Rachel Hydrae Black Lestrange não conhecia suas origens, mas odiava a vida de repreensões e censura que levava com os tutores, seus pais adotivos. Sem nunca receber uma informação dos pais biológicos, a menina sonhava com uma família que iria abraçá...
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" Acordei naquele dia como se tivesse em um sonho. O deslumbramento me consumia, mas naquele dia eu comecei a entender como que minha vida no mundo bruxo seria. Banhada em sangue e dor. E ganância. Tudo ao meu redor tinha ganância no que eu poderia proporcionar, quem poderia vencer e o em qual posição eu seria mais útil. Não que eu tivesse entendido tudo naquele dia, mas foi ali que os sinais começaram."
Na manhã seguinte eu acordei junto com o sol. Ele mal tinha se infiltrado por entre as cortinas e eu já havia aberto meus olhos, totalmente desperta e ansiosa pelo que se seguiria. Sentei na cama gigantesca e sorri minimamente. Era impossível uma criança não ficar encantada com tanto luxo... E isso era algo que aquela casa, a Mansão Malfoy, possuía de sobra. Deixei meus pensamentos vagarem sobre a breve instrução inicial que eu recebera de Lucius e Narcisa Malfoy, os pais de Draco. Algumas frases dançaram na minha memória.
"Todas as famílias sangue-puro tem parentesco de algum grau. Ser sangue puro é pertencer a uma imensa família que conta com a lealdade apenas deles mesmos e devemos sempre lembrar que aqueles que não são como nós não contam com ela. Fui claro, Rachel? Sangue-puros são nossa família, os outros não."
"Toujours pur, a família de seus avós, Hydrae. Os Black. Nós ainda os honramos, apesar de não termos mais seu sobrenome em evidencia"
"Nós seguimos padrões de conduta rígidos e esperamos o mesmo de você, Rachel. Somos os melhores graças ao nosso sangue completamente magico, mas não significa que não devamos fazer por onde nos provarmos dignos dele."
Lucius aceitara me chamar de Rachel, assim como Draco e meu pai. Entretanto, Narcisa e minha mãe não aceitaram. Para elas eu era Hydrae, o nome que viera em homenagem a família Black, que sempre dava nomes de estrelas ou constelações a seus filhos. Draco era um exemplo disso. O patriarca dos Malfoy quase começara a ditar regras de conduta, mas ao ver minha expressão meus pais intervirão. Bellatrix disse que teria tempo pra aprender, enquanto Rodolphus disse que eu tinha algo mais importante a entender.
O que era uma fênix.
"Uma fênix é uma bruxa de poderes superiores. Diz a lenda que toda vez que deveria nascer uma criança com uma pureza total o equilíbrio do universo lhe dá mais poder do que qualquer outro bruxo poderia conseguir imaginar... A criança pura do milênio, diz a lenda. O nível de poder varia com o grau de pureza com qual essa criança seria dotada, existindo, portanto, classificações. Única de sua espécie já foi julgada e aclamada, temida e desejada... A mulher com o poder do pássaro de fogo. O renascimento. Isso é o que você é"
Meu pai tinha uma maneira séria e solene de dizer as coisas, mas o pai de Draco pareceu incomodado. Como se ele tivesse deixado passar algo. Lucius Malfoy era absurdamente parecido com Draco, a exceção dos olhos. Meu primo tinha olhos azuis acinzentados, e naquela época o azul prevalecia, que eram a perfeita junção dos olhos azuis de Narcisa com os cinzentos de Lucius. Já meu pai não se parecia muito comigo, a exceção dos fios grossos do cabelo e dos cachos mais abertos que ainda eram bem menos cacheados que os meus. O meu cacho parecia ser um equilíbrio entre os dos meus pais.
