Tanjirou se despediu de Muichirou e Senjurou dizendo que os planos ficavam para outro dia e os avisando que não era preciso esperá-lo. Os dois assentiram e foram embora, deixando Tanjirou a sós com Giyuu. Ao fecharem a porta, Tanjirou sentiu que o clima mudou. Virou-se para olhar seu professor e ao fitar seu rosto, sentiu o que seu coração falhou uma batida, e suas bochechas começaram a se pigmentar de vermelho.
Não, não podia ficar pensando essas coisas! Não podia ter essa esperança! Ele tinha sido rejeitado, continuar insistindo nesses sentimentos só machucaria mais. Não fazia ideia do que Tomioka queria, mas tinha certeza de que não era nada que envolvesse os dois. Tudo tinha acabado antes mesmo de começar. Mas, mesmo assim, era quase impossível não pensar em nada que os abrangesse.
— Não irei demorar — avisou o mais velho.
Tomioka estava sentado à mesa, organizando a papelada. Giyuu não tinha olhado para o avermelhado desde que tinha pedido para que ficasse. O Kamado apenas sentou novamente na cadeira e aguardou. Estava muito curioso e nervoso também, mas sempre relembrava da rejeição que sofreu para que suas esperanças não fossem tão altas.
Então, finalmente, Tomioka levantou-se. Os olhos de Tanjirou logo seguiram os movimentos do mais velho, e este apenas se encostou à mesa e cruzou as pernas de forma relaxada.
— Vem aqui.
Rapidamente, ele se levantou e foi até Giyuu sem saber o que esperar. Ao ficar perto dele, Tomioka apenas abriu a gaveta da mesa, tirando de lá um livro grosso. Mostrou a capa para Tanjirou, que olhou sem entender nada.
— Este é um rascunho que escrevi quando estava na faculdade e pretendo publicar futuramente — Entregou o livro nas mãos do avermelhado — Ontem Urokodaki-sensei me disse que seria bom eu entregar a você.
Então era só isso.
— Obrigado, Tomioka-sensei — falou com um sorriso, já se afastando dele — Estou curioso para saber o quão bem você escreve. Vai me ajudar muito.
— Eu vou te ajudar a desenvolver sua escrita, fale comigo quando precisar.
— Obrigado! Vou aproveitar essa oportunidade.
Ele sabia! Realmente, o certo era não ter esperanças e não presumir nada. Se tivesse alimentado mais esses sentimentos, estaria ainda mais decepcionado, agora estava confirmado que eles não eram nada além de aluno e professor. Tanjirou se sentiu tão mal porque para ele era tão complicado de esquecer, mas Giyuu esqueceu tão rápido o que ocorreu com eles.
Então, não era nada demais afinal.
Guardou o livro na mochila, pegou-a da mesa e foi em direção à porta. Tomioka ia logo atrás, bem calmo. Tanjirou abriu a porta e já ia sair quando, inesperadamente, sentiu outra força sobre a mesma que a fez fechar de súbito. Ele ficou imóvel, tomou coragem e olhou para cima apenas para ver que a mão de Tomioka ainda estava ali, segurando a porta. Giyuu estava tão perto que podia sentir sua respiração quente na nuca, se arrepiou da cabeça aos pés.
— Tomioka-sensei?
Virou-se para olhá-lo e corou imediatamente quando viu aqueles olhos azuis escuros lhe encarando de cima de uma forma tão diferente, logo o avermelhado se lembrou daquele dia na boate.
— Kamado-san, eu não fui sincero com você na nossa conversa no telhado.
O coração de Tanjirou estava batendo tão rápido que jurava que podia ouvi-lo. Sentia vários sentimentos tomando conta do seu corpo: surpresa, descrença, felicidade, alegria, estava em êxtase. Tudo misturado. Aquilo estava realmente acontecendo? Ou era algum delírio?
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Paixão Imprevista
FanfictionAos 18 anos, Tanjirou não esperava nada além de um ano letivo normal. No entanto, no último dia de férias ele saiu com os amigos e acabou tendo uma experiência nova com um homem que ele não conhecia, e aquilo acabou conquistando o coração do ruivo...