexe nem fala nada. Já Lauren despiu-se de algumas de suas roupas e, hesitante apoiou um joelho dobrado na beira da cama. Dylan a olhava com seus olhos semicerrados fingindo dormir. Ela se aproxima lentamente e deita ao lado de Dylan prendendo-o entre suas coxas. Ele abre os olhos azuis por completo, olha Lauren e confere à ela um sorriso de canto e se aproxima para beijá-la. Os dois se perdem em olhares apaixonados, sentem uma calor tomar conta do ambiente e a sensação de pertencimento se fez presente, porém frações de segundos antes dos lábios se encontrarem Lauren se viu sentada na poltrona de frente para a cama do menino - tudo não passara de uma imaginação sexual de Lauren.
-Lauren?! Lauren?!... - Dylan fala após acordar com o barulho da poltrona de couro velha - Por que não me acordou e disse que estava aqui?
-Ah! Oi. Acho que estava em outra galáxia... Sabe quando você esta fazendo algo e paralisa o olhar em alguma coisa? É estranho mas foi isso - Fala Lauren inventando a primeira desculpa que vem a sua cabeça, já que seria totalmente constrangedor se Dylan soubesse que ele anda tendo imaginações "calientes" com ele.
-Ai credo. Levei um susto com você ai parada me olhando. Por uma fração de segundos pensei ser um stalker ou algo do tipo. - Ele da risada - Mas abafa este caso. Como foi o encontro com o seu noivo? Eu a Emma e o Henry ainda seremos seus padrinhos de casamentos, certo?
-Claro! Quem mais poderia ser se não o melhor trisal de todos? - Ela sorri.
-Ok, ok! Mas agora vem aqui que eu tenho que te mostrar a história que eu estou escrevendo..
Dylan é um escritor muito glorificado. Uma de suas histórias criminais já foram usadas na estação de detetives - uma gincana para eles descobrirem quem era o assassino da historia.
Os dois passam algumas horas juntos. Lauren, embora não seja escritora profissional, ama escrever também. Então ela e Dylan coko combinado escrevem mais um capítulo da história. História a qual Dylan usará para tentar entrar em Universidade de Yale.Enquanto isso: no Pylleps Hotel
"Telefone toca"
-Oi. Seja breve... Sem tempo para seus showzinhos.
-Nossa, agora não posso nem falar com a minha própria filha?
-Não! Você perdeu esse direito quando fez o que fez para sua filha 10 anos atrás. E pela opressão que minha mãe jogou em mim você não está na cadeia, onde deveria estar.
-Filha isso faz muito tempo, as pessoas mudam. Não tem como você passar um pano nisso? Para voltarmos a ser uma familia normal?
-Claro que não! Você é um escroto, um lixo. Saiba que você é a pessoa a qual eu tenho mais nojo em todo esse mundo. Então não me venha com esse discurso de papai arrependido pois eu não vou cair nesse seu joguinho.
-Mas eu só liguei para ver como você es...
-Estava bem, até receber sua ligação. Faz o favor de nunca mais me ligar porque nós nunca vamos voltar a ser uma familia outra vez. Tchau!2010
Ela estava na frente do seu guarda-roupa, sentada no chão e com um edredom nas costas cobrindo todo seu corpo, somente a cabeça de salvava de todo constrangimento pela qual passava. Valerie não conseguia sequer olhar nos olhos de sua mãe. Sua boca palida; sobrancelha arcada de forma apreensiva; cabelo bagunçado e vergalhões em seus pescoço. Ela não estava bem.
-Aqui. Pegue. É um copo de água com açúcar. - fala a mãe de Valerie tentando mostrar apoio para a filha.- Se você quiser eu posso fazer outra coisa, é só pedir.
Ela pega o copo d'agua e permanece imóvel, sem demonstar qualquer tipo de afeto.
-Já estão chegando. Vai dar tudo certo. Diz a mãe de Valerie.Batem na porta...
-Pode entrar. A porta está aberta.
- Bom dia, com licença. Sou o detetive Pierre.
-Tudo bem. - a mãe de Valerie levanta e fecha a porta. -Ela está alí...
-Valerie, eu sou o policial Pierre. Eu quero ajudá-la. Tudo bem?
-Ok
-Podemos começar me dizendo o que aconteceu?
