Capítulo IV.

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   Carta para a morte

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   Carta para a morte.

   A lua aponta cheia no horizonte do céu. Enorme e mística, iluminando a face de Michelle. Sua luz é tão forte que acaba dando a impressão de ainda estar de dia. Dourada como ouro, uma joia gigante que atraí olhares mais inquietos, como o da garota sentada à janela.

   – O que foi? – pergunta Letícia.

   Michelle desvia o olhar para ela. Um olhar baixo e profundo.

   – Nada de mais – responde – Gosto de olhar a luz da lua.

   Letícia se senta junto dela, cuidando para não amarrotar o vestido que usa.

   – Isso tudo é novo para mim – diz Letícia – Tenho medo de perder Matheus.

   Michelle permanece em silêncio, sem saber o que responder para a outra garota. Pobre Letícia, conhece pouco do medo, ainda não viu o medo personificado à sua frente. Michelle sorri.

   – Disse algo engraçado? – questiona a garota.

   Michelle olha para ela, em silêncio. Calma e serena, ela pisca para a namorada do irmão.

   – O que diabos está acontecendo contigo? – grita Letícia – Por que está agindo de forma tão idiota.

   – Você fala do medo como se o conhecesse – lança Michelle – Devia temer por sua vida.

   – Por que diz isso? – pergunta ela.

   A jovem amaldiçoada suspira. Não tem desejo de traumatizar a outra garota.

   – Vá dormir – pede.

   – Não tenho sono – diz Letícia – Acredito que você também não conseguiu dormir.

   – É difícil dormir num quarto onde seu primeiro namorado foi encontrado morto – responde a jovem – Você tem sorte de não saber das coisas como eu sei. Como eu sou.

   Letícia assente com a cabeça. Não sabe o que dizer. O clima estava começando a ficar estranho. A garota não tinha medo de estar ali, mas algo no passado de seus colegas a assusta e a coloca em alerta. E se essa fosse sua última noite?

   – Vou me deitar – diz Michelle – Essa vai ser uma noite difícil e amanhã temos muito o que fazer.

   Letícia sorri, assentindo com a cabeça.

   – Durma bem – diz a garota.

   – Acho difícil, mas vou tentar.

   Letícia observa a outra garota sumir pelo meio das sombras do casarão. Ela desvia o olhar para a janela, seu pulmão se esvazia, sua mão gela e suor frio escorre for sua testa. O que diabos é aquilo na janela? Sombras não podem ter forma. Não podem ter vida.

O Aviso do Demônio _ Parte Dois.Onde histórias criam vida. Descubra agora