Bruta, rústica, sistemática e perigosa. Muito, muito perigosa. Marcela Delgado não é o tipo de mulher com a qual um homem brincaria. Ela é determinada e sabe bem o que quer, mas, tudo está prestes a mudar quando percebe quem é o recém-chegado em Ven...
Desejo um Feliz Natal para vocês e para comemorar essa data tão especial, decidi deixar aqui um bônus desses caipiras <3
Que o dia de vocês seja abençoado!
"Quanto o tempo o coração leva pra saber
Que o sinônimo de amar é sofrer"
Sinônimos - Chitãozinho e Xororó
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Pedro
— Ei, menino, onde vai com tanta pressa?! — Minha mãe gritou ao me ver saindo apressado.
Coloquei uma alça da mochila sobre meu ombro e corri escada abaixo, sentindo uma euforia bem maluca eclodir em minhas veias. Olhei depressa para ela, apenas para dizer o que tanto me deixava afoito.
— Vou pra escola.
Seu semblante ficou sisudo.
— Tá com pressa pra ver aquela garota de novo, não é? — fez uma careta — Marcela... — Não entendi o seu rancor ao dizer o nome.
Preferi esquecer também.
Marcela disse que precisava falar comigo e meu estômago se revirava ao imaginar o que ela queria dizer.
— Ela é legal, a senhora tá exagerando.
— Não era dela que você fugia há um tempo?
Eu tinha dezessete anos, pelo amor de Deus! Eu fugia dela quando era criança, porque todo mundo a temia. Era meio que inalcançável na escola. Ninguém chegava perto dela, nem mesmo para pedir bala ou lápis emprestado. Marcela não dava abertura para que ninguém entrasse na sua vida. Mas, no meu caso, tudo mudou quando ela deu resposta atravessada à Iza, sem sentir nenhuma grama de medo, assim como quando o Soberano surtou com uma cobra cega e eu notei que precisava salvá-la. Como se fosse meu destino ajudá-la.
Que baboseira.
Fiz uma careta involuntária.
— Faz tanto tempo que nem me lembro.
— Ela não é boa coisa!
— Fala como se eu fosse, mãe!
— Diacho de menino respondão esse... — picou um dos ingredientes para o almoço e olhou furiosa na minha direção — come ao menos alguma coisa antes de nos abandonar pelo dia inteiro.
Dei passos pesados até a mesa e peguei uma maçã do cesto. Mordi, encostando ligeiramente em um dos balcões, revoltado com a tendência que minha mãe tinha de me atrapalhar todas as vezes em que eu iria sair com a Marcela. Era quase como se ela quisesse fazer alguma coisa, qualquer uma, para evitar.