Depois de um tempo de silêncio ela abre a boca e não consegue falar. Lagrimas rolam sobre seu rosto pálido.
-Eu fui estuprada, pelo meu pai. - diz ela após sua mãe secar suas lágrimas, com uma voz quase falha.
-Certo! Pode me contar como isso aconteceu? Tudo o que você se lembrar.
-Seja forte. Tudo vai se resolver - diz a mãe se aproximando e segurando a mão dela.
-Eu havia chegado de uma festa às 00 horas, tomei banho; coloqueio minha roupa de dormir e deitei na minha cama. Assisti um episódio de The Witcher e ele bateu na minha porta... - Ela começa à contar como tudo aconteceu. - Eu abri a porta e era um homem com uma máscara e uma roupa toda preta. Ele chutou a porta, a qual por um reflexo impedi que batesse em mim.
E depois? - Pergunta Pierre após alguns segundos de silêncio da jovem.
-Ele entrou e eu me virei tentando correr para a cozinha. E ele me agarrou por trás. Dei vários chutes nele enquanto isso... na esperança de tentar me soltar, mas nada. Ele me levou ao meu quarto e me jogou na cama dizendo: se tentar algo eu te mato. -O policial se aproxima dela, e ao mesmo tempo e se afasta. Todo aquela paralisia se quebra no momento em que ele se chega mais perto. Ela estava muito fragilizada, com medo, apreensiva a qualquer homem que se aproxime dela.
- Desculpa eu me desequilibrei. Pode continuar?
- Ok, sem problemas. -Diz a mãe.
- Ele colocou algo no meu rosto para tentar tampar a minha visão, mas havia um furo... Então... Mesmo com a visão limitada pude ver algumas coisas. Ele tirou a blusa dele, e a calça e eu pude ver a marca de nascença que era a mesma do meu pai. - Após isso ela se desculpa e fala que está mal e que é melhor se continuarem outro dia.
-Tudo bem! Tudo dentro do seu limite. Só preciso que vc assine esse papel e eu volto outro dia. - Fala Pierre.
Ele entrega o papel para ela e ela assina. Logo em seguida ele levanta e, acompanhado da mãe de Valerie ele vai para fora da casa.
-Quanto você quer?
-O que ?
-Quanto você quer para rasgar essa ficha e esquecer que isso tudo aconteceu? Reportando que tudo não passou de um trote?
-Que? Por que você quer isso? Ela é sua filha. Precisa de ajuda agora.
-A única ajuda que ela precisa agora é a minha. E eu não preciso de mais um escândalo na minha familia. Vamos, de o seu preço. - Diz Elisabeth.
-Senhora, eu não posso fazer isso. Isso é crime.
-Crime é o salário de policial que vocês recebem que mal da para pagar as contas. Mil? Dois mil? Cinco? - Se mantém persistente.
-Me desculpe, não posso. - Ele vira as costas para Elizabeth e sai andando.
-Dez mil. - Ele para de andar. - Vamos, eu sei que você precisa disso.
-Você acha que pode comprar as pessoas assim? - Ele vira se aproximando dela de novo. -Você tem muita sorte de eu não reportar isso e te levar presa por tentar me subornar. Porém eu vou aceitar. Mas só porque eu preciso pagar um advogado para conseguir a guarda do meu filho. -Justifica ele. -Mas eu pegar isso nao diminui o fato de que você é um monstro, que se importa mais com o que vão falar, do que o bem-estar da sua filha. E eu me igualo a você ao aceitar isso. Em outras circunstâncias você estaria presa.
-Ela permanecia fria. O olhava com ár de superioridade e em seguida disse:
-Qual o numero da sua conta? Em minutos farei a transferencia...
Ele diz o numero da conta e então vai para a viatura e volta à delegacia. Ela faz a transferência, e Pierre ao chegar à delegacia diz que tudo não se passou de um trote. Já Elizabeth, entra na casa como se nada houvesse acontecido e abraça Valerie.HOJE
-Incrivel! Depois de tudo que ele e minha mãe me fizeram ele quer que eu esqueça e volte à chamá-lo de pai. Incrivel.
Ela deita na cama dela e começa a relembrar tudo o que aconteceu, como se fosse ontem, detalhe por detalhe. Todo o sofrimento invade ela de novo.CONTINUA...