Capítulo I

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Minho suspirou profundamente. Ele com toda a certeza do mundo não era o cara mais tolerante... e agora, com metade da população -ou mais, né.- tendo sido substituída por malditos devoradores de cérebros...

Ele obviamente não era o cara mais tolerante.

Olhou uma última vez para Jisung, seu companheiro de viagem. Jisung era um cagão.

Sério, ele parecia uma criança assustada, mas, precisavam de mantimentos.

-Vamos?- Minho questionou, contando até dez para se acalmar.

-E se eles estiverem ai?- Han bufou. Não queria arriscar sua bunda à toa.

-Pelo amor de Deus, Jisung!- O Lee suspirou, chutando a porta de entrada com tudo.

Hyunjin estava lavando sua perna quase totalmente curada com o mínimo de água - para não dispersar -, quando ouviu um estrondo vindo da entrada do mercado.

Era um local relativamente grande. Não chegava a ser um hiper mercado, mas era um local bom, espaçoso e o melhor, por ser afastado da grande área urbana, ainda estava cheio dos mais variados mantimentos. Claro, aqueles que não tinham data de validade.

Depois de passar longos dias dentro daquele lugar, o garoro havia desenvolvido certo senso sobre o local, seus produtos, suas entradas e saídas e seus riscos. Era bem pouco provável que um zumbi conseguisse entrar sozinho, então logo se colocou em alerta, alcançando rapidamente seu facão.

Estariam, por algum milagre, voltando para pegá-lo ou seriam apenas alguns sobreviventes aleatórios? Se fosse a segunda opção, Hyunjin precisava se certificar se eram do tipo perigosos ou não. Dependendo da quantidade, não teria como lidar sozinho.

Caminhou em passos cuidadosos, a perna ainda doía, mas, bem menos que antes.

Se esquivou pela instalação que já conhecia bem, e parou assim que ouviu cochichos  baixos. Eram vozes masculinas, coisa que lhe preocupou.

Não estava em boas condições para brigar.

As vozes se tornavam cada vez mais próximas, e Hyunjin apertou mais a bainha do facão, respirando profundamente.

O estalar de um calçado no piso de cerâmica foi o suficiente para que o Hwang erguesse o braço, quase tão rápido quanto o barulho da trava de um calibre 38 e o grito assustado de um dos homens.

Os olhos do Hwang bateram de imediato no rosto do menino que tinha o pescoço quase  encostado em sua lâmina. O mesmo rapaz que apontava uma arma em sua direção.

-Lee Minho...?

Jisung estava prestes a sair correndo, amarelando como sempre, o que provavelmente deixaria Minho furioso - se ele sobrevivesse -, quando seus olhos recaíram sobre o garoto que os emboscou. De primeira, Jisung não conseguia acreditar no que estava vendo.

E Hyunjin também não estava muito diferente assim que seu olhar cruzou com o do Han, quase fraquejando perante a situação. Quase. Depois de todo aquele tempo de sobrevivência, Hyunjin aprendeu a controlar seus sentimentos e nunca, em hipótese alguma, abaixar a guarda até que a situação se mostrasse segura.

-Han Jisung.- Pronunciou o nome do outra garoto também, sentindo seu coração se agitar. Então ele estava vivo... -Gostaria de dizer que estou feliz em vê-los, mas isso só será verdade depois que eu confirmar se são amigos ou inimigos.

-Tsc... nunca fui seu amigo nem na escola.- Minho bufou, sem sequer pensar em abaixar o revolver.

Hyunjin sorriu de canto. O maldito do Lee não havia mudado nada. Continuou firme em sua posição.

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